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Anti-Praxe

Lei n.º 62/2007, art. 75.º n.º 4 b) - Constituem infracção disciplinar dos estudantes: A prática de actos de violência ou coacção física ou psicológica sobre outros estudantes, designadamente no quadro das «praxes académicas».

Anti-Praxe

Lei n.º 62/2007, art. 75.º n.º 4 b) - Constituem infracção disciplinar dos estudantes: A prática de actos de violência ou coacção física ou psicológica sobre outros estudantes, designadamente no quadro das «praxes académicas».

Documentário PRAXIS na U.L.

24.11.11

Exmos. Senhores,


No próximo dia 28 de Novembro, às 18h30, irá realizar-se a apresentação do documentário PRAXIS, de Bruno Cabral, seguido de um debate, no Salão Nobre da Reitoria da Universidade de Lisboa.

 

As praxes universitárias, assentes em antigas tradições e obedecendo a uma hierarquia estruturada, ganharam uma nova vitalidade na última década. De Norte a Sul de Portugal, os novos estudantes sujeitam-se a rituais de iniciação ao ingressarem nas faculdades. Jogos de poder e diversas formas de humilhação organizadas pelos mais velhos, são uma etapa obrigatória para quem quer ser aceite na comunidade.

 

Esta sessão, de entrada livre, para além da apresentação do documentário Praxis pretende reavivar a discussão e promover um debate saudável sobre as praxes o seu significado e importância para o universo académico.

 

Assim, e ainda no âmbito das Comemorações dos 100 Anos da Universidade, gostaríamos de os convidar a estar presente na Sessão.

 

Por defenderem uma causa e esta sessão ir ao encontro da divulgação e desenvolvimento que pretendem, gostaríamos, se acharem por bem, que nos auxiliassem na divulgação, para que esta sessão chegue ao maior número de pessoas interessadas possível. Desta forma, envio texto de divulgação, bem como link para o evento no facebook e trailer. Envio também em anexo o cartaz e folha de sala do documentário.

 

Se surgir alguma questão estarei disponível para o seu esclarecimento.

 

Esperando que possam aceder ao nosso pedido e agradecendo desde já toda a atenção, despeço-me com os meus melhores cumprimentos,

 

 

Marta Azevedo                                 

____________________

ULis2011

Reitoria da Universidade de Lisboa

Alameda da Universidade

Campo Grande

1649-004 Lisboa

Tel.: +351 210 113 424

E-mail: mazevedo@reitoria.ul.pt

Site: www.centenario.ul.pt

...

14.11.11

Com a devida vénia ao autor, por se tratar de uma opinião em jornal público, divulgamos:

 

A praxe e o sistema

Nos meus tempos académicos, a praxe era uma coisa algo tímida a renascer com alguma tensão da proscrição a que tinha sido votada nos calores dos anos 70. Recordo uma recepção ao caloiro com aulas forjadas e uns carimbos na testa e recordo os desfiles da Queima. Usar traje académico não seria directamente equivalente a ser betinho, mas quase. Não sei comparar se a alegria era mais genuína ou menos do que agora, mais regada ou não, mas de uma coisa tenho a certeza: das regras académicas, a grande maioria conhecia apenas a cor dos cursos e as insígnias do ano.

Uma geração depois, ao ouvir falar do "sistema" da praxe e das "tradições" académicas, fico siderado com tão pomposa e fútil complexidade. Deixando de lado os casos óbvios de abuso e de desrespeito básico, inquestionavelmente condenáveis, se a chamada recepção ao caloiro tem apenas o objectivo, são, de receber e integrar, não necessitaria de tão tortuosa "regulamentação".

Um caloiro, para ser integrado (e respeitado?), tem que aprender uma legislação complexa, por vezes a tocar o delirante, e respeitar/prestar vassalagem a uma organização sem mérito subjacente. Se eu fosse hoje caloiro, gostaria de dispensar essas obrigações e poder mandar directamente àquela parte os "doutores" que me coagissem a entrar em brincadeiras que não aprecio. Poderia fazê-lo sem riscos agravados?

Um sistema são é aquele em que a autoridade e a liderança são baseadas no mérito, não se podendo considerar meritório passar muitos anos sem concluir um curso, é um sistema de afirmação pessoal individual sem a sorte ou o azar dos padrinhos de circunstância e em que as regras e as leis têm um objectivo construtivo que as justifica e não são arbitrárias, gratuitas e inconsequentes.

O sistema da praxe e respectivo "poder" não são legítimos nem saudáveis numa sociedade em que os valores de base devem ser clareza, justiça, respeito, iniciativa e mérito. Em grande parte, são até mesmo o oposto do que a universidade deve incutir.

Carlos J. F. Sampaio, Esposende

Jornal PÚblico, 14.Nov.2011