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Anti-Praxe

Lei n.º 62/2007, art. 75.º n.º 4 b) - Constituem infracção disciplinar dos estudantes: A prática de actos de violência ou coacção física ou psicológica sobre outros estudantes, designadamente no quadro das «praxes académicas».

Anti-Praxe

Lei n.º 62/2007, art. 75.º n.º 4 b) - Constituem infracção disciplinar dos estudantes: A prática de actos de violência ou coacção física ou psicológica sobre outros estudantes, designadamente no quadro das «praxes académicas».

Praxa (quase) Mata

31.10.08

Aluno sofre uma ruptura de aneurisma após praxe

HELENA SILVA

Um aluno da Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Leiria sofreu a ruptura de um aneurisma cerebral, depois de uma praxe académica. A escola pondera a abertura de um processo de averiguação.  Apesar dos receios da família, não está provada relação directa entre o incidente e o ritual.

Luís (nome fictício) tem 18 anos e é aluno do primeiro ano do curso de Engenharia Electrónica da Escola Superior de Tecnologia e Gestão (ESTG) do Politécnico de Leiria. Na passado dia 22, o jovem participou nas actividades de recepção ao caloiro - um desfile pelas ruas e o "baptismo", num jardim da cidade. Começou a queixar-se de fortes dores na cabeça e vómitos, acabando por ser transportado ao Hospital de Santo André, naquela cidade.

Fonte daquela unidade explicou que o aluno deu ali entrada, cerca das 21 horas, "com referência, pela pessoa que o acompanhava, de consumo elevado de bebidas alcoólicas". Permaneceu internado até à manhã do dia seguinte. Segundo o hospital não apresentava qualquer queixa nessa altura.

Mas a mãe do jovem contou ao JN que "as dores não passaram e foram-se intensificando".

Por isso, no sábado, voltou ao hospital. Foi-lhe diagnosticada, então, uma hemorragia intracraniana resultante da ruptura de um aneurisma cerebral (ver caixa), tendo sido transportado ao serviço de neurocirurgia do Centro Hospitalar de Coimbra, onde foi submetido a uma intervenção cirúrgica, na última terça-feira, que se prolongou por mais de sete horas. Permanece internado.

A mãe explica que, até sábado, ninguém sabia que o jovem tinha um aneurisma. E mostra-se convencida de que as actividades realizadas durante a praxe académica "poderão ter contribuído" para a ruptura.

"É certo que a ruptura de um aneurisma pode acontecer em qualquer circunstância, mas o que os alunos são sujeitos nas praxes - os pinotes, os banhos de água fria - podem provocar danos a quem tenha problemas de saúde, mesmo que não saiba". Por isso, adverte os outros pais para que, sempre que possível, "evitem que os filhos andem nestas coisas".

Carlos Neves, responsável da ESTG, afirmou ao JN que a escola está a ponderar abrir um processo de averiguação para apurar o que se passou naquela praxe. Ontem, o responsável ouviu os familiares do aluno, a Comissão de Praxes da escola e outros jovens que participaram nas actividades.

"Por aquilo que nos foi dito até agora, não se terá passado nada de anormal, mas estamos a averiguar se haverá uma relação directa entre a praxe e o acidente", afirmou.

 

[Estes actos dentro de instituições de ensino/educação são normais?!!]

 

Carlos Neves sublinhou que, apesar dessas actividades serem externas à escola, os responsáveis da ESTG procuram "controlar e observar", de forma a evitar eventuais excessos.

Rita Genésio, da Comissão de Praxes, contou que na véspera da praxe (terça-feira à noite), Luís terá assistido a dois concertos, integrados no programa de recepção ao caloiro. "Não terá dormido nessa noite e, quando iniciou as actividades, devia estar muito cansado", afirmou, assegurando que no dia de praxe "não houve excessos".

http://jn.sapo.pt/paginainicial/interior.aspx?content_id=1036366

 

Jovem de Leiria operado na sequência de praxe

Mais um caso de praxes violentas

Um jovem de 18 anos, estudante na Escola Superior de Tecnologia e Gestão

(ESTG) de Leiria, foi operado na terça-feira a um aneurisma cerebral,que rebentou na quarta-feira anterior alegadamente depois de sido praxado.

O aluno saiu na quarta-feira dos cuidados intensivos do Hospital dos

Covões, em Coimbra, onde ainda se encontra internado, mas a evolução do seu estado de saúde é favorável. Fátima Monteiro, 46 anos, diz que

sentiu uma “grande alegria” quando viu ontem o seu filho a caminhar com o apoio de uma enfermeira, apenas três dias depois de ter sido submetido

a uma intervenção cirúrgica “perigosíssima”, que teve a duração de sete

horas. O aneurisma estava alojado atrás do olho esquerdo, mas a mãe do jovem garante que não ficou com a visão afectada. O aneurisma cerebral

rebentou depois de Ricardo ter sido submetido à cerimónia de “baptismo”

na Fonte Luminosa, em Leiria, onde lhe mergulharam a cabeça em água

fria. Fátima Monteiro conta que o filho “gritava agarrado à cabeça” devido à

intensidade das dores, associadas a febre e a vómitos. Depois de várias

deslocações ao hospital, exames suplementares de diagnóstico detectaram

um aneurisma já na madrugada de domingo, ao qual foi operado dois

dias depois em Coimbra. “Foi um mês inteiro de brincadeira.

Só faziam parvoíces. Mas o Ricardo adorou as praxes. Parecia um tolo”,

conta a mãe. O presidente da ESTG, Carlos Neves, considera a “situação

infeliz”, mas defende que foi uma coincidência o aneurisma ter rebentado naquele dia.

www.publico.pt    31 de Outubro de 2008  

 

Praxe Mata

27.10.08

 

Família de estudante morto depois de praxado quer reabrir processo-crime

 

27.10.2008, Natália Faria

 

 

Mãe de Diogo Macedo espera que, no decurso da acção cível, surjam novos elementos que permitam apurar responsabilidades na morte do estudante de 22 anos, em Outubro de 2001

 

 


Foi marcada para 14 de Novembro a próxima sessão do julgamento da acção cível interposta por Fátima Macedo, mãe de um jovem que morreu em Outubro de 2001, alegadamente na sequência de uma praxe a que foi sujeito na Universidade Lusíada, em Famalicão.
Fátima Macedo reclama uma indemnização de 210 mil euros à Minerva - fundação que detém a Lusíada. No entanto, segundo adiantou ao PÚBLICO a advogada Sónia Carneiro, o que a família espera é que no decurso desta acção surjam novos elementos que permitam reabrir o processo-crime que o Ministério Público (MP) arquivou, em Janeiro de 2004, por incapacidade de determinar quem foram os responsáveis pelas agressões que acabaram por provocar a morte de Diogo Macedo.
"Houve uma investigação criminal, que durou três anos, mas que se mostrou inconclusiva porque o Ministério Público conseguiu determinar que o Diogo foi vítima de agressões mas não conseguiu apurar a autoria dessas agressões", recorda Sónia Carneiro, dizendo-se convencida de que "a investigação ficou aquém do que poderia ter ido".
Muro de silêncio
Porque não têm "capacidade investigatória para apurar novos elementos", os advogados da família decidiram, em Janeiro de 2007, avançar com a acção cível agora em julgamento, esperando que, sete anos vol-
vidos, "as testemunhas consigam 'lembrar-se' do que aconteceu durante a praxe".
O muro de silêncio que se criou entre os elementos da tuna da Lusíada, a Académica, onde Diogo Macedo, então com 22 anos, tocava pandeireta, terá sido um dos entraves ao processo. Na sessão da passada quinta-feira, o próprio juiz largou um desabafo acerca da "impossibilidade de quebrar o muro de silêncio" em torno daquela morte. De facto, as três testemunhas ouvidas continuam a afirmar-se incapazes de descrever o que se passou na noite em que Diogo foi praxado. "Há uma espécie de amnésia...", lamenta Carneiro.
Caloiro na tuna
Factos: Diogo andava no 4.º ano do curso de Arquitectura, mas nunca passara de caloiro na tuna, sendo por isso frequente vítima das praxes perpetradas pelos colegas.
Na noite de 7 de Outubro de 2004, uma segunda-feira, preparava-se para jantar em casa quando recebeu um telefonema que o levou a ir ao local onde a tuna estava a ensaiar.
Por volta das 23h30, os pais receberam um telefonema a avisar que o Diogo tinha sido transportado para o hospital de Famalicão. Dali seguiu para o Hospital de São João, no Porto, onde entraria em coma profundo.
A máquina que o ligava à vida acabaria por ser desligada a 15 de Outubro. Na sessão de quinta-feira, a médica legista que elaborou o relatório da autópsia confirmou que "as lesões infligidas ao Diogo contraíram--lhe o cerebelo, lesão que o levaria a desfalecer e, mais tarde, a entrar em coma", segundo relatou ao PÚBLICO Sónia Carneiro. Já as testemunhas, elementos da tuna Académica à data dos acontecimentos, confirmaram apenas que Diogo foi praxado - mais exactamente obrigado a fazer flexões e agredido com uma revista no pescoço - tendo sido encontrado mais tarde inconsciente na casa de banho.

 

Solidariedade Praxada

24.10.08

Solidariedade praxada, solidariedade forçada, solidariedade humilhada...

 

 Remetemos para o comentário à notícia publicada em post anterior (sobre este tipo de solidariedade forçada), acrescentado que esta é uma forma expedita de vilipendiar um gesto nobre, solidário e voluntário.

Ainda não entendemos bem se a ideia é lavar a imagem negra das praxes, com um único gesto, para nos restantes dias (semanas... ) terem carta branca para o rastejar no lameiro...

 

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Associação de Estudantes da Escola Superior Agrária promove «praxe comunitária»

A Associação de Estudantes da Escola Superior Agrária de Bragança vai promover uma praxe diferente, hoje. Além do tradicional objectivo de integração dos novos alunos, a «praxe comunitária» pretende levar a cabo uma recolha de bens, que depois serão entregues a instituições de solidariedade social.

 Norberto Leite, presidente da Associação de Estudantes adianta que \"a recolha vai tentar abranger toda a cidade de Bragança, mas o primeiro objectivo vão ser as áreas próximas da Escola Superior Agrária e o centro histórico da cidade\".

RC, 2008-10-22

http://www.diariodetrasosmontes.com/index.php3

Solidariedade Forçada!

23.10.08

Há uma tentativa, espero que não conseguida, de lavar e legitimar as praxes. Esta ideia, de solidariedade forçada ("Uma acção, em forma de praxe,") não é inédita da academia de Bragança. Os ex.mos ditos veteranos, auto-denominados durante os rituais engenheiros ou doutores ainda sem o serem, poderiam dar o exemplo e mostrar a sua autêntica genuinidade solidária. "Vejam, caros novos alunos, aqui nós somos solidários. No próximo ano repitam o nosso exemplo".

Agora, estas ideias luminosas dispensam-se. Tenham a caução de quem tiverem.
Haverá outro nome para este acto que não seja praxe (solidária) forçada?
Será possível ser solidário à força?
O que pelos vistos é possível é manter as imaculadas praxes com a caução dos mais incautos e de muitos outros iliteratos. É pena...
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Caloiros do IPB ao lado de Rosa Mota em corrida solidária

Cerca de mil estudantes do Instituto Politécnico de Bragança participaram ontem à noite numa corrida solidária que contou com a participação da campeã olímpica de maratona, Rosa Mota.

 

Uma acção, em forma de praxe, que marcou o inicio da semana do caloiro do IPB.

As inscrições eram feitas em forma de donativos alimentares que vão reverter a favor de instituições particulares de solidariedade social da cidade de Bragança.

Bruno Miranda, o presidente da Associação Académica do IPB, explica o objectivo que o objectivo desta corrida passa por “acariciar e dar mais apoio às instituições de Bragança”.

Já os donativos recolhidos vão ser entregues a instituições como o Patronato, a Igreja dos Santos Mártires, APADI, obra do Padre Miguel, entre outros.

 

Rosa Mota que marcou presença, considerou a iniciativa um exemplo de solidariedade e um incentivo aos jovens para praticarem desporto. “Espero que esta caminhada seja um incentivo para eles para continuarem afazer exercício no seu dia a dia”, disse ao mesmo tempo que sublinhava que “quando estamos a fazer uma acção desportiva a pensar nos outros ainda dá mais gozo fazer desporto”.

 

Os caloiros que ontem correram nesta praxe salientaram a vertente solidária da iniciativa. “Somos boas pessoas e queremos, acima de tudo, ajudar”, diziam. “Trouxemos roupa e leite”, exemplificavam alguns alunos.

 

No entanto também participaram nesta corrida cidadãos que acabaram por ficar com outra ideia do que são as praxes. “Ao contrário que se pensa das praxes acho que foi uma ideia muito boa, ficámos com outra ideia”, revelou uma participante à Brigantia.

 

[...]

 

Rádio Brigantia  www.brigantia.pt

Última actualização: 23-10-2008 08:59

http://www.brigantia.pt/index.php?option=com_content&task=view&id=1132&Itemid=43

 

Mural na FMDUL - Publicado no blog do M.A.T.A.

Humilhar é possível!

20.10.08

 Pode haver liberdade para humilhar?

 20.10.2008, Rui Moreira

  

Apeteceu-me interromper a cerimónia, chamar-lhes pinguins viúvos e urubus e incentivar os caloiros a vingarem-se...

 

Há dias, à porta do Instituto Português de Oncologia, deparei com uma grande algazarra, que desrespeitava a proximidade do hospital. Tratava-se de uma daquelas miseráveis cerimónias iniciáticas a que se convencionou chamar de praxe. No caso, um grupo de jovens, envergando t-shirts com dizeres aberrantes, autoflagelava-se dando saltos idiotas e gritando palavras de ordem humilhantes, amestrados por um grupo de "gauleiterzinhas" com ar pedante. Ao vê-las, desengraçadas, disformes e desfeadas pelo negro das capas e pelas meias de vidro, lembrei-me de Jô Soares, apeteceu-me interromper a cerimónia, chamar-lhes pinguins viúvos e urubus de galocha e incentivar os caloiros a vingarem-se...
Esta irritação parecerá excessiva mas percebi, pelo que ouvi à minha volta, que não era o único a quem aquele espectáculo degradante incomodava. Aliás, incomoda também o ministro, que recentemente fez comentários oportunos e severos sobre o tema, advertindo que não toleraria mais excessos. Infelizmente, disse-o em vão, porque a hierarquia das instituições de ensino superior é cúmplice das associações de estudantes e incapaz de pôr cobro a esta prática. Veja-se o caso do infame Instituto Piaget, em que os abusos e excessos das praxes foram conhecidos através da denúncia de uma ex-aluna, onde a direcção começou por aprovar uma directriz que proibia as praxes durante a recepção aos caloiros mas logo a seguir recuou, submetendo-se a uma auto-intitulada Comissão de Tradições Académicas que, imagine-se, ameaçara com uma manifestação...
Detesto falsas tradições. Não gosto sequer das tunas, porque, com raras excepções, não têm piada nos seus exibicionismos e nas suas zarzuelas néscias que nos impingem em cerimónias públicas e eventos sociais. No caso da capa e batina, não se trata apenas de uma questão de estética, porque qualquer pessoa tem o direito de se mascarar como entende: o que me aflige e assusta é que muitos dos que as envergam não percebam, sequer, as origens obscurantistas do traje e que este constitua hoje um uniforme obrigatório em práticas violentas e humilhantes.
As praxes são, por tudo isto, uma prática a banir. Não proponho, naturalmente, que sejam proibidas, porque o país já não aguenta proibições que depois não são acatadas e porque isso só contribuiria para as incentivar na clandestinidade. Mas é indispensável que os caloiros saibam que elas não são obrigatórias e que sejam apoiados no sentido de se sentirem protegidos e de poderem denunciar, se for o caso, quem cometer algum abuso.
A integração dos recém-chegados à universidade não é compatível com a humilhação e a violência, nem se pode perpetuar o princípio da hierarquização da barbárie por antiguidade. Recordo-me da forma como fui recebido, em Inglaterra, quando lá cheguei para estudar. Lembro-me do apoio da Student's Union, dos Serviços Sociais da Universidade e dos tutores. Gostava que em Portugal, onde imitamos tanta coisa má que nos chega do estrangeiro, também conseguíssemos, de quando em vez, replicar o que é bom. Principalmente, tudo aquilo que tem a ver com as liberdades. Economista 
http://jornal.publico.clix.pt/

 

Cartoon de Henrique Monteiro

Publicado no Blog do M.A.T.A.

Referendar o impossível

09.10.08

O ridículo não tem limites.

Será possível referendar a tortura, a humilhação?

 

Pelos vistos sim. No dia 11 de Novembro, que certos calendários dizem ser dia de São Martinho. Pois que o façam pelo menos com bom vinho!

 

 

Dia 11 de Novembro

  Vila Real

Alunos da UTAD vão referendar a praxe

»Concordam com a praxe nos moldes em que está regulamentada no código de praxe do Conselho de Veteranos?». No próximo dia 11 de Novembro, a praxe vai ser alvo de referendo por parte dos alunos da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD). A decisão foi tomada na última Assembleia Geral de Alunos, por proposta do Conselho de Veteranos, que não concorda com a inclusão de alguns pontos sobre o tema nos Estatutos da UTAD.

Os alunos da UTAD vão responder a um referendo relativo às praxes. A decisão surgiu na última Assembleia Geral de Alunos, que teve como tema de discussão as praxes e a sua regulamentação. E a proposta foi apresentada pelo Conselho de Veteranos.

Recorde-se que, recentemente, os estatutos da UTAD incluíram uma cláusula relativa às praxes que desagradou ao Conselho de Veteranos. Em causa estavam, por exemplo, os pontos em que se instituía apenas duas semanas para a praxe e que esta não se poderia realizar fora dos espaços da universidade nem dentro dos pavilhões onde os alunos têm aulas. Estas duas polémicas determinações acabaram, no entanto, por ser removidas dos estatutos pela Assembleia Estatuária da UTAD. Contudo, mantêm-se ainda outros dois pontos que desagradam ao Conselho de Veteranos, relacionados com aquilo que nos estatutos é considerado praxe.

De resto, foi esta “intromissão” da universidade num assunto que, até agora, era apenas regulamentado pelo Conselho de Veteranos, que acabou por levar à marcação de uma reunião de alunos extraordinária para debater a situação.

Segundo um comunicado enviado pelo Conselho de Veteranos da UTAD, o objectivo desta RGA (Reunião Geral de Alunos), na qual participaram 700 alunos, foi “debater as Praxes Académicas e o ataque que as tradições académicas e os estudantes da UTAD têm sofrido nos últimos tempos”.

Além da proposta de referendar a questão das praxes, na reunião foi aprovada uma moção de apoio às praxes. Ambas as propostas foram aprovadas por uma esmagadora maioria e “com total liberdade de expressão e de voto”. No comunicado, pode-se ler ainda que “as praxes foram proibidas pelo Conselho de Veteranos durante a Assembleia Geral de modo a garantir a total liberdade de expressão dos caloiros na reunião”. Na Assembleia, apenas quatro caloiros se mostraram contra as praxes.

O referendo vai decorrer no dia 11 de Novembro e Paulo Rosas, venerável Ansião da UTAD, espera uma “participação massiva” dos estudantes, que vão responder se “concordam com a praxe nos moldes em que está regulamentada no código de praxe do Conselho de Veteranos”.

Sónia Domingues, Semanário Transmontano, 2008-10-08

 

http://www.diariodetrasosmontes.com/index.php3

 

Alternativas

04.10.08

Comunicado da Alternativa Libertária

 

«Anos consecutivos de praxe violenta, humilhante e sexista deitam por terra os esforços dos defensores da praxe, apresentada como uma forma tradicional de integração. Nada podia ser mais falso, a praxe nos moldes em que existe na maior parte das universidades de Portugal é uma espécie de violência doméstica tolerada e que tem como objectivo a subserviência dos caloiros (considerados como inferiores) aos seus colegas mais velhos, veteranos ou não (considerados superiores). Toda uma panóplia de alarvidades teóricas baseadas em princípios medievais são a fonte de inspiração de quem praxa: fazer e ter amigos é a mais comum.
Não é preciso pensar muito para chegar a uma conclusão simples, se para ter 'amigos' tenho que me sujeitar a coisas degradantes como simular sexo, comer merda, ser pintado ou dizer de joelhos 'caloiro é pior que cão', prefiro não ter esses 'amigos' e ter outros que não estabeleçam uma 'amizade' depois de me humilharem.
Portugal é um país de modas, a praxe é uma moda e não uma tradição.Se há tradição de praxe apenas pode ser remetida para o caso de Coimbra. No entanto, o argumento de tradição (embora seja uma invenção) por si só também não convence. Existem boas e más tradições, tal como existem bons e maus costumes e a praxe a par do bullyng é um mau costume e algo a que nos devemos opôr totalmente.
A praxe já matou, a praxe já violou, a praxe já deixou marcas para toda a vida como amputações de membros e marcas psicológicas profundas. A praxe anula o sentimento académico de igualdade e união e incentiva o circo foclórico labrego, vazio de espírito crítico. Não é por acaso que as Associações de Estudantes de Portugal são as menos activas da Europa e só se preocupam com festas, galas,praxes e carreirismo politico.
Por estas razões apelamos a todas caloiros que rejeitem a hierarquia imposta por quem é igual a vocês. Apelamos ao boicote e à denúncia daquilo que é a tortura instutucional da praxe.»

Alternativa-libertaria@riseup.net

 

http://blogdomata.blogspot.com/2008/10/comunicado-da-alternativa-libertria.html