Lei n.º 62/2007, art. 75.º n.º 4 b) - Constituem infracção disciplinar dos estudantes: A prática de actos de violência ou coacção física ou psicológica sobre outros estudantes, designadamente no quadro das «praxes académicas».

17
Jul 16

 Tribunal Europeu dos Direitos Humanos aceita queixa de pais do Meco
http://www.publico.pt/sociedade/noticia/tribunal-europeu-dos-direitos-humanos-aceita-queixa-de-pais-do-meco-1738463


É um passo importante: a maioria das reclamações que chega a Estrasburgo são liminarmente rejeitadas.

publicado por contracorrente às 01:50

12
Jul 16

Sem sombra de dúvida e na boa esteira de José Mariano Gago.

Resta esperar, serenamente, que os seus súbditos, Reitores e Presidentes, sigam estas orientações. Já que poucos as sentem ou têm esta clareza.


2016-07-08 às 13:55
PRAXE É «UMA DAS MAIORES PRAGAS QUE TEMOS DE COMBATER»
http://www.portugal.gov.pt/pt/ministerios/mctes/noticias/20160708-mctes-praxes.aspx


O Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior afirmou o seu repúdio total pelas praxes académicas e apelou a um combate cerrado a estas práticas de receção aos caloiros das instituições de ensino superior.

«É uma das maiores pragas que temos de combater», disse Manuel Heitor, na abertura de um seminário sobre «Organização e desenvolvimento do ensino superior», na Universidade do Minho, em Braga.

O Ministro disse ainda que apoia «todos aqueles que se têm batido contra a prática de praxes académicas e outras práticas boçais e grosseiras que hoje continuam a ocorrer no contexto do ensino superior em Portugal».

Manuel Heitor acrescentou que vai escrever a todos os responsáveis pelas instituições de enino superior a pedir um combate cerrado às praxes.

«As praxes devem ser combatidas por todos, estudantes, professores e, muito especialmente, por todos os responsáveis por instituições politécnicas e universitárias, independentemente do local da ocorrência», afirmou Manuel Heitor.

O Ministro disse que o sistema de reporte de praxes está acessível na Direção-Geral do Ensino Superior e que todos os processos serão enviados para o Ministério Público. «Porque hoje temos de considerar isso como um crime», disse.

 

Ministro do Ensino Superior expressa "repúdio total" pelas praxes
Lusa, 08/07/2016 - 13:43
https://www.publico.pt/sociedade/noticia/ministro-do-ensino-superior-expressa-repudio-total-pelas-praxes-academicas-1737692
Manuel Heitor pede um "combate cerrado"a estas práticas académicas.

O ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, expressou nesta sexta-feira, em Braga, o seu "repúdio total" pelas praxes académicas, "qualquer que seja a sua forma", e apelou a um "combate cerrado" àquelas práticas de recepção ao caloiro.

 

Ministro do Ensino Superior sobre praxes: "É uma das maiores pragas que temos de combater"

http://www.tvi24.iol.pt/sociedade/educacao/ministro-do-ensino-superior-sobre-praxes-e-uma-das-maiores-pragas-que-temos-de-combater

 

Ministro quer “combate cerrado” às praxes académicas

http://www.esquerda.net/en/artigo/ministro-quer-combate-cerrado-praxes-academicas/43616

publicado por contracorrente às 17:49

06
Jul 16

Toamamos nota da excepção, o PCP, que aguarda explicação.

E associamo-nos a um gesto óbvio mas sempre necessário e louvável.

Assinamos por baixo este manifesto, que é um gesto. A que estariam obrigados muito dirigentes do ensino dito superior, com a honra devida às excepções, ainda poucas.

Praxe: 100 personalidades pedem às universidades para criarem alternativas
Andreia Sanches, 05/07/2016 - 07:00
https://www.publico.pt/sociedade/noticia/praxe-100-personalidades-pedem-as-universidades-para-criarem-alternativas-1737252
“Em democracia, deve haver sempre lugar à escolha, mas só é possível escolher se houver opção, ou seja, alternativas consistentes”, defende carta aberta.

100 personalidades apelam em carta aberta à criação de alternativas à praxe
05 de JULHO de 2016 - 00:48
http://www.tsf.pt/sociedade/educacao/interior/100-personalidades-apelam-em-carta-aberta-a-criacao-de-alternativas-a-praxe-5266302.html
José Adelino Maltez e Vasco Lourenço são algumas das personalidades que pedem aos dirigentes das instituições do ensino superior que criem "uma alternativa" à praxe.
Entre os subscritores contam-se, entre outros, escritores como Luísa Costa Gomes e Miguel Sousa Tavares, os deputados Paula Teixeira da Cruz (PSD), Alexandre Quintanilha (PS), Teresa Caeiro (CDS-PP) e André Silva (PAN) ou o comentador de política nacional da TSF Pedro Marques Lopes.
O antigo ministro da Saúde e advogado António Arnaut é também um dos subscritores do documento. A atriz Ana Zannatti, a apresentadora Catarina Furtado, o sociólogo André Freire, a viúva do escritor José Saramago, Pilar del Rio, o músico Miguel Guedes e a cineasta Margarida Gil, são também subscritores da petição.

publicado por contracorrente às 00:20

22
Out 15

Realizador escreveu manual de instruções para desobedecer à praxe
Andreia Sanches, 22/10/2015 - 08:19

http://www.publico.pt/sociedade/noticia/realizador-de-praxis-escreveu-manual-de-instrucoes-para-desobedecer-a-praxe-1711924

Bruno Cabral, que realizou o documentário Praxis, e João Mineiro, sociólogo, desmontam argumentos pró-praxe, apelam a reitorias de universidades para que assumam “uma atitude" que não as legitime e desafiam políticos a debater se deve ou não haver criminalização.

Cabe no bolso das calças. Tem uma capa amarela, com uma colher de pau desenhada – a partir-se. Desobedecer à praxe é um livro que vai chegar às livrarias onde se conta resumidamente a história da praxe.

Desde logo que reitorias e órgãos directivos das escolas assumam “institucionalmente uma atitude que não legitime as práticas de praxe, mas antes as desaconselhem”. “Uma instituição de ensino superior que tolera a praxe e reconhece institucionalmente o seu poder está condenada a conceber o espaço da academia como um lugar de resignação.”

O livro será apresentado pela jornalista Diana Andringa nesta quinta às 18h. É uma iniciativa da Cooperativa Cultra, em parceria com a Deriva Editores, e constitui o primeiro pequeno livro de bolso de uma colecção chamada “Cadernos Desobedientes”.

http://p3.publico.pt/cultura/livros/18606/queres-desobedecer-praxes-este-livro-e-para-ti

publicado por contracorrente às 13:10

25
Set 15

De Norte a Sul, do Minho ao Algarve, a mesma música.

E ninguém desafina!

Com a conivência e assentimento das instuições que lhes abrem o espaço a esta tocantina.

 

Desde o Meco, há cuidados redobrados nas praxes e veteranos que recusam falar

http://www.publico.pt/sociedade/noticia/desde-o-meco-ha-cuidados-redobrados-nas-praxes-e-veteranos-que-recusam-falar-1709093?page=2#/follow

Porto - Federação Académica do Porto (FAP), Coimbra - DG/AAC, Minho - Cabido de Cardeais [&etc., etc.], ...

http://www.publico.pt/praxe-academica

publicado por contracorrente às 09:55

24
Set 15

Universidade do Algarve vai averiguar alegada praxe que levou aluna ao hospital

http://www.jn.pt/PaginaInicial/Nacional/Educacao/Interior.aspx?content_id=4796514&page=2

O reitor da Universidade do Algarve anunciou, esta quinta-feira, a abertura de um processo de averiguações a uma atividade alegadamente relacionada com praxes académicas, que obrigou a que uma aluna tivesse que ser assistida no hospital.
O caso, que ocorreu na noite de quarta-feira na Praia de Faro, foi relatado ao reitor da academia algarvia pelos pais da aluna, de 19 anos, e que entrou agora para a universidade, o que levou António Branco a decidir instaurar um processo para apurar eventuais responsabilidades disciplinares dos estudantes da universidade envolvidos.
A reitoria já tinha divulgado uma nota interna, a 4 de setembro, que estipula que "não haverá tolerância relativamente a todos os atos de receção dos novos alunos, dentro ou fora dos 'campi' da Universidade do Algarve", que atentem contra os direitos à integridade física e moral, à liberdade e à segurança de qualquer estudante.

 

Praxe deixou caloira da Universidade do Algarve em coma alcoólico
Graça Barbosa Ribeiro e Idálio Revez
24/09/2015 - 11:54
http://www.publico.pt/sociedade/noticia/praxe-deixou-caloira-da-universidade-do-algarve-em-coma-alcoolico-1708858?frm=pop
Reitor já anunciou que haverá consequências disciplinares para os estudantes envolvidos.


06
Set 15

Só Freud pode explicar: as vítimas aguardam o momento para se transformarem em carrascos. http://www.publico.pt/sociedade/noticia/matriculas-no-superior-vem-ai-e-as-praxes-tambem-1706995

publicado por contracorrente às 21:48

28
Dez 14

Neste Dezembro que agora termina espera-se que um dia venha a ser justo, que se faça a devida justiça aos pais que perderam os seus filhos e têm direito a uma justiça justa e clara. Que não se esconda em subterfúgios administrativos e tiques corporativos.

Sabendo a "via crucis" que estes pais terão de percorrer para que a tragédia não seja esquecida e branqueada, é o mínimo que se pode pedir. 

 

DOSSIER PÚBLICO.PT

http://www.publico.pt/meco

A vida sem Catarina

publicado por contracorrente às 05:12

30
Nov 14

É assim tão difícil imitar os bons exemplos?

Se disso não formos capazes continuaremos na idade média dos direitos individuais e colectivos. Com as óbvias implicações na sociedade que teremos amanhã.

Um artigo longo mas simples e incisivo de Julieta Almeida Rodrigues, no jornal Público.

Aqui reproduzido por uma causa cívica e para memória futura. Para que depois não digam que ninguém se deu conta.

****************************

"O dux e os estudantes falecidos da Universidade Lusófona"

O único debate possível sobre este assunto é o debate sobre os limites da liberdade individual.

Permita-me, prezado leitor, que lhe fale de uma questão que conheço de perto: a integração de estudantes que iniciam o seu primeiro ano na universidade de um país estrangeiro.

Candidatura aceite, os novos alunos chegam à universidade – onde frequentemente passam a residir, pois no campus de uma universidade anglo-saxónica situam-se lado a lado edifícios para aulas, centros de investigação e dormitórios com cantinas – para iniciar uma nova vida. Esta vivência tem carácter académico – os professores ensinam, os alunos aprendem –, mas é muito mais. Para o caloiro, é um novo modo de estar no mundo que exige uma postura bem definida. Ao ingressar no campus, os novos alunos terão um confronto súbito com horários exigentes a cumprir; as novas matérias a assimilar exigirão uma maior independência de raciocínio; terão de se adaptar a conviver com colegas de países diferentes e culturas diversas; terão de partilhar quartos e casas de banho com desconhecidos; terão ainda de se movimentar num novo espaço físico, pois muitos optam por estudar num local diferente de onde passaram o ensino secundário.

Alterações que são profundas e terão, necessariamente, impacto não apenas neles, mas também nas famílias.

O que fazem as universidades – as universidades que merecem esse nome, pois são locais de transmissão de conhecimentos adquiridos por toda a humanidade – para integrar, como deve ser, os novos alunos? Algumas designam três dias no início do ano lectivo – três dias – para a integração do corpo discente. Dias em que os caloiros, acompanhados das famílias, dos namorados e namoradas, etc., participam em actividades comuns com vista a uma passagem “suave” – de facto cool – para o novo ambiente estudantil.

O que se faz nestes três dias? De facto, faz-se de tudo um pouco. O Programa de Orientação vai desde sessões de esclarecimento a diversas e inúmeras actividades lúdicas. É atempadamente colocado na Internet, onde são designados os temas a abordar, os respectivos locais de encontro e toda uma gama de espectáculos à disposição. Quem quiser pode levar três dias inteiros a passear-se de um lado para o outro no campus, a conviver saudavelmente, a divertir-se, a decidir quem quer ser. Há espaços para almoçar e jantar: uns são pagos pelos utentes, outros são pagos pela universidade.

Seguem-se alguns exemplos. Os alunos matriculam-se nas cadeiras que desejam frequentar (o leque à escolha é enorme) e vão, concomitantemente, dialogar com os professores que serão os seus supervisores ao longo do ano. Seguem-se as sessões de esclarecimento em que debatem todos os temas que se possa imaginar. Há sessões com um grande número de participantes em que a universidade apresenta, por exemplo, o seu programa desportivo. As sessões com um número reduzido de participantes (12 alunos, os pais, irmão, e namorados/as) têm um enorme interesse. Aí se debatem questões ligadas às cadeiras e às matérias – sempre em diálogo, pois aqui a chamada "conferência" não existe. A saber, por exemplo: o que se passa se o aluno entrega um trabalho copiado da Internet? Poderá ser expulso? Mas estas sessões vão muito para além do debate académico e focam-se em temas de carácter pessoal: desde sexo a drogas, à possibilidade de adquirir um cartão de crédito.

Questões que, à primeira vista, parecerão comezinhas, têm uma importância fundamental. Um caloiro poderá perguntar à mãe (presente na sala) se esta se vai sentir abandonada quando ele lhe disser que em vez de todos os dias apenas pretende, doravante, falar com ela duas vezes por semana. Os pais, por sua vez, têm também imensas perguntas. Que língua deverá o filho/a estudar, se quer um futuro num contexto internacional? Ou: quais são os contactos de emergência que a universidade coloca ao seu dispor?

As questões académicas regem-se pelos estatutos da universidade e o quadro moral de referência é bem delineado. E todos têm oportunidade de o conhecer.

De suma importância é a Associação de Pais, um órgão para o qual o encarregado de educação poderá ser eleito mediante candidatura. Os candidatos estabelecem na Internet uma plataforma de ideias – em que cada um decide os temas em que a universidade poderá melhorar a sua actuação – e, se eleito, fará parte de um órgão académico com voz activa. Uma questão que tem sempre enorme interesse é o número de horas de supervisão semanais a que o aluno tem direito.  

Numa universidade com cerca de 5500 alunos matriculados em licenciaturas, haverá cerca de 1100 novos alunos em cada ano. Todos querem participar, hora a hora, destes três dias. E porquê? Porque é convidativo. Porque é elucidativo. Porque é uma forma de interacção. Para todos – tanto alunos como pais – há interrogações, dúvidas e anseios que necessitam de debate e esclarecimento.

Sabem quem orienta os caloiros e as suas famílias nas sessões cujo número de participantes é restrito? Alunos voluntários de anos mais avançados que são criteriosamente escolhidos e treinados pela própria universidade durante todo um ano lectivo para responder às questões em debate.

Os três dias acabam com um discurso do presidente da universidade – geralmente cheio de humor – em que se colocam os desafios do mundo moderno. Seguem-se diversas sessões de música, teatro ou ballet para acabar esta longa praxe.

O que me leva à questão colocada no título desta crónica, um assunto que tenho seguido com enorme apreensão, embora não conheça nenhum dos visados. Mas tenho visto os pais – e o seu advogado – falar na televisão com uma enorme dignidade. Admiro-lhes a coragem. Vejo aquela dor, reparo no sofrimento. E interrogo-me sempre: o que se passou na praia do Meco naquela noite fatídica?

Fala-se no dux – o único sobrevivente – uma designação que desconheço. Fala-se em praxe. Que praxe? Porque foram os alunos da Universidade Lusófona a meio da noite para uma praia deserta vestidos de capa e batina? A que título? Estariam os alunos de costas voltadas para o mar? Seria o dux o único de frente para o mar – a dirigir uma qualquer operação ignóbil – o que lhe teria dado, talvez, a possibilidade de ver surgir uma grande onda e fugir a tempo?

Li a única entrevista que o dux deu à comunicação social. Nada referiu que ajudasse a desvendar o caso. Nem, ao que sei, falou com as famílias das vítimas, a única conversa que deveria ter tido lugar, à porta fechada, a colmatar a intimidade do desgosto sofrido. Se nada há a esconder, apenas a verdade é fonte de reconforto. Mas o dux decidiu vir para os meios de comunicação social, como que a justificar-se.

Ficam as praxes das universidades portuguesas. Práticas alarves, primitivas, ao pior estilo das touradas. Já vi raparigas de joelhos a mando de um idiota qualquer. Já vi jovens de cabelos compridos, cheios de lama e excrementos, de olhos baixos. Já vi rapazes a serem espezinhados, a sorrir alarvemente.

Para quê? É a isto que se chama em Portugal a integração universitária? O sentimento de pertença a uma universiadade deriva de práticas humilhantes, obsoletas e cruéis? Que profissionais serão estes, no futuro? Em que quadro moral de referência habitam e se movem?

Em conversa recente, perguntei a razão da permissão destas praxes em Portugal. A resposta de um professor universitário foi que as instituições académicas não têm força; que as associações estudantis gostam das praxes. E que os detentores do poder universitário têm medo dos estudantes. Mas medo de quê? Dê acabar com a barbárie? De cercear liberdades?

É que o único debate possível sobre este assunto é o debate sobre os limites da liberdade individual, os condicionalismos a que todos estamos sujeito. E é, acima de tudo, um debate sobre o enquadramento que uma universidade deverá dar aos seus alunos, àqueles que as frequentam.

Ademais, só a verdade sobre o que se passou na praia do Meco servirá a universidade. E a Justiça. Só um tribunal isento permitirá tirar elações transparentes. E só assim poderá a sociedade encerrar este caso.

Muitos de nós estão atentos ao que se está a passar. E às famílias enlutadas, enviamos a nossa mais profunda solidariedade. Que a morte de filhos e filhas dilectos e amados, na flor da vida, não tenha sido em vão.

Investigadora convidada, The New School for Public Engagement, The New School, Nova Iorque, 2014 e 2015

http://www.publico.pt/sociedade/noticia/o-dux-e-os-estudantes-falecidos-da-universidade-lusofona-1674404?page=2#/follow

publicado por contracorrente às 04:52

23
Out 14

A “praxe” e o novo tribalismo
Elísio Estanque 22/10/2014

No comportamento de multidão, a racionalidade individual é esbatida ou bloqueada, enquanto a irracionalidade é multiplicada, criando um efeito mimético que atinge a “multidão”.

(...)

Mais preocupante ainda se imaginarmos que pode haver uma correlação direta entre praxes – caciquismo – seguidismo – associativismo – e aparelhismo ou, pelo menos, esta sequência pode inscrever-se nas trajetórias pessoais dos quadros e dirigentes do futuro.

http://www.publico.pt/sociedade/noticia/a-praxe-e-o-novo-tribalismo-1673627?page=-1

publicado por contracorrente às 00:55

15
Out 14

Diz-se que a verdade é como o azeite, vem sempre ao de cima.

Na impossibilidade de recuperar os jovens tragicamente desaparecidos espera-se que pelo menos se lhe faça justiça.

 

Caso do Meco foi reaberto

Ana Henriques 15/10/2014 - 12:31

Juiz do Tribunal de Setúbal aceitou pedido do advogado das famílias dos jovens que morreram.http://www.publico.pt/sociedade/noticia/caso-do-meco-foi-reaberto-1672954

 

PGR confirma que Dux é arguido no caso do Meco
por Filipa Ambrósio de Sousa

http://www.dn.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=4180977

 

Aluna que escreveu que dux estaria com “sede de praxar” vai ser ouvida
Maria João Lopes 18/10/2014 - 21:03
http://www.publico.pt/sociedade/noticia/aluna-que-escreveu-que-dux-estaria-com-sede-de-praxar-vai-ser-ouvida-1673392
A 20 de Novembro deverão ser ouvidas quatro novas testemunhas no caso do Meco, que foi reaberto

Uma estudante da Universidade Lusófona que terá trocado uma mensagem com um colega, escrevendo que o dux João Gouveia estaria com “sede de praxar” vai ser ouvida no Tribunal de Setúbal, ao que tudo indica a 20 de Novembro. (...) Segundo o despacho, os familiares querem provar “o apoio da universidade à praxe”, a existência de “praxes violentas”

 

 


07
Out 14

... para não dizermos outra coisa!

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Jornal Público, 7 de Outubro de 2014

por Francisco Louçã    
Oito estudantes dedicaram-se a uma praxe luminosa: numa minúscula piscina de plástico, com a palavra “Meco” escrita nas bordas, simulavam um mergulho ou, na falta dele, molhavam os pés. São do curso de Engenharia Electrónica do Politécnico de Leiria e, manda a verdade, o facto foi logo repudiado pela direcção da escola e pela associação de estudantes, como deviam. Mas aconteceu, como pode ver na imagem.

No entanto, a imagem engana. Olhe para ela. Vemos os oito estudantes, ar pateta, agarrados uns aos outros, pés na água, a serem gozados a gozar com as vítimas do Meco. Mas não vemos quem os mandou, quem inventou a praxe e quem assistiu ao espectáculo. Vemos a praxe e os praxados mas não vemos os praxistas.

O problema das praxes, sinistras ou simplesmente humilhantes, só se resolve quando olharmos para os praxistas (um extraordinário documentário recente, de Bruno Moraes Cabral, fá-lo pela primeira vez). A cara dos que inventam ignomínias como esta. Os que acham que estas praxes inofensivas não ofendem. Os que acham que é divertido gozar com os mortos, insultar as suas famílias e exibir a boçalidade da brincadeira. Mostrar quem são os praxistas é a condição para que a sociedade saiba do que falamos quando falamos da tragédia do Meco ou da brincadeira de Leiria.

http://blogues.publico.pt/tudomenoseconomia/2014/10/07/foram-mesmo-so-oito-os-que-trocaram-das-vitimas-do-meco/

publicado por contracorrente às 13:39

30
Jul 14

A forma fácil de expiar é acusar?

Nunca subscrevemos a tese de que um acusado salva a honra. O que sempre vimos, como regra com raras excepções, é que a culpa morre solteira.

Sempre aqui dissemos, ao lamentar as muitas mortes que em todas, nestas e nas anteriores, para além dos autores materiais estavam e continuam impunes os autores morais, os que por conivência e omissão permitem que estes actos se tenham institucionalizado nas suas instituições.

Mas, voltando ao expiar e não professando, dizemos apenas com amarga ironia: perdoem-lhes que não sabem o mal que fazem. A uns e a outros.

 

Mortes no Meco: Ministério Público arquiva caso.

O facto de João Gouveia não ter levado consigo, no fatídico passeio até à praia, a colher de pau – “a mais nobre e simbólica insígnia da praxe”, segundo o código ritual  – mostra, segundo o despacho de arquivamento, que terá abdicado, nesse momento e daí em diante, do seu ascendente hierárquico.

http://www.publico.pt/sociedade/noticia/nao-houve-um-dux-paranoico-a-conduzir-jovens-do-meco-a-morte-1664802

publicado por contracorrente às 23:38

25
Jul 14

Desde a primeira hora que foi ventilada para a imprensa esta possibilidade, qual balão sonda, para testar as reacções da inerte opinião pública.

Ver arquivo: 04.04.2014; 15.05.2014;

 

E recuperando o escrito pelo repórter do ElPaís a 15.Fev., palavras premonitórias:

"Hace dos semanas, tanto los políticos como la prensa lusa martilleaban sobre la conveniencia o no de prohibir estas prácticas. Ahora da la impresión de que todo el mundo asume que todo vaya a seguir igual".

 

Ministério Público conclui que não houve crime no Meco.
Despacho de arquivamento é divulgado nos próximos dias.
http://www.dn.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=4045945#AreaComentarios

 

Inquérito à tragédia do Meco dá razão à tese de acidente
http://www.publico.pt/sociedade/noticia/inquerito-a-tragedia-do-meco-da-razao-a-tese-de-acidente-1664179


11
Jun 14

A Srª Reitora da Universidade de Évora, imagino que também directores e outros professores, fazem as honras da festa e pagam a conta?

Mas quem manda: o Conselho de Notáveis (http://www.cn.uevora.pt/pt/node/5), que se rege pela C.E.G.A.R.R.E.G.A. - Código Estudantil de Graus Académicos Regulamentos e Regras de Exegese e Gírias Académicas, da Universidade de Évora.

 

Vem isto a propósito de notícia, absurda ou hilariante?, de alguém que queria ser praxada!... e não o foi.

 

“Falta” à praxe impede finalista da Universidade de Évora de queimar as fitas
Maria Antónia Zacarias, 10/06/2014 - 12:09

Maria Rita Lavado Moreno é finalista da licenciatura de Sociologia, na Universidade de Évora, e não pôde queimar as fitas porque não foi praxada.

“Eu sou trabalhadora-estudante, chego à universidade já passa das 17h e nunca ninguém se chegou ao pé de mim para me praxar, até porque se o tivesse feito, eu não me teria negado, porque nunca me declarei anti-praxe”.

A finalista recorreu à reitoria mas vice-reitora explicou “não poder fazer nada, uma vez que a cerimónia da queima das fitas é da exclusiva responsabilidade do Conselho de Notáveis”. A reitora da Universidade de Évora afirmou que sensibilizou o Conselho de Notáveis para que, no próximo ano lectivo, “haja uma melhor explicação aos alunos sobre todo o percurso académico que culmina com a cerimónia da queima das fitas”. Ana Costa Freitas disse ainda não ter tido conhecimento oficial da situação de Rita Moreno.

http://www.publico.pt/local/noticia/falta-a-praxe-impede-finalista-da-universidade-de-evora-de-queimar-as-fitas-1639279

publicado por contracorrente às 00:14

04
Mai 14

O jornal Público elaborou um dossier bastante completo sobre o tema Praxe com excelentes testemunhos, alguns.

Outros divertidos e há também os ridículos.

 http://www.publico.pt/multimedia/a-experiencia-da-praxe

 

Caricatura da vida adulta
Fica-se de quatro. "Enche-se bastante." Não se olha de frente. Superam-se provas. Há quem considere que são rituais de iniciação. E quem fale de atentados à dignidade. "A praxe ensina-nos que na vida há uma hierarquia natural e que nós vamos ter de aceitá-la", diz uma aluna. "Vejo isto como uma caricatura da vida adulta", defende um historiador.
 

Carlos Amaral Dias:
"É a pior forma de despotismo: ‘Eu não te faço mal, mas, se quisesse, fazia’."

Alberto Martins
"A violação dos direitos humanos é inaceitável"

Jorge Ramos do Ó
"É como se estivéssemos numa espécie de loucura consentida, a aprender o que há de pior para ser um cidadão"

publicado por contracorrente às 22:50

19
Mar 14

Tragédia do Meco e praxes nas páginas do “New York Times”
A tragédia do Meco e o debate público sobre a praxe chamaram a atenção do "New York Times". Jornal analisa ainda a qualidade do ensino superior privado

http://p3.publico.pt/actualidade/educacao/11331/tragedia-do-meco-e-praxes-nas-paginas-do-new-york-times
Depois de ter relançado o debate sobre a praxe por cá, a tragédia do Meco, em que seis estudantes da Universidade Lusófona perderam a vida em circunstâncias ainda por esclarecer, chegou às páginas do "New York Times (NYT)".

publicado por contracorrente às 01:26

01
Mar 14

Parlamento debateu "passos tímidos” para acabar com excessos na praxe
Andreia Sanches, 28/02/2014 - 14:18
http://www.publico.pt/sociedade/noticia/passos-timidos-para-acabar-com-excessos-na-praxe-1626580
Governo aconselhado a ponderar uma campanha pela “tolerância zero à praxe violenta e abusiva”. Mas até entre deputados do mesmo partido há diferentes sensibilidades em relação ao tema. Telmo Correia defende “tradição”, mas diz que propostas em debate são “passos tímidos”.

Luís Fazenda, do Bloco de Esquerda (BE), que defendeu que “as praxes transportam uma cultura de abuso e violência”. Seguiu-se Duarte Marques, do PSD, que disse que não se pode ignorar “que há uma praxe que não é violenta nem humilhante”.
Pedro Delgado, do PS, declarou que há um problema de “violência e intimidação” associado à praxe, em várias instituições de ensino, acrescentando, de seguida, que as pessoas “têm o direito a agir de forma estúpida, se quiserem”.
Telmo Correia, do CDS-PP, afirmou que os diplomas que estavam a ser alvo de debate, sendo “passos no sentido certo”, constituíam “passos tímidos”. O deputado lembrou que a primeira vez que se proibiu a praxe foi “em 1342, em Paris”, com argumentos que hoje alimentam muito do debate em torno dos rituais de recepção aos alunos a coragem de garantir que ninguém participa, “independentemente da sua vontade”, em alguma prática “humilhante, degradante e sexista”.
Heloísa Apolónia, dos Verdes, que pretendia que fosse feito um estudo sobre o que é a praxe no país.
Ana Rato, do PCP, advogou a criação de gabinetes de integração escolar

Telmo Correia, do CDS-PP, “Nós respeitamos a tradição académica.” O que “não é aceitável” é qualquer prática “humilhante”, insistiu.

“Uma coisa são as tradições académicas, outra é a praxe”, respondeu Luís Fazenda remetendo para os “códigos de praxe” existentes em várias instituições de ensino, marcados pela hierarquia de alunos. Há “práticas boçais e autoritárias”, acusou.

“O BE está a ignorar a praxe boa que existe no país”, aquela que é "integradora", rematou Duarte Marques.

O Bloco defendia ainda que as instituições de ensino fossem obrigadas a realizar actividades de recepção aos novos alunos e, por fim, sustentava que estas não deviam reconhecer esse “papel a estruturas das praxes” nas suas cerimónias. “Durante vários anos as instituições de ensino superior, públicas e privadas, contribuíram para a banalização das praxes, incluindo-as nas cerimónias oficiais, dando relevo às chamadas ‘comissões de praxe’ ou ‘conselhos de veteranos’ e referindo-as na sua propaganda destinada aos alunos”, sustenta o BE.

Todos os pontos do projecto foram chumbados.

Parlamento aprova proposta para campanha contra «praxe violenta»
http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?id_news=688087
O Parlamento aprovou hoje uma resolução da maioria PSD/CDS-PP que propõe uma campanha contra a «praxe violenta», e chumbou uma iniciativa do BE para criar uma rede nacional de apoio a estudantes vítimas de práticas abusivas.
A resolução do PSD/CDS-PP, aprovada por unanimidade, propõe a realização de uma "campanha institucional de sensibilização pela tolerância zero à praxe violenta e abusiva".
A iniciativa do BE foi rejeitada pela maioria, apesar de alguns pontos recolherem o voto favorável de quatro deputados do CDS-PP: Teresa Caeiro, Filipe Lobo d`Ávila, João Rebelo e Telmo Correia.

publicado por contracorrente às 05:50

Colégio Militar: Três ex-alunos condenados com pena de multa
http://www.dn.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=3712832
Três ex-alunos do Colégio Militar foram condenados a penas de multa, por ofensas à integridade física, na sequência da leitura do acórdão. Arguidos condenados a pagar 1050, 600 e 300 euros de multa.

Tribunal condena três ex-alunos do Colégio Militar por ofensas à integridade física
Ana Henriques, 28/02/2014 - 12:10
http://www.publico.pt/sociedade/noticia/tribunal-condena-tres-exalunos-do-colegio-militar-por-ofensas-a-integridade-fisica-1626558
O Ministério Publico havia pedido, nas alegações finais, a absolvição de cinco dos oito ex-alunos do Colégio Militar acusados de terem agredido com violência colegas mais novos, tendo deixado cair a acusação de maus tratos.

Três ex-alunos do Colégio Militar condenados a multas por ofensas à integridade física
http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?id_news=688045
O tribunal condenou hoje três dos oito ex-alunos do Colégio Militar ao pagamento de multas por ofensas à integridade física cometidas contra outros três estudantes, no ano letivo de 2006/07 e no início de 2008.


18
Fev 14
Juiz rejeita constituir familiares dos que morreram no Meco como assistentes
Por Mariana Oliveira
http://www.publico.pt/sociedade/noticia/juiz-rejeita-por-motivos-formais-constituicao-de-assistentes-de-familiares-dos-jovens-que-morreram-no-meco-1624238
Falta de certidões de óbito, que comprovam a legitimidade das famílias, e não pagamento de uma taxa de justiça suplementar explicam a recusa.
publicado por contracorrente às 23:31

15
Fev 14
No final, que não será breve, veremos.

Desde sempre aqui dissemos que só quando não só os autores materiais mas também os autores morais se sentarem no banco dos réus se poderá fazer com que aqueles que "assobiam para o lado" tomem outra atitude.
Se um professor tem o dever de na sala definir regras de conduta, sob pena de o seu lugar estar em causa, não deverá um reitor ter a obrigação e ser responsabilizado por não cuidar de haver boas regras de conduta no campus?

A possibilidade de um Reitor e um Dux virem a sentar-se no banco dos réus pode alterar o panorama.
Mas no final veremos. Até lá aguarda-se justiça para a trágica morte de seis, seis!, jovens.

Pais das vítimas do Meco apresentam queixa-crime contra Lusófona e dux
http://www.publico.pt/sociedade/noticia/pais-das-vitimas-do-meco-apresentam-queixacrime-contra-lusofona-e-dux-1623815

Meco: famílias das vítimas vão apresentar queixa-crime contra João Gouveia e universidade
http://www.tsf.pt/PaginaInicial/Portugal/Interior.aspx?content_id=3687817

Pais de vítimas do Meco processam Dux e Lusófona
http://www.dn.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=3687886

Pais de jovens que morreram no Meco apresentam queixa-crime contra sobrevivente
http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?id_news=685396

La policía reconstruye la tragedia de las novatadas universitarias en Portugal
Antonio Jiménez Barca 15 FEB 2014 - 20:16 CET
http://sociedad.elpais.com/sociedad/2014/02/15/actualidad/1392491813_831881.html

Por otro lado, mientras la policía investiga y reúne poco a poco pruebas, el encendido debate sobre este tipo de novatadas, muy extendidas en la universidad portuguesa, desaparece. Hace dos semanas, tanto los políticos como la prensa lusa martilleaban sobre la conveniencia o no de prohibir estas prácticas. Ahora da la impresión de que todo el mundo asume que todo vaya a seguir igual. De hecho, el próximo 21 de febrero hay una manifestación en Lisboa de apoyo a estas prácticas, que muchos defienden por considerar que, convenientemente depuradas, voluntarias y organizadas, sirven para la integración de los universitarios.

04
Fev 14

Com a devida vénia ao autor, aqui utilizada para fins não comerciais.

Cartoon de Luís Afonso (Público, 04.02.2014).

 

GENTE:

Cerca de 30 pessoas junto à Lusófona contra praxes
http://www.dn.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=3701925
Cerca de 30 pessoas concentraram-se hoje à tarde junto à Universidade Lusófona, em Lisboa, num protesto contra as praxes académicas.
Empunhando cartazes onde podem ler-se frases como "Temos direito a não ser humilhados", "Educação para uma vida de servidão" e "Integração é diferente de submissão", os participantes no protesto, em larga maioria jovens mantiveram-se em silêncio.
Este protesto serve, de acordo com uma das promotoras, como "um alerta à sociedade para um problema que existe dentro das universidades".
"Estamos contra qualquer tipo de praxe que envolva princípios de hierarquia, submissão e obediência, sem reclamação. No fundo, esse é o problema da praxe académica", afirmou Diana Luís, estudante da Universidade de Aveiro, em declarações aos jornalistas.
Convocar o protesto para a porta da Universidade Lusófona, no Campo Grande, não foi casual.
"É simbólico, pelo que se passou no Meco, que se suspeita que esteja relacionado com praxes académicas, e também para chamar a atenção para todas as vítimas que houve antes desta tragédia", referiu Diana Luís.

Diana Luís faz parte de um movimento anti-praxe estudantil formado recentemente, "para colmatar a lacuna que o Movimento Anti Tradição Académica (MATA) e os Antípodas deixaram, quando os seus elementos, naturalmente passando para a vida profissional, os deixaram cair".
No protesto de hoje participou também a deputada do Bloco de Esquerda (BE) Mariana Mortágua, em solidariedade com uma ação "que contribui para alterar esta cultura da praxe".

 

GENTINHA:

Estudantes defendem que praxes criam união e integram
http://www.dn.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=3701991&seccao=Sul
 Eram mais ou menos 18.00 quando cerca de uma centena de estudantes se concentrou na Praça do Comércio, em Lisboa, para dizer "sim" às praxes académicas. Isto, porque, garantem, ajudam à união e à integração.
Vestidos com os negros trajes académicos, cerca de uma centena de jovens de diversas universidades juntaram-se em torno da estátua equestre de D. José I. Acompanhados da viola, entoaram cânticos académicos e mostraram orgulho no ritual que, dizem, tem por fim dar as boas-vindas e ajudar a integrar os caloiros.
"Queremos demonstrar que a praxe não é algo mau. Ela proporciona um ambiente de união, sem violência ou cariz sexual", explicou aos jornalistas o estudante Frederico Campos, admitindo, no entanto, que por vezes há excessos.

publicado por contracorrente às 20:22

30
Jan 14

Desta vez vamos usar o jargão e prática dos praxantes, "baixar as calças".
É nesta posição que se colocaram os dirigentes das instituições, ao faltar à reunião convocada pelo Ministro.
Está dado o mote, 6 mortes não foram suficientes para acabar com uma prática aviltante.
Seis mortes não foram suficientes para os presidentes dos Politécnicos e Reitores das Universidades assumirem a sua co-responsabilidade.

Se um dia destes os Politécnicos se indignavam, e bem, com a desautorização e incompetência para nas suas Escolas Superiores formarem professores, a verdade é que quando são chamados a encontrar soluções para um problema que claramente interfere na actividade lectiva assobiam para o lado.

O actual Presidente do CCISP, Joaquim Mourato, diz que em Janeiro essa questão não se colocava. Ou seja, falar de incêndios só em Agosto.
E outros lhe seguiram mais ou menos o mesmo tom, com afirmações rídiculas e contraditórias, sobre "a praxe como acto superior de integração".

E ainda claramente expresso neste comunicado assinado do CRUP (aqui).

Enfim, se o ridículo matasse não teríamos apenas a trágica morte dos 6 jovens da Lusófona na Praia do Meco.
--------------

Ministério da Educação e associações de estudantes estiveram reunidos durante a tarde. No final, numa declaração sem direito a perguntas, o assessor do secretário de Estado disse que estão disponíveis para apoiar os estudantes e apelam à denúncia de práticas abusivas.

http://www.dn.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=3660852

 

Associações académicas defendem aprovação de um estatuto do aluno contra praxes violentas
Andreia Sanches 29/01/2014 - 17:10
As praxes são “um exercício de liberdade por parte de estudantes adultos”, afirmam 14 organizações académicas, que se mostram contra uma eventual proibição das mesmas.
http://www.publico.pt/sociedade/noticia/associacoes-academicas-defendem-aprovacao-de-um-estatuto-do-aluno-contra-praxes-violentas-1621585

publicado por contracorrente às 20:07

28
Jan 14

A casa dos animais
João Miguel Tavares

28/01/2014 - 01:55
A irresponsabilidade do universitário que aprecia a praxe tem muitos anos e uma razão de ser: a perpetuação de um espírito de casta.
Parece-me muito bem que universidades e ministro estejam preocupados com a violência das praxes, mas talvez comece a ser altura de envolver as famílias no assunto. É que os estudantes universitários são adultos, mas não são independentes, e diferente seria se os pais tomassem consciência das figuras tristes que os seus filhos andam a fazer, em vez de se comoverem de cada vez que os vêem de capa e batina.
Deixemo-nos de paninhos quentes: nenhum jovem bem formado aceita participar na humilhação organizada de alguém que é mais fraco do que ele. Ponto final. E em relação às tretas da “tradição” e da “integração”, os dux e as “papisas” que criem os seus próprios grupinhos fetichistas e deixem os desgraçados dos caloiros em paz.
Aliás, confesso a minha dificuldade em continuar a escutar a palavra “integração” saída da boca dos defensores das praxes, como se eles fossem os filantropos do excremento e da roupa interior. Se só querem estender os braços aos novos alunos e promover um momento divertido, organizem um beberete. Parece-me uma forma mais higiénica de ajudar jovens de 18 anos a conhecerem-se, até porque eles costumam ter muitas dificuldades nisso. Portanto, caros praxistas, tentem arranjar uma desculpa menos parva para aquilo que verdadeiramente vos põe a adrenalina a correr – aquela sensação, velha como o mundo, de exercer um poder discricionário sobre um grupo de miúdos indefesos e assustados. Sim, há aqui uma antiquíssima tradição. Bárbara e repugnante, mas uma tradição, ainda assim.
Claro que o assunto das praxes é como os fogos de Verão: vai e vem consoante os anos, e aquilo que arde e morre em cada estação. Nada irá mudar por causa das mortes do Meco, porque as praxes – lá está – existem desde que alguns seres humanos descobriram ser divertido humilhar outros seres humanos. E isso foi há muito tempo. Mas a investigação de Ana Leal, na TVI, teve o mérito de revelar algumas práticas dos membros do Conselho de Praxe da Lusófona, cuja descrição me parece aproximá-las mais dos rituais das famosas fraternities com nome de letras gregas das universidades da Ivy League do que propriamente de alguma coisa portuguesa. Portanto, neste caso, a tradição é, além de bárbara e repugnante, americana e muito queque.
Isto não é uma coisa de universidades fajutas e mal frequentadas. Os excessos das repúblicas da Ivy League, cujas práticas fazem muitas vezes parecer as da Lusófona uma brincadeira de crianças, também ocupam espaço nos jornais americanos, até porque todos os anos costuma morrer alguém. John Landis já fez o favor de retratar tais ambientes há 35 anos, num filme de culto de 1978 sobre a fraternity Delta Tau Chi, sintomaticamente intitulado Animal House. Em Portugal ele chamou-se (ainda mais sintomaticamente) A República dos Cucos, uma tradução pueril para um filme cuja máxima nada tinha de inocente: “We can do anything we want. We’re college students!”
A irresponsabilidade do universitário que aprecia a praxe tem muitos anos e uma razão de ser: a perpetuação de um espírito de casta. Essa espécie de gente começa a praticar a humilhação ao próximo na universidade para depois poder continuar a praticá-la nas Goldman Sachs desta vida, onde a lei do mais forte invariavelmente impera, e é preciso aprender a baixar a cabeça para os que estão em cima e a pisar o pescoço dos que estão em baixo. Porque isto, de facto, anda tudo ligado. Como é da tradição.

http://www.publico.pt/sociedade/noticia/a-casa-dos-animais-1621321

publicado por contracorrente às 21:33

Papas, Cardeais, Duxes e outros que tais.

É este o folclore hierárquico que preenche e ocupa alguns dos trajados, capados.

 

Veteranos das universidades demarcam-se de praxes polémicas
Samuel Silva  28/01/2014 - 08:57


Os veteranos das universidades nacionais querem separar a praxe que é feita na generalidade das instituições de ensino superior dos casos violentos que têm lançado o debate acerca destas práticas. Também o secretário de Estado da Juventude, Emídio Guerreiro, se referiu ontem à questão suscitada pela morte de seis estudantes na praia do Meco, em Sesimbra, dizendo que aquilo que aconteceu no mês passado “não é praxe académica”.
“A praxe do Porto e a maioria das praxes do país recomendam-se e devem poder continuar a existir”, defende o dux da Universidade do Porto, Américo Martins – um dos mais antigos alunos do ensino superior em Portugal, com 40 matrículas. Também o dux da Universidade de Coimbra, João Luís Jesus, defende que em muitas instituições do ensino superior não há “algo que justifique as suas praxes”, fazendo cópias "com desvios" do que é feito na mais antiga universidade portuguesa. "Noutros sítios, sujam-se os caloiros com lama, ovos ou farinha, quando isso, em Coimbra, é expressamente proibido", explicou à agência Lusa.
“A praxe é muito mais do que aquilo que é mediatizado. Só se mostra um lado e não há preocupações em contextualizar [o que acontece]”, defende também a papa da Universidade do Minho, Maria Canelas. O dux do Porto diz, por isso, que é preciso “distinguir” entre o que é praxe “e aquilo que não é”. Por isso, recorda, há dois anos foi aprovado por nove academias um conjunto de princípios que devem regular este tipo de actividades.

http://www.publico.pt/portugal/noticia/veteranos-das-universidades-demarcamse-de-praxes-polemicas-1621332

publicado por contracorrente às 19:26

Editorial - Jornal Público
Pelo fim das praxes 28/01/2014 - 00:15

 

Os estudantes não estão sozinhos. Fortificando a sua posição a favor das praxes, está o silêncio ou a anuência do ministro, dos reitores, dos conselhos gerais, dos conselhos de veteranos, das associações e das federações académicas.
Quem praxa com violência não tem lugar na universidade, pública ou privada. A lei já existe e proíbe “a prática de actos de violência ou coacção física ou psicológica sobre outros estudantes” durante as praxes. Não são precisos tribunais. Basta que as universidades a apliquem. Sem medo de perderem a simpatia de alguns alunos, ou mesmo alunos e propinas. É o mínimo que um Portugal moderno e civilizado deve aos familiares dos jovens que perderam a vida no Meco.
http://www.publico.pt/sociedade/noticia/pelo-fim-das-praxes-1621337

publicado por contracorrente às 01:19

26
Jan 14

Será que o Ministro, à semelhança dos dirigentes das instituições, com a excepção notada do reitor da U. Minho, vai pedir batatinhas aos estudantes?

Não se vergue senhor ministro, fica mal!

 

Crato chama reitores e alunos para discutir praxes
por Ana Bela Ferreira

http://www.dn.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=3651859

O Ministério da Educação e Ciência (MEC) chamou "as associações de estudantes dos estabelecimentos de ensino superior, públicos e privados" para uma reunião "sobre praxes académicas", na sequência dos casos do Meco e da Universidade do Minho.

Ministério convoca estudantes e reitores para reunião sobre praxes
Samuel Silva 26/01/2014 - 13:07
http://www.publico.pt/portugal/noticia/ministerio-convoca-estudantes-e-reitores-para-reuniao-sobre-praxes-1621158
Ministério da Educação e Ciência quer debater com alunos e instituições as "melhores formas de prevenir este tipo de situações de extrema gravidade".

publicado por contracorrente às 17:06

25
Jan 14

Do recorte do jornal Público sobre a História da Praxe destacamos:

Em 1727, D. João V determina o seguinte: “Mando que todo e qualquer estudante que por obra ou palavra ofender a outro com o pretexto de novato, ainda que seja levemente, lhe sejam riscados os cursos.” Mas a praxe resiste.

Praxe, polémica e violência, uma história com séculos
Andreia Sanches 25/01/2014 - 22:45
Foi proibida pelo rei. Foi debatida nos jornais, de forma apaixonada, em diferentes momentos. Caiu com a crise académica. Emergiu com a massificação do ensino. Que praxe é esta?
http://www.publico.pt/sociedade/noticia/praxe-polemica-e-violencia-uma-historia-com-seculos-1621112#/0

publicado por contracorrente às 23:32

Pacto de silêncio sobre rituais nas praxes
por Joana Ferreira da Costa
http://sol.sapo.pt/inicio/Sociedade/Interior.aspx?content_id=97706
O pacto de silêncio em torno das praxes da Lusófona alarga-se aos antigos estudantes que integraram a Comissão Oficial da Praxe Académica (COPA).

 

Praxes: igual à máfia?
Vasco Pulido Valente
http://www.publico.pt/sociedade/noticia/praxes-igual-a-mafia-1620969
Numa altura em que pelo Ocidente inteiro se abandonavam as “praxes” pela sua brutalidade e pela sua absoluta falta de sentido no mundo contemporâneo, Portugal adoptou com entusiasmo essa aberração. Tanto as direcções como os professores não abriram a boca e menos puniram os delinquentes, que de resto não se escondiam e até se gabavam. Do Minho ao Algarve nasceu assim uma nova cultura, cada vez mais sádica e tirânica, que variava na proporção inversa da qualidade académica da instituição em que se criara. Nas cidades chegou ao seu pior.
O sr. ministro da Educação, depois de tantas trapalhadas, devia agora tratar da sua enegrecida reputação com um gesto limpo: (...) punir os responsáveis que deixaram crescer a barbaridade das “praxes”.


Um longo texto, por quem bem sabe escrever.

 

A abjecção das praxes
José Pacheco Pereira 25/01/2014 - 00:58
A praxe mata, às vezes o corpo, mas sempre a cabeça.

É-me pessoalmente repugnante o espectáculo que se pode ver nas imediações das escolas universitárias e um pouco por todo o lado nas cidades que têm população escolar, de cortejos de jovens pastoreados por um ou dois mais velhos, vestidos de padres, ou seja, de “traje académico”, em posturas de submissão, ou fazendo todo o género de humilhações em público, não se sabe muito bem em nome de quê.
Há índios com pinturas de guerra, meninas a arrastarem-se pelo chão, gente vestida de orelhas de burro, prostrações, derrame de líquidos obscuros pela cabeça abaixo, e uma miríade de signos sexuais, e gestos de carácter escatológico ou coprológico, que mostram bem a fixação dos rituais da praxe numa idade erótica que o dr. Freud descreveu muito bem.
A praxe mata, já tem matado, violado e agredido, enquanto todos fecham os olhos, autoridades académicas, autoridades, pais, famílias e outros jovens que aceitam participar na mesma abjecção. Já nem sequer é preciso saber se os jovens que morreram na praia do Meco morreram nalguma patetice da praxe, tanto mais que parece terem andado a seguir uma colher de pau gigante, fazendo várias momices, uma das quais pode ter-lhes custado a vida. Eu escreveria, como já escrevi noutras alturas, o mesmo, houvesse ou não houvesse o caso do Meco.
Tenho contra a praxe todos os preconceitos, chamemos-lhe assim, para não estar a perder tempo, da minha geração. A praxe quando estava na faculdade era vista como uma coisa de Coimbra, um pouco antiquada e parola, de que, felizmente, no Porto e em Lisboa não havia tradição. No Porto, onde estudava, havia um cortejo da Queima das Fitas e a percentagem de estudantes vestidos de padres com capa e batina aumentava por uma semana, mas durante o ano era raro ver tal vestimenta. A situação era variável de escola para escola, mas a participação em actividades ligadas com a praxe era quase nula. Aliás, qualquer ideia de andar a “praxar” os estudantes do primeiro ano era tão exótica como a aparição de um disco voador na Praça dos Leões.
Eu participei nessas escaramuças políticas, mas também culturais, e escrevi alguns panfletos, incluindo um, Queimar a Queima, que circulou pelas três universidades em várias versões e edições. Mas, na luta contra a praxe, tornava-se cada vez mais evidente já nessa altura que estava em causa não apenas a conjuntura desses anos de brasa estudantis, mas também uma recusa da visão lúdica e irresponsável da juventude, e que, se se tratava de um rito de passagem, era para a disciplina da ordem e da apatia política.
Ao institucionalizar a obediência aos mais absurdos comandos, a humilhação dos caloiros perante os veteranos, a promessa era a do exercício futuro do mesmo poder de vexame, mostrando como o único conteúdo da praxe é o da ordem e do respeito pela ordem, assente na hierarquia do ano do curso. Mas quem respeita uma hierarquia ao ponto da abjecção está a fazer o tirocínio para respeitar todas as hierarquias. Se fores obediente e lamberes o chão, podes vir a mandar, quando for a tua vez, e, nessa altura, podes escolher um chão ainda mais sujo, do alto da tua colher de pau. És humilhado, mas depois vingas-te.
http://www.publico.pt/sociedade/noticia/a-abjeccao-1621031

 

Versão mais extensa:

http://abrupto.blogspot.pt/2014/02/a-abjeccao-das-praxes-ver-nota-e-me.html

publicado por contracorrente às 09:05

24
Jan 14

Pais de jovens que morreram no Meco reúnem-se este sábado para decidir “próximo passo”
http://www.publico.pt/portugal/noticia/pais-de-jovens-que-morreram-no-meco-vaoreunirse-no-sabado-para-decidir-proximo-passo-1620835
Catarina Gomes
24/01/2014 - 07:34
Conselho de Oficial da Praxe Académica da Universidade Lusófona de Lisboa ainda não deu resposta às perguntas dos pais.
 

Houve apenas um sobrevivente do grupo dos sete que foram passar o fim-de-semana a Aiana de Cima, o então dux do COPA, o chefe máximo da praxe.

 

Vítimas do Meco vistas a rastejar com pedras nos tornozelos
http://www.dn.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=3648828
por Roberto Dores

Moradores de Aiana de Cima, onde o grupo tinha casa alugada, viram estudantes a serem humilhados e chamaram a atenção. "Isto é uma praxe. Não se meta", foi a resposta.

O relato é feito ao DN por Cidália Almeida, uma das vizinhas de um terreno baldio na rua das Flores, a cerca de 300 metros na casa que tinham arrendado para o fim-de-semana. "Aquilo intrigou-nos tanto, porque ninguém percebia o que estavam ali a fazer sete jovens, com trajes académicos, mas a rastejar pela terra e com pedras presas nos tornozelos."


22
Jan 14

A tragédia já ocorreu há uns dias mas as notícias continuam a cair. Se até ontem ainda existia o pressuposto "in dubio pro reo", agora começa a ser evidente um trágico facto. Mais um, mas este de uma dimensão nunca antes vista.

Estranhamos que os dirigentes da instituição pouco ou nada digam, limitando-se a um inquérito para um lavar de mãos?

E da tutela, do ministério, nada?

Será isto suficiente ante seis, seis!, mortes.

Há claras evidências de um crime muito grave, moral e também material, por infelizmente se ter consumado.

A vida destes pais não mais será igual. E a pergunta que tantas vezes aqui repetimos fica no ar: ATÉ QUANDO?

 

Actualização em relação a post anterior:

 

Antigo responsável pelo conselho de praxes da Universidade Lusófona diz que era habitual organizarem fins-de-semana, pelo menos uma vez por ano.

http://www.publico.pt/sociedade/noticia/investigacao-ao-acidente-do-meco-muda-de-maos-e-passa-a-estar-em-segredo-de-justica-1620599

Nesse fim-de-semana, o dux ainda era João Gouveia. O estudante tem-se remetido ao silêncio, está a receber acompanhamento psicológico, mas os pais das vítimas já fizeram um ultimato, que dirigiram ao COPA. Querem que alguém lhes diga como é que os filhos morreram. Dão um prazo: quinta-feira. Caso contrário, ameaçam com outras medidas, desde jurídicas à divulgação de mais informações para a comunicação social. Uma das grandes dúvidas é se os jovens estavam ou não no mar na madrugada de dia 15 e se isso constaria de uma praxe, diz Fátima Negrão, mãe de uma das vítimas.

 

Pais de jovens que morreram no Meco fizeram ultimato ao conselho de praxe da Lusófona
http://www.publico.pt/sociedade/noticia/pais-de-jovens-que-morreram-no-meco-fizeram-ultimato-ao-conselho-de-praxe-da-lusofona-1620561

João Gouveia, o dux que liderava a comissão de praxes na altura do ocorrido, e que é o único sobrevivente, vai ser ouvido pela Polícia Marítima de Setúbal em quem o Ministério Público delegou a audição.

 


21
Jan 14

Praxe volta a matar? Já não seria a primeira vez.

E até quando os dirigentes das academias toleram a existência e a impunidade destas personagens nas suas instituições?

Se é válido o princípio jurídico "in dubio pro reo", não deixa de ser menos válido o princípio de autoria moral, no caso por omissão, por não aplicação dentro das academias da lei civil, para não as transformar em espaços de exclusão ou excepção, onde um traje negro autoriza todos os actos obscuros.

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"Lusófona abre inquérito para esclarecer morte de estudantes na praia do Meco"

http://m.tsf.pt/m/newsArticle?contentId=3642362&page=1

http://www.rtp.pt/noticias/index.php?article=710955&tm=8&layout=122&visual=61

 

Comissão da Praxe em silêncio
Antes, nem a Universidade Lusófona nem a associação académica da instituição comentaram as notícias várias que têm vindo a público, nomeadamente as avançadas pelo Jornal de Notícias e pelo Correio da Manhã, de que esteve mais uma pessoa na praia além do sobrevivente e de que na sexta-feira o Dux da Comissão de Praxes foi “destituído” pelos colegas, na sequência deste caso.

“A Académica Lusófona nada tem a ver com as Praxes Académicas, sendo essa actividade praticada e desenvolvida apenas pela COPA [Comissão Organizadora da Praxe Académica]”, respondeu a académica, por e-mail.

“Neste momento, o responsável pela COPA é o Dux Honorário Fábio Jerónimo, pelo que ele é o único que pode responder às vossas questões (não temos qualquer tipo de contacto do mesmo)”, acrescenta.

 Entre os alunos que não responderam às tentativas de contacto está ainda João Miguel Gouveia, que tem sido identificado como o Dux à data do acidente e que foi o único a sobreviver à tragédia. O PÚBLICO sabe que este estudante tem estado a receber apoio psicológico, considerando o técnico que o acompanha que ele ainda não está em condições de falar sobre o que aconteceu no Meco. Fábio Jerónimo estará agora a substitui-lo na comissão de praxe.

http://www.publico.pt/sociedade/noticia/so-uma-das-seis-vitimas-mortais-do-meco-foi-sujeita-a-despiste-de-drogas-e-alcool-1620446#/0

 

 


20
Jan 14

Praxes no PÚBLICO

http://www.publico.pt/praxe-academica

 

Veteranos das universidades demarcam-se de praxes polémicas
http://www.publico.pt/portugal/noticia/veteranos-das-universidades-demarcamse-de-praxes-polemicas-1621332

PJ quer reconstituir tragédia para confrontar sobrevivente
http://www.dn.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=3654540

Bastonária diz que Emídio Guerreiro fez declarações precipitadas
http://www.dn.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=3655306

    Dux diz que se fizeram cópias mal feitas daquilo que é a praxe
http://www.dn.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=3653787

    Universidades "formam cidadãos e não militares"
http://www.dn.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=3653603

    Faculdade de Ciências do Porto proíbe praxes
http://www.dn.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=3653565

    O que se passou no Meco "não é praxe académica"
http://www.dn.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=3653454

    Marcelo compara praxes ao bullying
http://www.dn.pt/politica/interior.aspx?content_id=3652752

    "A praxe é uma coisa muito estranha"
http://www.dn.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=3652311

    Crato chama reitores e alunos para discutir praxes
http://www.dn.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=3651859

    Pais de vítimas do Meco sem informações do sobrevivente
http://www.dn.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=3651751


    Família do sobrevivente do Meco conta como foi acidente
http://www.dn.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=3650799

PJ quer reconstituir tragédia para confrontar sobrevivente
http://www.dn.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=3654540

 

La policía asocia la muerte de seis jóvenes en Portugal a una novatada

Antonio Jiménez Barca Lisboa 1 FEB 2014 - 17:16 CET
http://sociedad.elpais.com/sociedad/2014/02/01/actualidad/1391271417_298916.html
Esto ha levantado una agria polémica sobre las novatadas, una extendida práctica que prospera en Portugal gracias a la aceptación de gran parte del alumnado, a la permisividad de las autoridades académicas y a la tibieza de los responsables políticos.

Praxes / Novatadas no El País

http://sociedad.elpais.com/tag/novatadas/a/

publicado por contracorrente às 00:44

15
Jan 14

A propósito de um caso de "bullying":

""Queremos apurar os factos", disse na terça-feira o ministro da Educação [Nuno Crato], classificando o "bullying" como "um fenómeno intolerável" nas escolas. "

http://www.publico.pt/sociedade/noticia/ministerio-publico-abre-inquerito-para-apurar-causas-da-morte-de-aluno-de-braga-1619788

publicado por contracorrente às 18:04

06
Jan 14

Ministério Público pede absolvição para cinco dos oito arguidos no caso do Colégio Militar

Procuradora deixa cair acusação de maus tratos, o que deixa estarrecido advogado dos queixosos.

[Para a magistrada] ficaram [...] provadas as agressões praticadas [...] os réus são apenas culpados de ofensas corporais simples.
http://www.publico.pt/sociedade/noticia/ministerio-publico-pede-absolvicao-para-cinco-dos-oito-arguidos-no-caso-do-colegio-militar-1618601

publicado por contracorrente às 18:43

01
Mar 13

O Conselho de Veteranos da Universidade de Coimbra actualizou o código de praxe, que passa a proibir expressamente a praxe dos caloiros durante o seu horário de aulas, a pintura dos novatos e qualquer forma de violência sobre eles, explica João Luís Jesus, dux veteranorum (responsável pelo Conselho de Veteranos, com 23 matrículas na universidade).

http://www.publico.pt/sociedade/noticia/veteranos-apertam-regras-da-praxe-na-universidade-de-coimbra-1586283

publicado por contracorrente às 17:10

13
Nov 12

Que sirva de bom exemplo...

Universidade Lusíada obrigada a indemnizar família de aluno que morreu após praxe

A Relação do Porto confirmou uma decisão do tribunal de Famalicão que obriga a Universidade Lusíada a indemnizar os pais de um aluno que morreu após ser submetido a uma praxe, disse hoje fonte ligada ao processo.

Em acórdão datado de quinta-feira, que a agência Lusa consultou hoje, a secção cível da Relação do Porto julga improcedente uma apelação da universidade, confirmando a sentença recorrida, que condena a ré a pagar mais de 90 mil euros aos familiares de Diogo Macedo.

A vítima frequentava o 4.º ano de Arquitetura do pólo de Famalicão da Universidade Lusíada e era «tuninho» (membro de categoria inferior) na tuna daquele estabelecimento de ensino superior.

 

A vítima, então com 22 anos de idade, frequentava o 4.º ano do curso de Arquitectura do pólo de Famalicão da Universidade Lusíada, mas nunca passara de caloiro na tuna daquele estabelecimento de ensino superior. Por causa disso, seria alvo frequente de praxes perpetradas pelos colegas mais velhos.

Diogo sentiu-se indisposto após ser praxado, numa noite de ensaios da tuna, em 8 de Outubro de 2001, e foi conduzido ao Hospital de Famalicão. Esteve em coma e morreu sete dias depois, já no Hospital de S. João, no Porto.

 

Diário Digital / Lusa / Jornal Público

http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?id_news=601623

 

http://publico.pt/Sociedade/universidade-lusiada-obrigada-a-indemnizar-familia-de-aluno-que-morreu-apos-praxe-1572356

publicado por contracorrente às 20:52

01
Out 12

A pessoa certa no lugar certo faz a diferença, faz absoluta diferença.

Chegou-nos só agora à mão esta informação e a atitude dos veteranos (eufemismo para designar não necessariamente os que reprovam mas os cábulas), no discurso de recepção aos novos alunos pelo reitor da Universidade do Minho, o professor António Cunha.

Do qual destacamos a afirmação:

"Peço o vosso compromisso com os princípios e valores do código de conduta ética da Universidade do Minho".
O reitor, Prof. António Cunha, orgulha-se da sua instituição ter uma grande atractividade. Se este for também o motivo é simples, que outros lhe sigam o exemplo.

> Jornal Público, 18 de Setembro de 2012 (edição impressa): "Veteranos" em protesto recusam ouvir reitor.

>Jornal Correio da Manhã (17 Set. 2012): Universidade e estudantes têm estado de costas voltadas por causa das praxes académicas, desde que no ano passado a reitoria aprovou um novo código de ética que proibe as praxes dentro dos recintos universitários.

Universidade e estudantes têm estado de costas voltadas por causa das praxes académicas, desde que no ano passado a reitoria aprovou um novo código de ética que proibe as praxes dentro dos recintos universitários.

http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/nacional/ensino/doutores-abandonam-cerimonia-em-protesto


30
Set 12

Pai da caloira internada depois de praxe diz que a filha sempre foi saudável
29.09.2012 - 11:44 Por Carlos Dias
Decorridos três dias sobre o incidente que a conduziu aos cuidados intensivos do hospital de Beja, uma jovem caloira vítima de um evento cardíaco ainda não tem diagnóstico sobre o que terá precipitado o problema, referiu a porta-voz da unidade hospitalar.

Contudo, os relatos de violência física e coacção psicológica são uma constante nas praxes realizadas por vários cursos do IPB. Sobre esta praxe em concreto, não foi possível encontrar quem descrevesse os pormenores sobre como decorreu.
Um ex-aluno da ESTIG, João Malveiro, enviou ao PÚBLICO um depoimento sobre a sua própria experiência durante a praxe a que foi sujeito no ano lectivo de 2008/2009:
"Nesse dia assisti a algumas cenas menos felizes por parte dos praxantes, desde obrigarem caloiros a partilhar cebolas como refeição, caloiros pintados com marcadores Raidex, que são utilizados em gado, constante abuso quer físico quer psicológico. Cheguei mesmo a assistir a raparigas a serem passeadas pelos praxantes com uma trela e de gatas em terreno hostil. Os caloiros neste Politécnico são sujeitos a uma pressão esmagadora por parte dos alunos mais antigos."
As notícias entretanto veiculadas e que faziam referência a antecedentes cardíacos da jovem foram refutadas pelo pai que, em declarações ao PÚBLICO, garantiu que a filha "era uma jovem saudável" sem outras doenças que não vulgares constipações. Tem 25 anos e é mãe de uma filha com três anos. O pai descreveu que tanto na gravidez como no parto e na maternidade "nunca foi observada qualquer anomalia no coração, nem tensão alta teve".

A jovem está em estado crítico.  Num comunicado enviado pelo IPB aos órgãos de comunicação social é descrita a "consternação" que afectou "todos os responsáveis, estudantes e demais colaboradores" quando tomaram conhecimento da "doença súbita" da jovem caloira. Neste sentido, a direcção da escola decidiu "suspender simbolicamente todas as actividades integradas no período de recepção aos novos alunos". Nem uma palavra sobre os "excessos" que foram cometidos durante a praxe.
http://www.publico.pt/Sociedade/pai-da-caloira-do-politecnico-de-beja-garante-que-a-filha-sempre-foi-saudavel-1565108

publicado por contracorrente às 03:13

Das notícias recentes, reproduzimos aqui algumas das justas afirmações nas caixas de comentários:

 

Tereza Knapic . 29.09.2012 13:57
a praxe é uma prática fascista
quando se obriga alguém a fazer aquilo que queremos apenas porque a nossa posição hierárquica é superior e quando o que se obriga alguém a fazer é "não normal" (não saímos á rua pintados com marcadores nos braços, nem de mão dada com estranhos, nem aos berros - só para referir alguns dos exemplos considerados... normais) estamos a sujeitar o outro a uma humilhação em maior ou menor escala; e isso, doa a quem doer, tem um nome: fascismo. O que é curioso é que são os mais jovens que têm a mania que entendem todas as dimensões da palavra Liberdade que demonstram não perceber de todo o que é; liberdade e respeito pelo outro são quase sinónimos. Numa sociedade verdadeiramente livre e defensora dos direitos de cada um, estes praxadores seriam acusados judicialmente de tentativa de homicídio.

Ângelo Miguel . 29.09.2012 12:39
Façam como se deve fazer numa situação
destas. Acusem de tentativa de homicídio involuntário. Cabe à procuradoria geral da república investigar e proferir uma acusação. E cabe ao instituto politécnico abrir um processo disciplinar conducente à expulsão dos alunos envolvidos. Basicamente cumpra-se o que está estipulado na lei.

Anónimo , Lisboa. 29.09.2012 16:27
É uma vergonha!
Os dirigentes das universidades, faculdades, institutos e politécnicos que tenham coragem e: a) proíbam as praxes no interior dos edifícios e nos recintos adjacentes; b) obriguem a cumprir um código muito estrito, avisando claramente os caloiros de que não são obrigados a submeter-se às praxes; c) chamem a polícia e processem os envolvidos em casos de abusos; d) estabeleçam sancções disciplinares pesadas para quem abuse da sua posição; e) coloquem funcionários e professores a supervisionar algumas das praxes para controlar os excessos. Infelizmente, não acredito que haja coragem e vontade para isto. Os praxados e as pessoas que sofreram excessos deviam antes iniciar queixas formais quer contra colegas, quer contra as instituições de ensino, quer ainda contra o ministério.

publicado por contracorrente às 02:30

28
Set 12

Talvez só quando alguém se sentar no banco dos réus, autores e cúmplices.

 

Caloira acaba no hospital de Beja depois de praxe
28.09.2012 - 14:12 Por Carlos Dias, Romana Borja-Santos
A estudante matriculada na Escola Superior de Tecnologia e Gestão (ESTIG), do Instituto Politécnico de Beja (IPB), que ficou inanimada depois de ter participado numa praxe académica na quarta-feira, já teria problemas cardíacos, confirmou ao PÚBLICO uma fonte do Hospital José Joaquim Fernandes de Beja. Dois dias depois do incidente, a aluna de 25 anos continua internada na unidade de cuidados intensivos polivalentes do Hospital de Beja com “problemas cardíacos não especificados” e com prognóstico “muito reservado”, revelou a mesma fonte. Na sequência do incidente que vitimou a jovem estudante de Beja, o presidente do IPB, Vito Carioca refere num comunicado divulgado esta sexta-feira que a instituição “decidiu suspender simbolicamente todas as actividades integradas no período de recepção aos novos alunos”, depois de ter tomado conhecimento da doença súbita de uma das estudantes do IPB.

O PÚBLICO assistiu a uma dessas praxes. Na mata municipal perto da ESTIG, um jovem foi obrigado a fazer flexões com as pontas dos pés e as mãos apoiadas em tijolos rodeado de veteranos e veteranas que o visavam com impropérios ofensivos. Quando terminou o "exercício", estava completamente exausto e alagado em suor e com dificuldade em aguentar-se de pé.

http://www.publico.pt/Local/caloira-acaba-no-hospital-de-beja-depois-de-praxe-1564956

publicado por contracorrente às 16:45

02
Set 12

Um auto-denominado CNTA - Conselho Nacional de Tradições Académicas- "espera poder ter uma relação mais pacífica com Nuno Crato [do que com Mariano Gago, que publicamente condenou estas práticas], pelo que o convidou para a cerimónia de apresentação da comissão e da sua carta de princípios".

 

"Os reitores das academias que subscreveram o documento também vão receber um convite para a sessão".

 

http://www.publico.pt/Educa%C3%A7%C3%A3o/nove-universidades-terao-praxe-guiada-por-principios-comuns-1560777

Também vamos gostar de saber e escrever o nome dos "magníficos" reitores que subscreveram o documento, abrindo a excepção às leis do Código Civil dentros do campus académico. É que quando alguém levar autores da praxe a tribunal, o que já aconteceu, pode agora estender a acção também aos autores morais, aos signatários.

 

"O documento será tornado público no dia 8 de Setembro, numa cerimónia agendada para o Páteo das Escolas das Universidade de Coimbra".

 

Vamos estar atentos.

publicado por contracorrente às 01:41

O Dux Veteranorum do Porto, nome que faz parte do folclore das praxes, lidera um movimento para criação de um documento que sirva de base às praxes e que preserve o "respeito pela dignidade humana".

http://www.publico.pt/Educa%C3%A7%C3%A3o/nove-universidades-terao-praxe-guiada-por-principios-comuns-1560777

 

Estamos curiosos, muito curiosos, em conhecer essa grande novidade.

Essa grande atitude filantrópica terá certamente direito ao prémio de Direitos Humanos.

publicado por contracorrente às 01:35

22
Ago 12

Estatutos em residência universitária de Lisboa devem deixar cair praxes

 

"Se calhar, não faz sentido as praxes constarem de um documento oficial", como acontece hoje.

 

Os estatutos da António Aleixo prevêem que haja praxes na residência. Este documento [foi] proposto pelos alunos e aprovado pelos SASUL.

A referência das praxes nos estatutos não é, de resto, uma originalidade da António Aleixo. Haverá "mais uma ou duas que têm alusão a isso", segundo os SASUL.


http://jornal.publico.pt/noticia/22-08-2012/estatutos-em-residencia-universitaria-de-lisboa-devem-deixar-cair-praxes-25113765.htm

publicado por contracorrente às 20:01

31
Mai 12

O dito CVUC - Conselho de Veteranos da Universidade de Coimbra - decreta a "supensão da praxe durante os próximos três e quatro períodos".

A bem dizer: o CVUC sacode a água do capote pela autoria moral da clara e explícita "Praxe de Gozo e de Mobilização".

Arriscar-se-ia a sentar-se no banco dos réus. Assim, no reino dos brandos costumes, quem tem capa sempre escapa.

 

Conselho de Veteranos de Coimbra suspende oito estudantes por causa de praxes
30.05.2012 - 12:47 Por João d´Espiney
Oito estudantes da Universidade de Coimbra (UC) foram suspensos do exercício da praxe durante os próximos três e quatro períodos, consoante os casos.

http://publico.pt/Educa%C3%A7%C3%A3o/conselho-de-veteranos-suspende-oito-estudantes--1548198

publicado por contracorrente às 01:50

16
Abr 12

Vamos esperar para ver. Se a intenção se converte em acto.

É um bom princípio, vamos aguardar que tenha consequências e um bom fim.

 

Reitor de Coimbra rejeita violência nas praxes

O reitor da Universidade de Coimbra, João Gabriel Silva, considera “completamente inaceitável qualquer tipo de violência” na praxe académica, com os docentes a defenderem a criação de um gabinete de apoio aos alunos visados.
“Os relatos que tenho visto são no sentido de ter havido actos de violência”, lamenta o reitor, numa alusão a queixas de alunos, que levaram o Conselho de Veteranos a abrir um inquérito e a suspender, “por tempo indeterminado”, a chamada Praxe de Gozo e de Mobilização, ou seja, a interação dos “doutores” com os caloiros.

O dux veteranorum entende que participar na praxe implica “civismo, juízo e educação, exige uma postura de cavalheiros, no sentido figurado”.
http://publico.pt/Educa%C3%A7%C3%A3o/reitor-de-coimbra-rejeita-violencia-nas-praxes-1542306

publicado por contracorrente às 23:58

31
Mar 12

Violência
Praxe suspensa em Coimbra após agressões a duas alunas
31.03.2012 - 17:51 Por PÚBLICO

As duas “caloiras” do curso de Psicologia foram esbofeteadas e cabeceadas por um aluno mais velho, que conduzia uma praxe na madrugada de quinta-feira da semana passada, escreve o Jornal de Notícias. Segundo as testemunhas anónimas citadas pelo diário, as alunas recusaram-se a participar, devido à hora avançada, o que não foi aceite. De seguida, o colega tê-las-á obrigado a assinar um documento que as impediria de participar em futuras actividades académicas.

A violência usada pelo aluno mais velho levou as duas “caloiras” ao hospital, para receber cuidados médicos, e depois à apresentação de uma queixa formal na polícia contra o agressor. As jovens, que foram ainda examinadas no Instituto de Medicina Legal, pretendem levar o caso a tribunal.

http://publico.pt/Sociedade/atitudes-desviantes-conduzem-a-suspensao-da-praxe-academica-em-coimbra-1540221#Comentarios

 
Praxe suspensa em Coimbra devido à agressão violenta a duas alunas

http://www.jn.pt/PaginaInicial/Sociedade/Educacao/Interior.aspx?content_id=2395540&page=-1

publicado por contracorrente às 23:06

05
Fev 12

Destaque para uma interessante reportagem de Mariana Correia Pinto, no site P3 do Público.

A quem agradecemos o contacto. Para ver a reportagem basta seguir o link.

 

> From: Mariana.Pinto@publico.pt
> Date: Mon, 30 Jan 2012 15:23:46 +0000
> Subject: reportagem P3/ PÚBLICO
> Boa tarde,
> Sou jornalista do P3, o novo site do PÚBLICO, e temos hoje um trabalho sobre o documentário do Bruno Moraes Cabral, o Praxis.
http://p3.publico.pt/cultura/filmes/2098/praxe-o-desejo-de-obedecer-hoje-para-comandar-amanha
> Estou a recolher algumas reacções a este documentário - e sobre a praxe em geral - e gostava de falar convosco. Têm algum contacto para onde possa ligar durante a tarde de hoje?
> Melhores cumprimentos,
> Mariana Correia Pinto

publicado por contracorrente às 20:30

03
Fev 12

"Bem vindo à Escola dos Líderes"
Por Manuel Loff

Como é possível que milhares de jovens que entram anualmente no ensino superior, se sujeitem a semelhante humilhação?

Há dias participei no Porto num debate sobre o documentário Praxis que o realizador Bruno Cabral dedicou à observação da chamada "praxe académica", e que foi projetado por proposta da Associação Milímetro. O filme ganhou o prémio do DocLisboa para a melhor curta-metragem nacional, não está em circuito comercial, e foi apresentado apenas em debates, em universidades ou fora delas, e na própria Assembleia da República.

Aquilo a que se tem chamado "praxe" é essa série de práticas mais ou menos ritualizadas de que são alvo (para não dizer diretamente "vítima") os estudantes recém-entrados nas escolas de ensino superior, antes mais ou menos restritas a Coimbra, mas que hoje, 30-40 anos passados sobre o seu desaparecimento, em plena contestação da ditadura e durante o processo revolucionário, se generalizaram a um conjunto de escolas e de cidades incomparavelmente mais diverso do que no passado.

A filosofia do documentário (de que Carlos Isaac é diretor de fotografia) é mesmo a de mostrar, cruamente, com o cuidado de não recorrer a qualquer discurso interpretativo. O que nos permite, aliás, obriga, a tomar partido. A câmara mostra-nos práticas de gosto completamente duvidoso (obrigar estudantes a comer alho até ao vómito, para conseguir, na linguagem dos "veteranos" que organizam e supervisionam a cena, a sua "desparasitação"; despejar garrafões de vinho sobre estudantes seminus; enfarinhá-los; vendá-los; obrigá-los a demonstrar a sua maturidade através da ingestão de álcool; ...) que estão muito longe de nos surpreenderem. O mais revoltante, contudo, é toda a representação de um ambiente de caserna que transforma uma experiência tão entusiasmante quanto deveria ser a dos primeiros meses de entrada na universidade numa simulação reles de uma recruta de tropa especial, integrando o pior, o mais violento, o mais indignante, da cultura militar. Grita-se permanentemente ao "caloiro" que ele não pode "olhar nos olhos dos veteranos"; reúnem-se centenas de estudantes num "juramento de praxe" no qual se exige aos "caloiros" declarações solenes de obediência a outros estudantes que, um/dois anos mais velhos, se tanto, por terem passado pelas mesmas experiências humilhantes, pensam ter ganho o direito de as infligir a outros recém-chegados. Entoam-se refrões com que se pretende sublinhar a "superioridade" de uma determinada escola/curso, que podem chegar a impronunciáveis grosserias que, permitam-me, fazem rimar a sigla ISCTE com órgãos sexuais masculinos sempre em pé...

Sucedem-se exercícios a que se obriga os recém-entrados, repetidos até à náusea, numa auto-humilhação que os torna terrivelmente constrangedores, quase todos centrados numa paródia psicótica da sexualidade: forçam-se estudantes a repetir, um a um, perante os seus colegas, em cima de uma mesa, quadras grosseiras sobre o seu pretenso gosto em práticas homossexuais; simulam-se em público, perante centenas de colegas, atos sexuais, enquanto os "caloiros" verbalizam expressões de prazer que lhes são impostas; num caso, um "caloiro" deve esfregar terra e bosta húmidas no cabelo de uma colega sua e simular que a penetra analmente...

O filme deixa-nos incrédulos. Como é possível que milhares de jovens que entram anualmente no ensino superior, se sujeitem a semelhante humilhação psicológica, afetiva, física?! E como é possível que banais estudantes universitários (que não são propriamente membros de seitas neonazis ou de claques de futebol) a pratiquem, em Portugal, no séc. XXI? É um jogo, dizem-me, uma "brincadeira". Na qual, para espanto meu (ou talvez não...), não há um sorriso, uma gargalhada da parte das vítimas/protagonistas deste disparate todo, o que é parte intrínseca do ritual! Grita-se, insulta-se, suja-se, magoa-se... Um teatro da provação, da submissão do dominado a quem se exige que a aceite, e da tortura sádica da parte do que representa o papel do dominador. Digam-nos o que disserem, é inaceitável não se perceber as consequências psicológicas e morais de semelhantes rituais.

A grande maioria destes rituais foram filmados (e são realizados) dentro das faculdades, ou no perímetro imediatamente exterior, o que incumpre abertamente a lei. Não há como evitar perceber que eles se fazem. Desolador é ver, por exemplo, um padre que fala a "caloiros", sentados no chão, vestidos de forma absurda e vigiados pelos "veteranos", de pé. O sacerdote repete-lhes que "praxe tem uma dimensão de integração" (tese atrás da qual se protege quem a organiza) e perora sobre a distinção entre a "verdadeira" e a "falsa alegria" naquela que se designa a "bênção ao caloiro"...

Rituais de iniciação a que se submeteram, e submetem, aprendizes e todo o tipo de recém-chegados a profissões, ciclos de estudo e de formação militar ou outra, existiram ao longo dos tempos e dispersos por modelos de sociedade muito diversos. Tal não as faz mais aceitáveis. Sempre produziram violência, física e psicológica, ferimentos, mortes. Nas universidades, são erroneamente descritas como produto de uma pretensa "tradição académica" que não passa de uma adaptação a cada momento histórico da aplicação prática de valores e princípios mais ou menos dominantes em determinada comunidade. É arrepiante perceber que aqui esses valores são os da legitimidade e bondade de uma humilhação que permite à vítima poder sentir-se parte do grupo, da confusão entre "integração" e "submissão" a uma autoridade absurda. De uma "praxe incutidora de valores", que "nos ajuda nesta grande escola de vida que é a Universidade", fala uma caloira, que agradece, de joelhos e autodescrevendo-se como "reles bicho", aquilo por que a tinham feito passar.

Num átrio em que se realizam algumas destas práticas, em letras garrafais, alguém escreveu: "Bem vindo à Escola dos Líderes". É o ISCTE. Por acaso. Podia ser qualquer outra...

 

http://jornal.publico.pt/noticia/02-02-2012/bem-vindo-a-escola-dos-lideres-23904084.htm

publicado por contracorrente às 00:57

30
Out 10

Bullying pode dar prisão se o agressor tiver mais de 16 anos

29.10.2010

 

Um aluno com mais de 16 anos que cometa um acto tipificado como bullying poderá ser condenado a uma pena de prisão até cinco anos. Se dos actos praticados resultar a morte da vítima, a pena "poderá ser agravada entre três e dez anos", segundo a proposta de criminalização da violência escolar, aprovada ontem na generalidade em Conselho de Ministros (CM).

 

O documento, que vai agora ser discutido entre os parceiros sociais, antes de ser submetido à Assembleia da República, abrange "os maus tratos físicos ou psíquicos, incluindo castigos corporais, privações da liberdade e ofensas sexuais a qualquer membro da comunidade escolar a que também pertença o agressor".

 

A tipificação da violência escolar como crime público (deixando de exigir queixa para ser investigado) foi suscitada pelo procurador-geral da República, Pinto Monteiro, em Março.

 

http://publico.pt/Educa%C3%A7%C3%A3o/bullying-pode-dar-prisao-se-o-agressor-tiver-mais-de-16-anos_1463395

publicado por contracorrente às 22:00

13
Fev 10
Cinco anos de prisão para veterano que violou "caloira"

Crime no Enterro da Gata de 2008

 

Por Samuel Silva

Um colectivo de juízes do Tribunal de Braga condenou, anteontem, um antigo estudante da Universidade do Minho a cinco anos de prisão efectiva, dando como provada a violação de uma colega mais nova durante as festas académicas de 2008. O autor do crime era um veterano da licenciatura em Engenharia Biomédica, que abusou de uma "caloira" do mesmo curso durante o Enterro da Gata.

A vítima, então com 18 anos, foi agredida e violada pelo colega de curso, que na altura tinha 25 anos. O crime aconteceu de madrugada, dentro do recinto de concertos dos festejos académicos do Minho, na zona envolvente ao estádio municipal de Braga.

A moldura penal prevista para o crime de violação varia entre de três a dez anos de prisão. A sentença do Tribunal de Braga condena o jovem a uma pena efectiva de cinco anos de cadeia, que é ainda acrescida da obrigatoriedade de indemnizar a vítima em 35 mil euros por danos morais e patrimoniais. A não apresentação de sinais de arrependimento durante o julgamento e a conduta fria nas quatro sessões de audiência pesaram na decisão do colectivo de três juízes que julgou o caso.

A decisão foi recebida com agrado pela vítima. O advogado da jovem, Paulo Ferronho, considera que se "fez justiça". "Trata-se de um crime grave em que não foi dada a hipótese de pena suspensa, algo que deixou a minha cliente satisfeita", diz o jurista, esperando que desta forma a vítima possa ultrapassar o trauma causado pela violação.

A estudante acabou por desistir do curso em Braga, tendo pedido transferência de universidade, por se recusar a voltar à cidade face aos danos psicológicos sofridos. A decisão do colectivo de juízes está a ser analisada pelo representante do ex-estudante condenado, Rui Martins, que não decidiu ainda se haverá ou não recurso da sentença.

http://jornal.publico.clix.pt/noticia/13-02-2010/cinco-anos--de-prisao-para-veterano-que-violou-caloira-18790641.htm

 

publicado por contracorrente às 11:34

11
Nov 09
"Basta pum basta!!!
Morra o Dantas, morra! Pim!"
 
in Manifesto Anti-Dantas, Almada Negreiros
 
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Depois das recomendações do Ministério do Ensino Superior Politécnico de Viseu proíbe praxes nas suas instalações

11.11.2009 - 09:36 Por Lusa

 

O presidente do Instituto Politécnico de Viseu (IPV), Fernando Sebastião, proibiu as praxes académicas nos edifícios e espaços envolventes das escolas da instituição para não “dar facilidades” aos alunos para cumprirem esta tradição. A decisão, que consta num despacho de 30 de Outubro, prendeu-se “com as recomendações do ministro [da Ciência, da Tecnologia e do Ensino Superior) e com o impacto negativo para a imagem do instituto” que tiveram notícias recentes sobre a existência de alegados “negócios lucrativos” de membros do Conselho de Viriato com os bares para onde levam os caloiros, justificou Fernando Sebastião. “O ministro recomendou que não fossem dadas facilidades relativamente às actividades de praxe e avisou que, se houver denúncia de humilhação dos alunos, comunicará ao Ministério Público. Ora, se permitirmos as actividades, estamos a facilitá-las”, considerou, aludindo à mensagem enviada por Mariano Gago aos responsáveis máximos das universidades públicas e privadas e dos politécnicos. Fernando Sebastião admitiu que, na sua decisão, pesou a denúncia anónima que apontou o dedo a elementos do Conselho de Viriato (nomeadamente à sua presidente), que estariam a lucrar à conta dos caloiros e que levou mesmo a Associação Académica a suspender a praxe. “A única medida que eu podia tomar era não autorizar as actividades de praxe”, frisou. No que respeita a este assunto, contou que o ministro lhe enviou “cópias de recortes das notícias de jornais” e “mostrou preocupação pela situação”. “Acho que depois de tudo isto os dirigentes associativos estão preocupados com a situação e não querem abusos, nem que a academia esteja na praça pública por maus motivos”, considerou, contando que houve quem não tivesse gostado da sua decisão e quem achasse que “já devia ter sido tomada há mais tempo”. O presidente da Associação Académica do Instituto Politécnico de Viseu, Rafael Guimarães, escusou-se a dizer se concorda ou não com o despacho de Fernando Sebastião. “Já havia algumas escolas que proibiam a prática de praxe, nomeadamente a Superior de Tecnologia e a de Tecnologia e Gestão de Lamego. Foi uma questão de estender isso às restantes escolas do Politécnico”, disse apenas, disposto a dar o assunto das praxes por encerrado.

 

http://publico.pt/Educa%C3%A7%C3%A3o/politecnico-de-viseu-proibe-praxes-nas-suas-instalacoes_1409334

 

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De acordo com o Blog do M.A.T.A. esta posição tinha também já sido assumida em comunicado pelo Director da FEUP, Carlos A. Veiga da Costa.

 

Despacho n.º 3/2009 No quadro das instruções recebidas do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior relacionadas com as praxes académicas, do despacho do Senhor Reitor da Universidade, a Direcção da FEUP lançou um aviso a toda a comunidade académica, sublinhando a obrigatoriedade de todos os estudantes envolvidos nas praxes observarem as condições que garantissem o desenrolar normal e sereno dessas actividades. Tendo-se verificado, ainda assim, o não cumprimento integral do referido aviso, determino a cessação imediata de toda e qualquer actividade no âmbito das praxes académicas dentro das instalações da FEUP.

 

Porto e FEUP, 30 de Outubro de 2009

 

http://blogdomata.blogspot.com/2009/11/apesar-de-nao-considerarmos-ser-melhor.html

 

publicado por contracorrente às 18:20

01
Nov 09

O Conselho de Veteranos (CV) de Coimbra, que zela pela aplicação da praxe como meio de integrar os caloiros na academia, rejeita todas as práticas ilegais que “ultrapassem os limites”.

 

O dux veteranorum João Luís de Jesus, que presidente ao CV, disse à agência Lusa que este órgão rejeita “tudo o que ultrapasse o limite do bom-senso e da integridade física e psicológica” dos estudantes recém-chegados à Universidade de Coimbra (UC).
No entanto, segundo o dux, a praxe “não serve apenas para dar as boas-vindas aos caloiros” e proporcionar-lhes “uma boa integração” na comunidade universitária e na cidade.
“A praxe é uma mostra da evolução das tradições dos estudantes e da universidade”, visando também “manter um espírito muito próprio numa comunidade muito única”, refere.
Em 1957, face ao aumento acentuado do número de estudantes nas diferentes faculdades da UC - de escassos milhares antes da II Guerra Mundial para os actuais 22 mil -, as normas da praxe foram reunidas no Código da Praxe, sujeito depois a várias revisões, a última das quais em 2007.
“O código deve ser interpretado como uma orientação de como deve ser vivida a praxe”, salienta João Luís, que está a concluir o mestrado integrado de Engenharia Electrotécnica de Computadores.
Chefe dos universitários veteranos, João Luís realça que a actual praxe, em Coimbra, reflecte um conjunto de “tradições muito próprias”, a que se foi juntando “aquilo que os estudantes foram inventando em termos de brincadeiras” ao longo dos tempos.
“Tudo o que se possa imaginar em termos de relações interpessoais” na mais antiga universidade de Portugal e uma das mais antigas da Europa, adianta.
O dux veteranorum sublinha que a praxe serve ainda “para fazer perceber aos caloiros que estudam na Universidade de Coimbra, que tem uma mística, e não noutro sítio qualquer”.
“Aqui, felizmente, não existem casos extremos como noutros sítios”, congratula-se, explicando que em Coimbra as regras da praxe tiveram uma evolução e “não foram inventadas do nada”, o que contrasta com instituições de ensino superior de criação mais recente.
Eventuais práticas violentas dos doutores (alunos que têm pelo menos duas matrículas) sobre os caloiros “devem ser tratadas nos tribunais”, frisa.
“Isso não é praxe, é falta de juízo e de civismo das pessoas”, classifica.
Em 2008 e 2009, o Conselho de Veteranos não registou qualquer queixa devido à praxe.
Segundo o dux, nos anos anteriores, a maioria das queixas eram “relacionadas com má interpretação das regras” e foram sancionadas à luz do Código da Praxe.
“Nestes anos, na Universidade de Coimbra, não me recordo de queixas devido à praxe”, confirma o presidente da Associação Académica (AAC), Jorge Serrote.
Já as actividades de cariz solidário, que têm marcado algumas recepções aos caloiros, não são reconhecidas em Coimbra como praxe.

 

http://publico.pt/Educa%C3%A7%C3%A3o/veteranos-de-coimbra-rejeitam-praxes-que-ultrapassem-os-limites_1407762

publicado por contracorrente às 20:36

28
Out 09

Mariano Gago envia quatro queixas de praxe para PGR

Por Bárbara Wong

O ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior recebeu cinco queixas de praxes que alegadamente terão tido gravidade. Destas, quatro foram enviadas para a Procuradoria-Geral da República, informa o gabinete de imprensa do ministro. Sobre a quinta participação "foram pedidos mais elementos".

Há cerca de um mês, o ministro anunciou, numa carta enviada às instituições de ensino superior, que faria denúncia ao Ministério Público sempre que surgisse uma "notícia de práticas de ilícitos graves nas praxes". Na altura, o ministro avisava que poderia "responsabilizar civil e criminalmente" as escolas ou as associações académicas pelos excessos.

Este ano, a Universidade Lusíada foi condenada a pagar 90 mil euros à família de um jovem morto em 2001 na sequência de uma praxe, o Instituto Piaget foi condenado a pagar 36 mil euros a uma jovem vítima de praxe e seis ex-alunos da Escola Agrária de Santarém foram condenados por co-autoria de um crime de ofensas à integridade física qualificada.

http://jornal.publico.clix.pt/noticia/27-10-2009/mariano-gago-envia-quatro-queixas-de-praxe-para-pgr-18095622.htm

publicado por contracorrente às 21:11

26
Out 09

In vino veritas? Ou Ensino (POUCO) Superior?

 

 

Viseu pára praxe por suspeita de negócios com caloiros

26.10.2009 - 09:27 Por :, Sandra Ferreira

 

A Associação Académica de Viseu (AAV) cancelou todas as actividades de praxe até ao próximo dia 8 de Novembro por existirem suspeitas de que os caloiros estão a ser utilizados para negócios em bares da cidade. A decisão surge na sequência da denúncia que um grupo de estudantes fez, por e-mail, ao Instituto Politécnico de Viseu, segundo a qual o órgão responsável pela promoção e regulação da praxe, o Conselho de Viriato (CV), seria o beneficiário destes negócios.

 

Os estudantes alegam que, durante as tertúlias académicas ("um nome pomposo para designar osrallys das tascas"), os caloiros são obrigados a circular de bar em bar, bebendo até não poderem mais, sendo no final encaminhados para uma discoteca ou bar dançante, de onde o Conselho de Viriato retira supostos dividendos.

"Os caloiros não devem ser obrigados a sair de casa à noite, faltando às aulas de manhã, para que superiores da praxe [Conselho Viriato] ganhem dinheiro com isso", lê-se no e-mail. A mandatária de todo este esquema, apontam, é a líder do Conselho de Viriato, Ana Pinto, aluna do curso de Engenharia Civil e empregada num dos bares da zona do Politécnico.

A confirmarem-se as queixas, Fernando Sebastião, presidente do Instituto Politécnico de Viseu, diz que a situação é "inadmissível". Aquele responsável já se reuniu com a Associação Académica de Viseu e anunciou que, "para acabarem as suspeições", as actividades de praxe só serão retomadas em Novembro, quando começar a semana de recepção ao caloiro.

Porém, em conferência de imprensa, Rafael Guimarães, presidente da AAV, sublinhou, vezes sem conta, que acredita não haver quaisquer negócios de enriquecimento pessoal, entendendo que são "calúnias".

Ana Pinto, líder do CV, esclarece que as tertúlias são reuniões que servem para debater temas relacionados com a praxe e que se desenrolam em diversos bares "que patrocinam legalmente as tertúlias" e que o dinheiro é destinado a suportar as despesas com os festejos dos caloiros, explica. Garante também que ninguém é obrigado a consumir, muito menos bebidas alcoólicas.

O PÚBLICO contactou vários proprietários de bares que garantiram já ter pago 25 euros, sem recibo, para garantir a presença dos caloiros. Um deles contou que, no ano passado, lhe foi proposto pagar 50 euros, mas, como recusou, os caloiros não voltaram a entrar no bar.

O PÚBLICO teve acesso às chamadas folhas de pontuação, que o presidente da AAV afirma desconhecer, nas quais estão definidos os pontos que cada estudante ganha, de acordo com o tipo de bebidas que consome. Por exemplo, um fino (5 pontos) vale menos do que um shot(15 pontos). A maior valorização (100 pontos) é dada a quem beber de uma só vez mais de meio litro de cerveja.

 

http://publico.pt/Educa%C3%A7%C3%A3o/viseu-para-praxe-por-suspeita-de-negocios-com-caloiros_1406871

 

publicado por contracorrente às 18:26

21
Out 09

Até das instituições mais herméticas vem um sinal claro de não tolerância frente a abusos que a mais elementar legislação jurídica protege. Perante as evidências viram-se forçados a tomar medidas mais claras.

 

"O Ministério Público acusou oito alunos do Colégio Militar por seis crimes de maus tratos contra colegas mais novos, que aconteceram no interior daquela instituição de ensino. Os incidentes ocorreram no ano lectivo de 2006/07 e no princípio de 2008. Finalistas nesse ano lectivo, os alunos chegaram a ser punidos pelo Colégio, mas conseguiram evitar a expulsão".

 

http://dn.sapo.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=1396402&seccao=Sul

 

 

Os resultados da inspecção extraordinária ao funcionamento do Colégio Militar (CM) e do Instituto Militar dos Pupilos do Exército levaram o Governo a pedir medidas urgentes ao Exército, a entidade que tutela aquelas duas instituições de ensino. Diz o Ministério da Defesa que essas medidas são necessárias para salvaguardar, "a todo o momento", o bem-estar e a "integridade física dos jovens alunos confiados à guarda do Estado".

 

http://publico.pt/Sociedade/inspeccao-ao-colegio-militar-e-pupilos-do-exercito-leva-governo-a-exigir-medidas_1406116

publicado por contracorrente às 13:48

29
Set 09

As palavras são do ministro Mariano Gago, que vem relembrar anterior tomada de posição, em nota enviada aos Reitores e Presidentes dos IP's, responsabilizando-os criminalmente se necessário. Curiosamente estas notas de serviço não circulam dentro das instituições.  Estranho, não é? Tanta conivência com estas práticas, fascistas e boçais.

PÚBLICO

http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1402779

 

Ministro avisa reitores para não pactuarem com práticas “fascistas e boçais”

28.09.2009 - 20h36 Lusa

O ministro da Ciência e Ensino Superior avisou hoje que não vai tolerar abusos nas praxes académicas, denunciando-os ao Ministério Público para responsabilizar quer os seus autores quer as direcções de instituições que permitam que aconteçam.

 

“Sempre que tenha notícia da prática de ilícitos nas praxes”, Mariano Gago ameaça dar “imediato conhecimento ao Ministério Público” e usar “os meios aptos a responsabilizar, civil e criminalmente, por acção ou omissão os órgãos próprios das instituições do ensino superior, as associações de estudantes e ainda quaisquer outras entidades que, podendo e devendo fazê-lo”, não tenham feito nada para as evitar.

 

Numa mensagem enviada aos responsáveis máximos das universidades públicas e privadas e politécnicos, o ministro frisa que “a tolerância de muitos tem-se tornado cúmplice de situações sempre inaceitáveis” com danos físicos e psicológicos. Mariano Gago repudia as “práticas de humilhação e de agressão física e psicológica” com carácter “fascista e boçal” infligidas aos caloiros no ensino superior, “identificadas ou desculpadas como ‘praxes’ académicas”.

 

Pela “extraordinária gravidade” de algumas destas práticas, impõe-se “uma atitude de responsabilidade colectiva” que “não permite qualquer tolerância” com “insuportáveis violações do Estado de Direito” no meio académico. “A degradação física e psicológica dos mais novos como rito de iniciação é uma afronta aos valores da própria educação e à razão de ser das instituições de ensino superior e deve ser eficazmente combatida por todos: estudantes, professores e, muito especialmente, pelos próprios responsáveis das instituições”, defende o governante.

 

Os responsáveis pelas instituições não devem disponibilizar, directa ou indirectamente, “recursos materiais ou outras facilidades” para a realização de praxes, mas “intervir de forma activa” junto dos novos estudantes, especialmente os deslocados, e dizer-lhes “com clareza” que podem recusar participar nas praxes sem recear perder direitos, recomenda Mariano Gago. Quanto às associações de estudantes, cabe-lhes promover “uma verdadeira integração na comunidade académica” e recusar acolhimento ou apoios a acções que “põem objectivamente em causa” a “liberdade e a dignidade humana”.

 

Mariano Gago recordou que a lei que rege as instituições de ensino superior estipula sanções - que podem ir da advertência à expulsão - para actos de “violência ou coacção física ou psicológica” sobre estudantes cometidos nas praxes. O ministro recebeu na semana passada os responsáveis do Movimento Anti-Tradição Académica, que no domingo divulgou que a Universidade Lusíada de Famalicão vai pagar uma indemnização de 90 mil euros à família do jovem universitário que terá morrido na sequência de uma praxe académica.

 

TSF

http://tsf.sapo.pt/PaginaInicial/Portugal/Interior.aspx?content_id=1011522

 

Ministério avisa que denunciará ao MP excessos cometidos nas praxes

10 SET 08 às 19:53

  

Mariano Gago avisou os reitores de todas as universidades que vai estar muito atento a eventuais excessos cometidos durante as praxes académicas e que utilizará os meios necessários para responsabilizar civil e criminalmente quem não evitar os danos ocorridos.

 

O ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior anunciou, esta quarta-feira, no Parlamento, que escreveu uma carta para os reitores de todas as universidades portuguesas, públicas e privadas, a alertar que vai estar muito atento a eventuais excessos cometidos durante as praxes académicas.

 

Na missiva, Mariano Gago avisa que não vai tolerar abusos e que não hesitará em informar «de imediato» o Ministério Público de práticas que considere excessivas.

 

A tutela «lançará mão dos meios aptos a responsabilizar, civil e criminalmente, por acção ou por omissão, os órgãos próprios das instituições de Ensino Superior, as associações de estudantes e quaisquer outras entidades que, podendo e devendo fazê-lo, não tenham procedido de forma a evitar os danos ocorridos», disse.

 

«A extraordinária gravidade à integridade física que aconteceu no ano passado merece uma atitude colectiva suficientemente ponderada, mas firme para que no início do próximo ano lectivo existam condições para não se repetir a vergonha que aconteceu nalgumas instituições, acrescentou o governante.
publicado por contracorrente às 13:24

05
Jul 09

 

Praxes não podem atentar contra os direitos

PÚBLICO, 04.07.2009, Francisco Teixeira da Mota

Para o STJ, uma escola superior deve promover os valores humanos, para além de ministrar conhecimentos científicos

As praxes académicas têm uma notável tendência para se tornarem exercícios imbecis e gratuitos de poder por parte dos "doutores" visando a humilhação dos caloiros. O caso ocorrido em 2002 na Escola Superior de Enfermagem do Instituto Piaget, em Macedo de Cavaleiros, em que a caloira Ana, para além de humilhada pelos seus "colegas", foi repreendida por escrito pela Direcção da Escola "pela forma subjectiva excessiva como relatou os factos, que sabia não terem a gravidade que decorre da sua exposição, tal como ela própria reconheceu", chegou ao seu termo. E pode dizer-se, genericamente, que o final é saudável e que prestigia a nossa justiça (e o nosso país...). No passado dia 25 de Junho, o Supremo Tribunal de Justiça (STJ) num acórdão subscrito pelos juízes conselheiros Garcia Calejo, Helder Roque e Sebastião Póvoas não teve dúvidas em condenar o estabelecimento de ensino em causa a indemnizar a ex-aluna na quantia de  38.540,67 Euros, sendo  13.540,67 Euros pelas despesas que lhe foram causadas e 25.000 pelo sofrimento por si vivido. O estabelecimento defendeu-se alegando a sua irresponsabilidade no que acontecera à Ana, já que esta podia ter evitado a praxe, declarando-se antipraxe - passando, é certo, a ser tratada por "bosta" ou por "verme" e a não poder participar em qualquer actividade académica, como simples festas, reuniões ou conferências -, e, de qualquer forma, não tinham sido os órgãos do Instituto, nem ninguém a mando deles, quem praxara a aluna em causa. Esclareça-se que nas praxes em causa foi ordenado à Ana que vestisse do avesso a roupa da cintura para cima e que colocasse o soutien do lado de fora da roupa, tendo tal mudança da posição da roupa e do soutien sido feita resguardada de olhares alheios, na casa de banho, tendo, ainda, sido ordenado que simulasse orgasmos com um poste de iluminação, que rebolasse na relva e que carregasse com arreios de um burro. A grande questão jurídica que se punha era a de saber se o Instituto Piaget era ou não responsável pelo que sucedera à Ana nas suas instalações, no âmbito da praxe que se encontrava institucionalizada no referido estabelecimento de ensino através de um "Regulamento de Praxes de Alunos" que era do conhecimento (e aceite) pela Direcção da Escola. O STJ sobre a matéria chegou a importantes conclusões que convém todos sabermos e que, certamente, da sua tumba, Jean Piaget terá aprovado. Para o STJ, "um estabelecimento de ensino superior deverá, por essência, promover os valores humanos, para além de ministrar, fomentar e impulsionar os conhecimentos científicos. Deverá, assim, impulsionar o dever de respeito dos direitos fundamentais do homem, acautelando que esses direitos, designadamente os direitos de personalidade de uma pessoa, não sejam ofendidos". E acrescentou o STJ que "embora não se possa negar a possibilidade de as diversas universidades do país terem e exercerem as suas praxes, onde alguma irreverência será até aceitável, não será admissível que com essas praxes se venham a exercer violências físicas e morais sobre alunos, designadamente sobre os mais desprotegidos (os que se aprestam a frequentar o 1.º ano), para gozo e júbilo de alguns e sofrimento (moral e físico) dos atingidos, os mais fracos".

Para os referidos juízes conselheiros, "um estabelecimento de ensino superior tem o dever jurídico e social de impedir que seja levado à prática nas suas instalações um "Regulamento de Praxes de Alunos" contendo praxes humilhantes e vexatórias, procedimentos constrangedores que podem levar ao exercício de violência física e psíquica sobre os alunos, claramente restritivas dos direitos, liberdades e garantias dos visados". E, por isso mesmo, um "estabelecimento de ensino que contempla com a vigência de um Regulamento da Comissão de Praxecom tais características é responsável, por omissão, pelos danos sofridos por uma aluna que foi submetida a praxes dessa natureza". O Instituto Piaget, no entender do STJ, deveria ter actuado não propriamente para retirar actos concretos de praxe constantes do regulamento mas para tornar inócuas, nesse regulamento, as expressões ofensivas e ameaçadoras nele contidas de direitos de personalidade de alunos seus - como as expressões "bostas" ou "vermes" -, bem como para afastar a pesada coacção a que eram sujeitos os estudantes que se recusavam a ser submetidos à praxe, passando a ser uma espécie de párias. No entender do STJ, incumbia igualmente à escola providenciar pela segurança e bem-estar dos alunos, nas suas instalações, em virtude do contrato que celebrara, protegendo-os de violações à sua integridade física ou moral. O Acórdão do STJ confirmou, no essencial, a decisão do Tribunal da Relação do Porto que já condenara o Instituto Piaget a indemnizar a Ana, mas convém salientar que o tribunal de 1.ª instância absolvera o mesmo Instituto, nomeadamente por considerar que não cabia no âmbito da acção proposta pela Ana "apreciar da bondade global do Regulamento de Praxes dos Alunos, designadamente quanto às sanções nele previstas em caso de recusa de praxe, porquanto esse é um problema que ultrapassa o que está em causa na acção e que são os concretos actos de praxe a que a autora foi sujeita". Uma visão formalmente defensável mas geradora de injustiça e que foi devidamente corrigida pelos tribunais superiores. Já que a justiça não se agradece, resta-nos agradecer à Ana por ter levado até ao fim a sua luta cívica. Advogado (ftmota@netcabo.pt)

 

 

publicado por contracorrente às 22:41

07
Dez 08

O que poderia ter sido apenas um simples pedido de desculpas, recusado pelos dirigentes desta instituição, terminou nisto. Valeu a coragem e persistência de Ana Sofia Damião.

 

Alguém nos avisava, num mail pessoal, que ainda estava prevista possibilidade de recurso.

A isto, também à nossa incapacidade de compreender que os diferentes tribunais vão emitindo decisões em direcções diversas, respondemos que o que nos move não é uma decisão, pontual, mas uma causa. O respeito pela liberdade e dignidade humana.

 

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A notícia, no Público:

 

Primeira indemnização decidida pelo tribunal contra escolas e a favor de estudantes humilhados em praxes

Piaget condenado a pagar 40 mil euros a aluna vítima de praxe 

05.12.2008 - 08h29 José Augusto Moreira

O Tribunal da Relação do Porto condenou o Instituto Piaget a pagar uma indemnização de cerca de 40 mil euros a uma aluna vítima de actos de praxe, considerados degradantes e humilhantes. O acórdão, que diz respeito a factos ocorridos em 2002, em Macedo de Cavaleiros, considera que constitui ilícito civil a conduta de uma instituição do ensino superior que, embora conhecendo o conteúdo de um código de praxe ofensivo, intimador e violador da dignidade da pessoa humana, permite ao mesmo tempo que continue a ser aplicado.

Por outro lado, frisam os juízes, tal instituição tem o dever específico de respeitar, fazer respeitar e promover direitos fundamentais, como o respeito mútuo, a liberdade, a solidariedade e a dignidade da pessoa humana, pelo que incorre na obrigação de indemnizar quem tenha sido ofendido pelas praxes académicas, relativamente aos danos patrimoniais e morais. O Instituto Piaget informou que não vai comentar a decisão, mas que dela vai apresentar recurso para o Supremo Tribunal de Justiça.

Esta é a primeira decisão conhecida em que uma instituição é condenada a ressarcir um aluno vítima de praxes académicas.
A acção foi proposta por uma ex-aluna do curso de Fisioterapia, Ana Damião, que se queixou de praxes violentas, degradantes e humilhantes e de nada ter acontecido depois de denunciar os factos aos responsáveis pela escola, que até lhe aplicou uma sanção disciplinar "pela forma subjectiva e excessiva como relatou os factos". Ana Damião teve que anular a matrícula e afastar-se da cidade, onde era alvo de frequentes ofensas e insultos por ter denunciado o caso.

Numa primeira decisão, o Tribunal de Macedo de Cavaleiros acabou por não lhe dar razão, já que, embora confirmando os factos, acabou por absolver a escola considerando não ter ficado provado que a aluna se tenha recusado a submeter-se às actividades da praxe. Na decisão de recurso, os juízes da relação fazem uma severa apreciação desta decisão, considerando que nela se "confunde de forma simplista a não recusa com o consentimento" ao mesmo tempo que "não valorizou a ambiência de medo, constrangimento e ansiedade" vivida pela aluna.

O acórdão agora conhecido afirma mesmo que "mal andou o tribunal [de Macedo de Cavaleiros]" ao afirmar que "as praxes académicas constituem um fenómeno público e notório e do conhecimento geral", uma vez que tal "não permite concluir que autora [a aluna] ou qualquer cidadão comum conheça o teor dessas práticas: como simular actos sexuais com um poste, simular um orgasmo, exibir a roupa interior, proferir expressões de elevada grosseria ou ser chamado de bosta".
A indemnização, de 38.540 euros, acrescidos de juros desde o início do processo, resulta dos danos morais e patrimoniais sofridos por Ana Damião, já que perdeu o ano e foi forçada a sair da escola, tendo entretanto concluído outro curso numa escola de Chaves. A sua advogada, Elisa Santos, considera que, além de fazer justiça, a decisão é também "um prémio para a atitude extraordinária e corajosa" mantida por Ana Damião.

http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1352180

Na Blogoesfera:

Blog do M.A.T.A.:  Parabéns Ana Sofia Damião!

http://blogdomata.blogspot.com/2008/12/piaget-condenado-pagar-40-mil-euros.html

Jugular: Boa notícia!

http://jugular.blogs.sapo.pt/531306.html

Kontrastes: Violência [não] simbólica.

http://kontrastes.org/edukacao/praxes/

Superflumina: justiça nas praxes.

http://superflumina.blogs.sapo.pt/322647.html

Bandeira negra: paguem e não praxem.

http://bandeiranegra1.wordpress.com/2008/12/05/paguem-e-nao-praxem-por-uma-vez-exemplar-o-piaget-foi-condenado/

Lei e ordem. Aplaudir a condenação.

http://lei-e-ordem.blogspot.com/2008/12/condenao-das-praxes-no-instituto-piaget.html

 

COMENTÁRIOS DE LEITORES

Testemunhos que falam por si:

06.12.2008 - 00h15 - Anónimo, Porto

O que diriam os defensores da humilhação da praxe, se os pais destas alunas criassem uma associação de praxar os praxadores, e pegassem neles, e os levassem para a praça central da cidade, e os pusessem em cuecas, simulassem en**bar-se uns aos outros, e todo o tipo de sevícias. E, não tendo sobre eles a pressão que eles têm sobre os caloiros, de os afastar da centralidade do convívio social académico durante uns anos, usariam como pressão uma pistola (meio de pressão que faria certamente que nenhum dos praxadores recusasse ser praxado). Poder-se-ia depois dizer que não recusaram a praxe.

 

05.12.2008 - 16h56 - Anónimo, f

Posso dar aqui o meu testemunho. Não sou contra as praxes, mas há praxes e praxes.... Durante a minha praxe, também me "ordenaram" que simulasse actos sexuais contra uma árvore, levantei-me (sim, porque a maior parte do tempo durante a praxe era passado de joelhos) e disse que não o faria e como tal me ia embora. Alguns "doutores" vieram falar comigo, dizendo que não tinha mal nenhum e que era só uma brincadeira. Disse que não me sentia à vontade para o fazer e que não o faria. Outros ameaçaram com coisas do género: "se não o fizeres ficarás impedida de participar em qualquer actividade académica relacionada com a comissão de praxes ou associação de estudantes", etc, etc. Mesmo assim recusei e como conhecia um "doutor" safei-me e permitiram-me continuar com a praxe mas só fazia aquilo para que me sentia à vontade. Fiz alguns amigos durante a praxe, mas também fiquei "marcada" para outros que não aceitam a recusa e humilham. No meu caso foi possível recusar-me a fazer determinadas figuras, mas compreendo que para muitas pessoas seja mais difícil recusarem-se por vários motivos: estão num ambiente completamente novo, onde não conhecem ninguém e têm receio de ser hostilizadas...

 

05.12.2008 - 14h54 - Maria João , Coimbra

Estudei quatro anos numa universidade e não me parece que as praxes sirvam para a integração de quem quer que seja. Não arranjei amigos nas praxes, bem pelo contrário. Encontrei "doutoras de Direito" que me proibiram de ir às aulas e não me largaram a mim e a duas colegas, enquanro não fizemos tudo o que mandaram fazer. Não fui violada, nem o cabelo me foi rapado. Contudo, o ar altivo e prepotente daquelas senhoras nunca mais esqueci. Não creio que tenha contribuido para a minha integração... Voltei a ver uam delas mais tarde e só me apetecia esbofeteá-la. Não sou do contra. Gosto das tradições académicas, mas posso dispensar determinados tipos de praxe- Quanto à história da recusa da praxe, não passa de uma história, porque se os "doutores" estão mal intencionados não há recusa que valha aos caloiros.

 

05.12.2008 - 14h41 - Anónimo, Chaves, Portugal

Antes de mais queria dar os meus parabéns ao jornal “O Público”, pois tem vindo a acompanhar este caso com a maior das seriedades, com rigor e isenção. Relatando mais esta viragem de página desta historia que tanta tinta já fez correr, com base numa busca dedicada, ao ponto de fazer citações pertinentes do próprio acórdão do tribunal da comarca do Porto. O único reparo que gostaria de fazer é que a Ana Sofia estudou no IPB de Bragança onde tirou uma licenciatura em Farmácia. Em relação ao caso só gostaria de dizer que os juízes do Porto tiveram a coragem (ou então não se deixaram comprar!) que faltou à Srª. Juíza do tribunal de Macedo de Cavaleiros, já para não falar do 6 anos que tiveram de passar para se fazer justiça, (que com este recurso vai aumentar). Um comentário ao Sr. Maxuca, eu conheço a Ana Sofia, um mulher inteligente, forte, e com uma personalidade vincada, e se quer saber ela é DIRECTORA TÉCNICA de uma para-farmácia, com um vencimento adequado à função, pelo que não é uma questão de dinheiros, nem favores!!!Só me deixa triste a sua ignorância como cidadão e a aberração como pessoa. O seu comentário foi muito infeliz e despropositado. Parabéns Ana Sofia!

 

05.12.2008 - 14h15 - Me, UK

Conheci em tempos membros de algumas comissões de praxe do ISEP (Alguns deles estudaram comigo no secundário) e nunca imaginei q uma situação identica à sua tive ocorrido mas uma coisa é certa.. o ISEP tinha (não posso falar do presente pq n tenho conhecimento) uma das mais coesas trupes de caloiros da universidade do Porto. O que não se fala por cá é da hierarquia da praxe, eu passo a explicar. Existe um conselho de veteranos, veteranos de cursos e uma comissão de praxe, praxistas e caloiros. A comisão de praxe organiza as actividades com supervisão dos veteranos de cruso do conselho de veternos. Se existe alguém a passar o risco (os praxistas) o conselho de veteranos tem em sua responsabilidade punir praxisticamente esses elementos e isso posso garantir que funciona. Isto é explicado aos calorios (pelo menos na universidade do porto). A praxe a meu ver serve para a integração dos caloiros. Eu nunca vi os ditos "Anti-Praxe" a organizarem qualquer tipo de evento para ajudar os recem chegados alunos à Universidade. O que não se pode esquecer é q nem toda a gente vive perto da Universidade que frequenta.

 

05.12.2008 - 13h43 - Rui Mendes, Lisboa

A juiza do Tribunal de Macedo de Cavaleiros deveria ser investigada. Não tem idoneidade para continuar a ser juiza. A comunicação social não deve esquecer o seu papel e pode dar um contributo para a melhoria do sistema da justiça também investigando e expondo influências nefastas que certamente acontecem.

publicado por contracorrente às 00:04

02
Nov 08

Pouco a pouco, alguns reitores vão tomando uma posição pública e clara sobre o que é impróprio  numa instuição de ensino.

Elogiamos esta atitude desassombrada por parte da figura máxima da Universidade de Évora, o reitor Rui Araújo. Aguardamos apenas que esta tenha mais seguidores. Que outros não se acomodem no bolorento imobilismo, intimidados por uns quantos "morcegos"!...

 

Recomendamos, aqui, que leiam as palavras do ministro...

(http://anti-praxe.blogs.sapo.pt/8415.html)

  

Estudantes de Évora protestaram contra restrições às praxes

 02.11.2008

 
O Dia da Universidade de Évora foi ontem marcado por um protesto de estudantes contra as limitações impostas pelas autoridades académicas à prática das praxes. Cerca de 600 alunos juntaram-se no claustro maior da instituição, trajados a rigor e empunhando cartazes a apelar à "tradição académica". A música das tunas deu lugar ao silêncio e o acto de estender as capas para que o cortejo académico passe por cima delas foi substituído por um virar de costas aos docentes. Para o Conselho de Notáveis, órgão constituído por alunos das diferentes licenciaturas, esta foi uma acção que visou mostrar a sua indignação com as medidas tomadas pela reitoria. "Esta foi a forma encontrada para mostrarmos que somos a favor da tradição académica e da praxe, devendo a Universidade assumi-la como sua, respeitá-la, e compreendê-la, ao invés de a afastar e rejeitar, uma vez que a praxe vai continuar a existir", afirmou Hugo Quintino, membro daquele conselho. O reitor Jorge Araújo disse, por seu lado, que os alunos estavam no seu direito de se manifestar, lamentado, contudo, o facto de "não reagirem relativamente a coisas muito mais graves que acontecem, dando a ideia de que a capacidade de indignação dos estudantes se resume às praxes". Jorge Araújo salientou que as praxes protocolares não estão proibidas, "o que está proibido são as alarvidades como gritar, chafurdar, sujar e todas as práticas que no fundo podem atentar contra a saúde física e psíquica dos alunos". M.A.Z.
http://jornal.publico.clix.pt/

publicado por contracorrente às 22:40

31
Out 08

Aluno sofre uma ruptura de aneurisma após praxe

HELENA SILVA

Um aluno da Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Leiria sofreu a ruptura de um aneurisma cerebral, depois de uma praxe académica. A escola pondera a abertura de um processo de averiguação.  Apesar dos receios da família, não está provada relação directa entre o incidente e o ritual.

Luís (nome fictício) tem 18 anos e é aluno do primeiro ano do curso de Engenharia Electrónica da Escola Superior de Tecnologia e Gestão (ESTG) do Politécnico de Leiria. Na passado dia 22, o jovem participou nas actividades de recepção ao caloiro - um desfile pelas ruas e o "baptismo", num jardim da cidade. Começou a queixar-se de fortes dores na cabeça e vómitos, acabando por ser transportado ao Hospital de Santo André, naquela cidade.

Fonte daquela unidade explicou que o aluno deu ali entrada, cerca das 21 horas, "com referência, pela pessoa que o acompanhava, de consumo elevado de bebidas alcoólicas". Permaneceu internado até à manhã do dia seguinte. Segundo o hospital não apresentava qualquer queixa nessa altura.

Mas a mãe do jovem contou ao JN que "as dores não passaram e foram-se intensificando".

Por isso, no sábado, voltou ao hospital. Foi-lhe diagnosticada, então, uma hemorragia intracraniana resultante da ruptura de um aneurisma cerebral (ver caixa), tendo sido transportado ao serviço de neurocirurgia do Centro Hospitalar de Coimbra, onde foi submetido a uma intervenção cirúrgica, na última terça-feira, que se prolongou por mais de sete horas. Permanece internado.

A mãe explica que, até sábado, ninguém sabia que o jovem tinha um aneurisma. E mostra-se convencida de que as actividades realizadas durante a praxe académica "poderão ter contribuído" para a ruptura.

"É certo que a ruptura de um aneurisma pode acontecer em qualquer circunstância, mas o que os alunos são sujeitos nas praxes - os pinotes, os banhos de água fria - podem provocar danos a quem tenha problemas de saúde, mesmo que não saiba". Por isso, adverte os outros pais para que, sempre que possível, "evitem que os filhos andem nestas coisas".

Carlos Neves, responsável da ESTG, afirmou ao JN que a escola está a ponderar abrir um processo de averiguação para apurar o que se passou naquela praxe. Ontem, o responsável ouviu os familiares do aluno, a Comissão de Praxes da escola e outros jovens que participaram nas actividades.

"Por aquilo que nos foi dito até agora, não se terá passado nada de anormal, mas estamos a averiguar se haverá uma relação directa entre a praxe e o acidente", afirmou.

 

[Estes actos dentro de instituições de ensino/educação são normais?!!]

 

Carlos Neves sublinhou que, apesar dessas actividades serem externas à escola, os responsáveis da ESTG procuram "controlar e observar", de forma a evitar eventuais excessos.

Rita Genésio, da Comissão de Praxes, contou que na véspera da praxe (terça-feira à noite), Luís terá assistido a dois concertos, integrados no programa de recepção ao caloiro. "Não terá dormido nessa noite e, quando iniciou as actividades, devia estar muito cansado", afirmou, assegurando que no dia de praxe "não houve excessos".

http://jn.sapo.pt/paginainicial/interior.aspx?content_id=1036366

 

Jovem de Leiria operado na sequência de praxe

Mais um caso de praxes violentas

Um jovem de 18 anos, estudante na Escola Superior de Tecnologia e Gestão

(ESTG) de Leiria, foi operado na terça-feira a um aneurisma cerebral,que rebentou na quarta-feira anterior alegadamente depois de sido praxado.

O aluno saiu na quarta-feira dos cuidados intensivos do Hospital dos

Covões, em Coimbra, onde ainda se encontra internado, mas a evolução do seu estado de saúde é favorável. Fátima Monteiro, 46 anos, diz que

sentiu uma “grande alegria” quando viu ontem o seu filho a caminhar com o apoio de uma enfermeira, apenas três dias depois de ter sido submetido

a uma intervenção cirúrgica “perigosíssima”, que teve a duração de sete

horas. O aneurisma estava alojado atrás do olho esquerdo, mas a mãe do jovem garante que não ficou com a visão afectada. O aneurisma cerebral

rebentou depois de Ricardo ter sido submetido à cerimónia de “baptismo”

na Fonte Luminosa, em Leiria, onde lhe mergulharam a cabeça em água

fria. Fátima Monteiro conta que o filho “gritava agarrado à cabeça” devido à

intensidade das dores, associadas a febre e a vómitos. Depois de várias

deslocações ao hospital, exames suplementares de diagnóstico detectaram

um aneurisma já na madrugada de domingo, ao qual foi operado dois

dias depois em Coimbra. “Foi um mês inteiro de brincadeira.

Só faziam parvoíces. Mas o Ricardo adorou as praxes. Parecia um tolo”,

conta a mãe. O presidente da ESTG, Carlos Neves, considera a “situação

infeliz”, mas defende que foi uma coincidência o aneurisma ter rebentado naquele dia.

www.publico.pt    31 de Outubro de 2008  

 

publicado por contracorrente às 18:57

20
Out 08

 Pode haver liberdade para humilhar?

 20.10.2008, Rui Moreira

  

Apeteceu-me interromper a cerimónia, chamar-lhes pinguins viúvos e urubus e incentivar os caloiros a vingarem-se...

 

Há dias, à porta do Instituto Português de Oncologia, deparei com uma grande algazarra, que desrespeitava a proximidade do hospital. Tratava-se de uma daquelas miseráveis cerimónias iniciáticas a que se convencionou chamar de praxe. No caso, um grupo de jovens, envergando t-shirts com dizeres aberrantes, autoflagelava-se dando saltos idiotas e gritando palavras de ordem humilhantes, amestrados por um grupo de "gauleiterzinhas" com ar pedante. Ao vê-las, desengraçadas, disformes e desfeadas pelo negro das capas e pelas meias de vidro, lembrei-me de Jô Soares, apeteceu-me interromper a cerimónia, chamar-lhes pinguins viúvos e urubus de galocha e incentivar os caloiros a vingarem-se...
Esta irritação parecerá excessiva mas percebi, pelo que ouvi à minha volta, que não era o único a quem aquele espectáculo degradante incomodava. Aliás, incomoda também o ministro, que recentemente fez comentários oportunos e severos sobre o tema, advertindo que não toleraria mais excessos. Infelizmente, disse-o em vão, porque a hierarquia das instituições de ensino superior é cúmplice das associações de estudantes e incapaz de pôr cobro a esta prática. Veja-se o caso do infame Instituto Piaget, em que os abusos e excessos das praxes foram conhecidos através da denúncia de uma ex-aluna, onde a direcção começou por aprovar uma directriz que proibia as praxes durante a recepção aos caloiros mas logo a seguir recuou, submetendo-se a uma auto-intitulada Comissão de Tradições Académicas que, imagine-se, ameaçara com uma manifestação...
Detesto falsas tradições. Não gosto sequer das tunas, porque, com raras excepções, não têm piada nos seus exibicionismos e nas suas zarzuelas néscias que nos impingem em cerimónias públicas e eventos sociais. No caso da capa e batina, não se trata apenas de uma questão de estética, porque qualquer pessoa tem o direito de se mascarar como entende: o que me aflige e assusta é que muitos dos que as envergam não percebam, sequer, as origens obscurantistas do traje e que este constitua hoje um uniforme obrigatório em práticas violentas e humilhantes.
As praxes são, por tudo isto, uma prática a banir. Não proponho, naturalmente, que sejam proibidas, porque o país já não aguenta proibições que depois não são acatadas e porque isso só contribuiria para as incentivar na clandestinidade. Mas é indispensável que os caloiros saibam que elas não são obrigatórias e que sejam apoiados no sentido de se sentirem protegidos e de poderem denunciar, se for o caso, quem cometer algum abuso.
A integração dos recém-chegados à universidade não é compatível com a humilhação e a violência, nem se pode perpetuar o princípio da hierarquização da barbárie por antiguidade. Recordo-me da forma como fui recebido, em Inglaterra, quando lá cheguei para estudar. Lembro-me do apoio da Student's Union, dos Serviços Sociais da Universidade e dos tutores. Gostava que em Portugal, onde imitamos tanta coisa má que nos chega do estrangeiro, também conseguíssemos, de quando em vez, replicar o que é bom. Principalmente, tudo aquilo que tem a ver com as liberdades. Economista 
http://jornal.publico.clix.pt/

 

Cartoon de Henrique Monteiro

Publicado no Blog do M.A.T.A.

publicado por contracorrente às 21:32

14
Out 08

 

 

Piaget acedeu a pedido dos alunos e permitiu praxes

(IOL Diário)

 

http://blogdomata.blogspot.com/2008/10/errata-do-ltimo-post-quem-que-disse-que.html

 

Proibição no fim-de-semana gerou manifestação de desagrado
Piaget de Viseu permite praxe dentro das instalações, após protesto dos alunos 
13.10.2008 - 14h56

 http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1345846&idCanal=58

 

publicado por contracorrente às 22:02

23
Set 08
Reacção ao comunicado de Carlos Matos Ferreira

Associação de Estudantes do Técnico considera "precipitada" decisão de proibir praxes 

22.09.2008 - 18h12 Ana Margarida Pereira
O presidente da Associação de Estudantes do Instituto Superior Técnico de Lisboa, Jean Barroca, considera "precipitada" a decisão do presidente do IST, Carlos Matos Ferreira, de proibir as praxes académicas dentro dos recintos daquela instituição de ensino. Na sexta-feira, Matos Ferreira divulgou um comunicado no site do IST a proibir qualquer actividade ligada às praxes, uma decisão que surge em reacção ao aviso enviado aos reitores pelo Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Mariano Gago, a 10 de Setembro.

Matos Ferreira não reconhece "legitimidade a qualquer comissão de praxe” e proíbe "a prática de praxes académicas nos campus da Alameda e do Tagus Park, qualquer que seja a forma como são organizadas”.

Contactado pelo PÚBLICO, o presidente da associação de estudantes do IST, Jean Barroca, sublinha que esta é uma decisão da direcção do Instituto com a qual não concorda: “Não concordamos com a interpretação feita pelo presidente Calos Matos Ferreira ao comunicado do ministro Mariano Gago”.

Segundo o estudante do 3º ano de Engenharia Electrotécnica, o ministro “não fez a proibição da praxe, apenas o apelo para haver regulação e mais controlo”.

Para Barroca trata-se de uma decisão “precipitada” do presidente do IST em reacção a "um acto político do ministro". No comunicado o ministro "não responsabiliza as instituições, pretende responsabilizar os próprios alunos”, acrescenta. Contudo, a associação faz questão de frisar que está de acordo com a chamada de atenção feita pelo ministro.

Jean Barroca sublinha ainda que no Técnico nunca houve historial de violência, nem nunca foi “apanágio qualquer tipo de violência nas praxes”. E acrescenta que a praxe no Técnico não dura mais de uma semana, até porque ”o nível de trabalho começa a aumentar”.

Barroca acredita que “não é de um dia para o outro" que se consegue acabar com uma tradição deste género. “São os próprios caloiros que se dirigem aos mais velhos a perguntar o que lhes vão fazer e vão até à associação de estudantes para saberem mais”.

Comissão de praxe
A Comissão de Praxe é o organismo que dentro do IST organiza as praxes. João Jesus faz parte da Comissão, e considera também “despropositada” a leitura feita da carta de Mariano Gago às faculdades. O estudante do mestrado em Engenharia Civil garante que “estão a ser tomadas medidas com toda a organização para o decorrer normal e sereno das praxes”.

Antes deste anúncio estavam planeadas dentro do campus "algumas actividades que foram alteradas". O que vai ser feito acontecerá fora do campus”, esclarece Jesus. O estudante reforça que a participação das praxes no IST por parte dos caloiros é sempre voluntária.

O líder da associação de estudantes, Jean Barroca acrescenta que “fora dos muros ninguém controla” e adianta que as praxes têm sido agora “mais contidas e reguladas”.
Comentários dos leitores:
Blog Mataternos: aplaude a decisão.
publicado por contracorrente às 13:33

17
Set 08
Faculdade de Medicina de Lisboa
Praxe em Medicina

 

 

17.09.2008 - 16h56 Nicolau Ferreira
Se tudo correr bem, dia 1 de Outubro à tarde, os alunos do primeiro ano da Faculdade de Medicina de Lisboa vão andar pelo Rossio a angariar dadores de medula óssea.A ideia foi “extremamente bem aceite por todos os órgãos, eu sei que as associações de estudantes têm actividades sociais parecidas, mas nunca ninguém se lembrou de as integrar na praxe”, explica o finalista.

Contudo, os alunos que chegam pela primeira vez à Faculdade vão continuar a viver todas as actividades tradicionais. “Vai haver pinturas, cânticos, jantares, pedipapers por Lisboa”, diz Diogo Martins, que vê na praxe uma óptima forma de integrar os alunos e apresentar a cidade a quem vem de fora.

Esta angariação de medula também é uma tentativa de mudança de mentalidade para quem olha para as praxes como uma forma de humilhar. Diogo Martins ficaria feliz se “a mensagem fosse bem recebida pelas outras faculdades e se tornasse num hábito”.
Na semana passada o ministro da Ciência e do Ensino Superior, José Mariano Gago, anunciou que será dado conhecimento ao Ministério Público de qualquer "prática de ilícito" nas praxes. E que vai responsabilizar quem não evitar danos que venham a ocorrer. Apesar de em Lisboa não haver uma grande tradição de praxe e nunca ter assistido a algo que fosse considerado humilhante, Diogo Martins tem dúvidas sobre os resultados desta ameaça: “Não sei até que ponto é que se consegue responsabilizar as pessoas".
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Comentários dos leitores do Público:
17.09.2008 - 20h39 - António Paiva, Braga-Portigal
Até que enfim, os velhos que se arrastam pelas Faculdades,compreenderam (por enquanto), que praxar, não é humilhar nem ofender, nem exercer vingança por já ter sido ppraxado.As praxes deviam ser proibidas, e substituidas por acções desta natureza. A maior parte dos estudantes que praxam. são pessoas frustadas, sem principios, e que aproveitam essa oportunidade para descarregar todo o ódio que lhes queima as entranhas.

17.09.2008 - 19h58 - H. Rodrigues, Aveiro
Um bom exemplo a seguir este da Faculdade de Medicina da UL! Como antigo estudante da Universidade do Porto, estou totalmente convicto da complacência de Professores e Reitores relativamente aos abusos e absurdo da praxe, que em nada tem dignificado as universidades! E é inacreditável que muitos destes abusos sejam cometidos dentro das portas das faculdades! a indiferença face ao que tem acontecido nos últimos anos, humilha as universidades e mancha a sua reputação! Oxalá que este ano vejamos, FINALMENTE, consequências para os prevaricadores!

 

17.09.2008 - 19h30 - manelovski, figueira da foz
Praxe é humilhação e sevícia dos mais velhos aos mais novos! Com a cobertura da "praxe" cometem-se autênticos atentados à dignidade dos caloiros, e de forma ilegal. Só a cobardia dos Reitores e dos Professores pode explicar que continue a praticar-se a "praxe" nas universidades portuguesas. E claro que se não existisse cumplicidade da procuradoria da república a praxe já tinha acabado! Vergonha!

 

17.09.2008 - 18h59 - Anónimo, Praxe dos Tarados que precisam de ser internados
A praxe faz parte das necessidades que o Ser Humano (ainda na sua infância e por isso, primitivo) possui. É por isso que é usada para rebaixar o outro, humilhando-o e tornando-o alvo de ressentimentos anteriores e recalcados. Esta situação de praxe, é louvável, uma vez que, normalmente, estes rituais tribalistas que as elites tanto gostam e veneram, consistem em métodos que são usados por muitos ditadores para obter informação, a chamada tortura. Parece que o Ser Humano está a evoluir.

17.09.2008 - 18h50 - FAR, Melgaço
E se fossem os praxantes os primeiros a dar, para dar o exemplo. Ou preferem brincar às caridadezinhas?

 

17.09.2008 - 18h46 - ROLF, Setúbal
Esperemos que a rasquice das chamadas praxes académicas tenham os dias contados a partir deste magnifica iniciativa destes estudantes do 1º ano. Que sejam felizes e retomem outras, também úteis a toda a população. Bem hajam rapazes e raparigas da Medicina.

 

 

publicado por contracorrente às 22:09

11
Set 08

http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1342312&idCanal=58

Ministro Mariano Gago alerta instituições públicas e privadas
Ministério do Ensino Superior vai denunciar qualquer "prática de ilícito" nas praxes 
10.09.2008 - 19h08 Lusa
O ministro do Ensino Superior anunciou hoje que será dado conhecimento ao Ministério Público de qualquer "prática de ilícito" nas praxes e serão utilizados os meios necessários para responsabilizar civil e criminalmente quem não evitar os danos ocorridos.

"O Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, sempre que tenha notícia da prática de ilícitos nas praxes, dela dará imediato conhecimento ao Ministério Público", refere o ministro Mariano Gago, numa carta enviada hoje a todas as instituições de ensino superior públicas e privadas.

Na missiva, Mariano Gago anuncia ainda que o seu ministério "lançará mão dos meios aptos a responsabilizar - civil e criminalmente, por acção ou omissão - os órgãos próprios das instituições do ensino superior, as associações de estudantes e ainda quaisquer outras entidades que, podendo e devendo fazê-lo, não tenham procedido de modo a procurar evitar os danos ocorridos".

A carta foi divulgada esta tarde na comissão parlamentar de Educação e Ciência, e segundo explicou o próprio ministro, já foi enviada a todas as instituições de ensino superior públicas e privadas.

No documento, o ministro começa por recordar que as praxes académicas aos estudantes que ingressam no ensino superior tendem a ganhar um "relevo social e académico cada vez mais preocupante" atendendo à recorrente inclusão de actos que, "num ambiente de praxe violenta e não controlada e para lá do seu significado académico ou sócio-cultural, originam acidentes graves, configurando verdadeiros actos ilícitos de natureza civil, criminal e disciplinar".

Por isso, acrescenta Mariano Gago, e face à "extraordinária gravidade de algumas das ocorrências verificadas" em anos anteriores e que resultou, em alguns casos, na incapacidade permanente dos estudantes envolvidos, hoje impõe-se uma "nova atitude de responsabilidade colectiva", que não permita "qualquer complacência" com actos que revelam "insuportáveis violações do Estado de Direito".

"A degradação física e psicológica dos mais novos como rito de iniciação é uma afronta aos valores da própria educação e à razão de ser das instituições de ensino superior e deve pois ser eficazmente combatida por todos, estudantes, professores e, muito especialmente, pelos próprios responsáveis das instituições", sublinha o membro do Governo.

Na carta, Mariano Gago lembra também que o novo Regime Jurídico das Instituições de Ensino Público estabelece que a prática de actos de violência ou coacção física ou psicológica sobre outros estudantes, nomeadamente no quadro das praxes académicas, constitui "infracção disciplinar", cuja sanção pode ir da advertência à interdição da frequência da instituição.

Por outro lado, salienta também o ministro da Ciência, o artigo 10º do Código Penal estipula que "quando um tipo legal de crime compreender um certo resultado, o facto abrange não só a acção adequada a produzi-lo como a omissão da acção adequada a evitá-lo".
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5 Blogs comentam este artigo:
Blog Câmara de Comuns: As praxes e os gangsters
Bolg Esquerda Republicana: Aplausos para o ministro
Blog Tomar Partido: Denuncia denúncia atrasada!
Blog Activismo de Sofá: Rituais de autoritarismo
Blog Brutális: A grande religião universitária
publicado por contracorrente às 08:28

04
Jun 08

http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1331122

03.06.2008 - 22h39 Lusa

 

Ministro esteve hoje na Assembleia da República 

Mariano Gago promete denunciar responsáveis que pactuarem com praxes violentas 

 O ministro do Ensino Superior, Mariano Gago, prometeu hoje denunciar ao Ministério Público todos os responsáveis de universidades e institutos politécnicos que pactuem com praxes violentas, mesmo que por omissão.

 

 

 

 "Ano após ano, há estudantes a ficar incapacitados para a vida inteira e há ainda inúmeros casos de humilhação e coacção de todo o tipo que não são admissíveis na sociedade portuguesa. Não pode haver uma situação de complacência em relação ao que se passa, nem em relação a todos os que presenciam e se calam", frisou, no final da audiência.

"O Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (MCTES) dará sempre conhecimento ao Ministério Público de todas as participações que lhe cheguem e alertaremos o Ministério Público para o crime de omissão por parte dos responsáveis do Ensino Superior nesta matéria", afirmou Mariano Gago na Comissão Parlamentar de Educação, onde hoje foi ouvido.

Na Assembleia da República, o ministro mostrou-se "indignado" com "a humilhação e fascismo ligados a muitas praxes académicas", condenando o "carácter brutesco da esmagadora maioria dessas actividades".

Considerando que as praxes violentas constituem "uma nódoa em muitas instituições de Ensino Superior", Mariano Gago lembrou que as universidades e institutos politécnicos são obrigados a punir disciplinarmente os autores dessas práticas e todos os que delas forem cúmplices.

O ministro recebeu hoje dos deputados o relatório elaborado pela Comissão Parlamentar de Educação a propósito desta matéria, um documento onde se propõe, entre outras medidas, a criação de uma linha telefónica gratuita para denúncias. Apesar de só ter tido tempo para uma leitura transversal do relatório, Mariano Gago afirmou que subscrevia as suas recomendações, embora ressalvando que não cabe ao MCTES promover a criação desse instrumento. "Apoiaremos todas as diligências nesse sentido. Espero que o movimento estudantil seja o primeiro a agir no sentido dessas recomendações", afirmou.

 

A morte de um aluno de Famalicão e o caso de dois estudantes que ficaram paraplégicos são alguns dos exemplos recentes de praxes violentas referidos pelo ministro, assim como a "humilhação" a que foi sujeita uma aluna da Escola Superior Agrária de Santarém. No que diz respeito a este último caso, o Tribunal de Santarém condenou no final de Maio os sete membros da comissão de praxes daquela instituição a multas entre os 640 e os 1.600 euros, uma decisão que o ministro aplaudiu, considerando-a "um passo muito positivo" no combate a estas práticas.

 

 

 

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 4 blogues ligam para este artigo

 

Quem fala assim é ou não é gago?

http://joaomartins.entropiadesign.org/2008/06/04/quem-fala-assim-e-ou-nao-e-gago

 

O ministro, as praxes e os cretinos

http://antropocoiso.blogspot.com/2008/06/o-ministro-as-praxes-e-os-cretinos.html

 

http://tomarpartido.blogs.sapo.pt/842949.html

 

 

http://desvioprovermelho.blogspot.com/2008/05/fezes-msticas.html

publicado por contracorrente às 07:48

26
Mai 08

 

http://jornal.publico.clix.pt/

 

Notas de rodapé

26.05.2008, Carla Machado

A praxe e as "festividades" académicas são mais uma vez notícia pelas piores razões

 

2. A praxe e as "festividades" académicas são mais uma vez notícia pelas piores razões. Em Braga, uma aluna acusa de violação um "cardeal". Em Santarém, finalmente um tribunal condena os atropelos aos direitos elementares cometidos em nome da "tradição". Quando, há cerca de um ano, escrevi neste jornal sobre a praxe tive, por parte de alguns alunos da minha "casa", uma das mais hostis reacções com que já deparei desde que comecei a escrever esta coluna. Pelos vistos, é mais fácil e menos inoportuno criticar o Governo do que os poderes instalados sem qualquer legitimidade nas nossas universidades. Mas, como professora universitária, como psicóloga e como investigadora na área da violência, não posso evitar voltar a insistir no que já disse.
É evidente que não é legítimo confundir o todo com a parte e, felizmente, a maioria da praxe e dos nela envolvidos não se comportam da forma sugerida por estes episódios. Mas isso não anula o facto de o ritual em si mesmo envolver relações de poder arbitrárias, exercício de humilhações várias e uma clara conotação machista e sexual. O que tem isto a ver com os episódios relatados? Nada? E as universidades nada têm a dizer sobre o que ocorre dentro das suas portas (metafóricas ou concretas), entre os seus alunos, nos tempos que a própria universidade aceita para tais "festividades", supostamente "académicas"? Se isto acontecesse numa qualquer empresa, seria admissível o silêncio dos seus responsáveis?
Assisti, repetidamente, ao discurso por parte de muitos colegas e superiores de que "não é nada connosco" e de que "é melhor não interferirmos, porque senão pode ser pior". Pior, como? O que mais é preciso acontecer para dizermos basta?
3. O indizível está a acontecer agora. Ao nosso lado. Se continuarmos a aceitar com resignação o inaceitável, não passará muito tempo até nos tornarmos, a nós próprios e aos princípios em nome dos quais construímos um país livre e um projecto de cidadania, pouco mais do que notas de rodapé. Cuja irrelevância ninguém conseguirá resgatar.

publicado por contracorrente às 08:02

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“Quando fizermos uma reflexão sobre o nosso séc. XX, não nos parecerão muito graves os feitos dos malvados, mas sim o escandaloso silêncio das pessoas boas." Martin Luther King "O mal não deve ser imputado apenas àqueles que o praticam, mas também àqueles que poderiam tê-lo evitado e não o fizeram." Tucídedes, historiador grego (460 a.c. - 396 a.c.)
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