Presidente do IST proíbe praxes no campus
Associação de Estudantes do Técnico considera "precipitada" decisão de proibir praxes
Matos Ferreira não reconhece "legitimidade a qualquer comissão de praxe” e proíbe "a prática de praxes académicas nos campus da Alameda e do Tagus Park, qualquer que seja a forma como são organizadas”.
Contactado pelo PÚBLICO, o presidente da associação de estudantes do IST, Jean Barroca, sublinha que esta é uma decisão da direcção do Instituto com a qual não concorda: “Não concordamos com a interpretação feita pelo presidente Calos Matos Ferreira ao comunicado do ministro Mariano Gago”.
Segundo o estudante do 3º ano de Engenharia Electrotécnica, o ministro “não fez a proibição da praxe, apenas o apelo para haver regulação e mais controlo”.
Para Barroca trata-se de uma decisão “precipitada” do presidente do IST em reacção a "um acto político do ministro". No comunicado o ministro "não responsabiliza as instituições, pretende responsabilizar os próprios alunos”, acrescenta. Contudo, a associação faz questão de frisar que está de acordo com a chamada de atenção feita pelo ministro.
Jean Barroca sublinha ainda que no Técnico nunca houve historial de violência, nem nunca foi “apanágio qualquer tipo de violência nas praxes”. E acrescenta que a praxe no Técnico não dura mais de uma semana, até porque ”o nível de trabalho começa a aumentar”.
Barroca acredita que “não é de um dia para o outro" que se consegue acabar com uma tradição deste género. “São os próprios caloiros que se dirigem aos mais velhos a perguntar o que lhes vão fazer e vão até à associação de estudantes para saberem mais”.
Comissão de praxe
A Comissão de Praxe é o organismo que dentro do IST organiza as praxes. João Jesus faz parte da Comissão, e considera também “despropositada” a leitura feita da carta de Mariano Gago às faculdades. O estudante do mestrado em Engenharia Civil garante que “estão a ser tomadas medidas com toda a organização para o decorrer normal e sereno das praxes”.
Antes deste anúncio estavam planeadas dentro do campus "algumas actividades que foram alteradas". O que vai ser feito acontecerá fora do campus”, esclarece Jesus. O estudante reforça que a participação das praxes no IST por parte dos caloiros é sempre voluntária.
O líder da associação de estudantes, Jean Barroca acrescenta que “fora dos muros ninguém controla” e adianta que as praxes têm sido agora “mais contidas e reguladas”.