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Anti-Praxe

Lei n.º 62/2007, art. 75.º n.º 4 b) - Constituem infracção disciplinar dos estudantes: A prática de actos de violência ou coacção física ou psicológica sobre outros estudantes, designadamente no quadro das «praxes académicas».

Anti-Praxe

Lei n.º 62/2007, art. 75.º n.º 4 b) - Constituem infracção disciplinar dos estudantes: A prática de actos de violência ou coacção física ou psicológica sobre outros estudantes, designadamente no quadro das «praxes académicas».

Nem uma palavra...

30.09.12

Pai da caloira internada depois de praxe diz que a filha sempre foi saudável
29.09.2012 - 11:44 Por Carlos Dias
Decorridos três dias sobre o incidente que a conduziu aos cuidados intensivos do hospital de Beja, uma jovem caloira vítima de um evento cardíaco ainda não tem diagnóstico sobre o que terá precipitado o problema, referiu a porta-voz da unidade hospitalar.

Contudo, os relatos de violência física e coacção psicológica são uma constante nas praxes realizadas por vários cursos do IPB. Sobre esta praxe em concreto, não foi possível encontrar quem descrevesse os pormenores sobre como decorreu.
Um ex-aluno da ESTIG, João Malveiro, enviou ao PÚBLICO um depoimento sobre a sua própria experiência durante a praxe a que foi sujeito no ano lectivo de 2008/2009:
"Nesse dia assisti a algumas cenas menos felizes por parte dos praxantes, desde obrigarem caloiros a partilhar cebolas como refeição, caloiros pintados com marcadores Raidex, que são utilizados em gado, constante abuso quer físico quer psicológico. Cheguei mesmo a assistir a raparigas a serem passeadas pelos praxantes com uma trela e de gatas em terreno hostil. Os caloiros neste Politécnico são sujeitos a uma pressão esmagadora por parte dos alunos mais antigos."
As notícias entretanto veiculadas e que faziam referência a antecedentes cardíacos da jovem foram refutadas pelo pai que, em declarações ao PÚBLICO, garantiu que a filha "era uma jovem saudável" sem outras doenças que não vulgares constipações. Tem 25 anos e é mãe de uma filha com três anos. O pai descreveu que tanto na gravidez como no parto e na maternidade "nunca foi observada qualquer anomalia no coração, nem tensão alta teve".

A jovem está em estado crítico.  Num comunicado enviado pelo IPB aos órgãos de comunicação social é descrita a "consternação" que afectou "todos os responsáveis, estudantes e demais colaboradores" quando tomaram conhecimento da "doença súbita" da jovem caloira. Neste sentido, a direcção da escola decidiu "suspender simbolicamente todas as actividades integradas no período de recepção aos novos alunos". Nem uma palavra sobre os "excessos" que foram cometidos durante a praxe.
http://www.publico.pt/Sociedade/pai-da-caloira-do-politecnico-de-beja-garante-que-a-filha-sempre-foi-saudavel-1565108

...

30.09.12

Das notícias recentes, reproduzimos aqui algumas das justas afirmações nas caixas de comentários:

 

Tereza Knapic . 29.09.2012 13:57
a praxe é uma prática fascista
quando se obriga alguém a fazer aquilo que queremos apenas porque a nossa posição hierárquica é superior e quando o que se obriga alguém a fazer é "não normal" (não saímos á rua pintados com marcadores nos braços, nem de mão dada com estranhos, nem aos berros - só para referir alguns dos exemplos considerados... normais) estamos a sujeitar o outro a uma humilhação em maior ou menor escala; e isso, doa a quem doer, tem um nome: fascismo. O que é curioso é que são os mais jovens que têm a mania que entendem todas as dimensões da palavra Liberdade que demonstram não perceber de todo o que é; liberdade e respeito pelo outro são quase sinónimos. Numa sociedade verdadeiramente livre e defensora dos direitos de cada um, estes praxadores seriam acusados judicialmente de tentativa de homicídio.

Ângelo Miguel . 29.09.2012 12:39
Façam como se deve fazer numa situação
destas. Acusem de tentativa de homicídio involuntário. Cabe à procuradoria geral da república investigar e proferir uma acusação. E cabe ao instituto politécnico abrir um processo disciplinar conducente à expulsão dos alunos envolvidos. Basicamente cumpra-se o que está estipulado na lei.

Anónimo , Lisboa. 29.09.2012 16:27
É uma vergonha!
Os dirigentes das universidades, faculdades, institutos e politécnicos que tenham coragem e: a) proíbam as praxes no interior dos edifícios e nos recintos adjacentes; b) obriguem a cumprir um código muito estrito, avisando claramente os caloiros de que não são obrigados a submeter-se às praxes; c) chamem a polícia e processem os envolvidos em casos de abusos; d) estabeleçam sancções disciplinares pesadas para quem abuse da sua posição; e) coloquem funcionários e professores a supervisionar algumas das praxes para controlar os excessos. Infelizmente, não acredito que haja coragem e vontade para isto. Os praxados e as pessoas que sofreram excessos deviam antes iniciar queixas formais quer contra colegas, quer contra as instituições de ensino, quer ainda contra o ministério.

Quando é que isto acaba?

28.09.12

Talvez só quando alguém se sentar no banco dos réus, autores e cúmplices.

 

Caloira acaba no hospital de Beja depois de praxe
28.09.2012 - 14:12 Por Carlos Dias, Romana Borja-Santos
A estudante matriculada na Escola Superior de Tecnologia e Gestão (ESTIG), do Instituto Politécnico de Beja (IPB), que ficou inanimada depois de ter participado numa praxe académica na quarta-feira, já teria problemas cardíacos, confirmou ao PÚBLICO uma fonte do Hospital José Joaquim Fernandes de Beja. Dois dias depois do incidente, a aluna de 25 anos continua internada na unidade de cuidados intensivos polivalentes do Hospital de Beja com “problemas cardíacos não especificados” e com prognóstico “muito reservado”, revelou a mesma fonte. Na sequência do incidente que vitimou a jovem estudante de Beja, o presidente do IPB, Vito Carioca refere num comunicado divulgado esta sexta-feira que a instituição “decidiu suspender simbolicamente todas as actividades integradas no período de recepção aos novos alunos”, depois de ter tomado conhecimento da doença súbita de uma das estudantes do IPB.

O PÚBLICO assistiu a uma dessas praxes. Na mata municipal perto da ESTIG, um jovem foi obrigado a fazer flexões com as pontas dos pés e as mãos apoiadas em tijolos rodeado de veteranos e veteranas que o visavam com impropérios ofensivos. Quando terminou o "exercício", estava completamente exausto e alagado em suor e com dificuldade em aguentar-se de pé.

http://www.publico.pt/Local/caloira-acaba-no-hospital-de-beja-depois-de-praxe-1564956

Não aos Touros! E porquê as Praxes?

25.09.12

O presidente da Câmara de Faro anunciou hoje o cancelamento de uma garraiada agendada no âmbito da semana de receção ao caloiro da Universidade do Algarve e declarou que os espetáculos tauromáquicos não são bem-vindos no concelho.


"Essa é uma atitude que eu devo ter, protegendo os interesses dos seres vivos", disse, manifestando-se contra a possibilidade de, no futuro, haver qualquer tipo de espetáculo tauromáquico no concelho de Faro, em nome da defesa dos direitos dos animais.

 

http://www.dn.pt/politica/interior.aspx?content_id=2790588

Ministro Crato abençoa a Praxe?

02.09.12

Um auto-denominado CNTA - Conselho Nacional de Tradições Académicas- "espera poder ter uma relação mais pacífica com Nuno Crato [do que com Mariano Gago, que publicamente condenou estas práticas], pelo que o convidou para a cerimónia de apresentação da comissão e da sua carta de princípios".

 

"Os reitores das academias que subscreveram o documento também vão receber um convite para a sessão".

 

http://www.publico.pt/Educa%C3%A7%C3%A3o/nove-universidades-terao-praxe-guiada-por-principios-comuns-1560777

Também vamos gostar de saber e escrever o nome dos "magníficos" reitores que subscreveram o documento, abrindo a excepção às leis do Código Civil dentros do campus académico. É que quando alguém levar autores da praxe a tribunal, o que já aconteceu, pode agora estender a acção também aos autores morais, aos signatários.

 

"O documento será tornado público no dia 8 de Setembro, numa cerimónia agendada para o Páteo das Escolas das Universidade de Coimbra".

 

Vamos estar atentos.

A dignidade, segundo o Dux do Porto

02.09.12

O Dux Veteranorum do Porto, nome que faz parte do folclore das praxes, lidera um movimento para criação de um documento que sirva de base às praxes e que preserve o "respeito pela dignidade humana".

http://www.publico.pt/Educa%C3%A7%C3%A3o/nove-universidades-terao-praxe-guiada-por-principios-comuns-1560777

 

Estamos curiosos, muito curiosos, em conhecer essa grande novidade.

Essa grande atitude filantrópica terá certamente direito ao prémio de Direitos Humanos.