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Anti-Praxe

Lei n.º 62/2007, art. 75.º n.º 4 b) - Constituem infracção disciplinar dos estudantes: A prática de actos de violência ou coacção física ou psicológica sobre outros estudantes, designadamente no quadro das «praxes académicas».

Anti-Praxe

Lei n.º 62/2007, art. 75.º n.º 4 b) - Constituem infracção disciplinar dos estudantes: A prática de actos de violência ou coacção física ou psicológica sobre outros estudantes, designadamente no quadro das «praxes académicas».

Praxe Letal

11.05.13

"[...] Iria reencontrar as praxes académicas muito mais tarde, com inesperada pujança e agressividade, quando regressei à Universidade como professor. À parte algum episódio de esporádico bom humor, é profundamente degradante o espetáculo das "praxes" exibidas nos espaços públicos das nossas universidades. Ao longo de todo o ano letivo os lugares de recreio e lazer são infetados pelos "praxistas", em uniformes negros, que conduzem os colegas do primeiro ano como se fossem rebanhos, em marchas e formaturas de paródia marcial, ridiculamente vestidos, com os rostos pintados, contorcidos em posições obscenas, coagidos a posturas humilhantes, obrigados a demonstrações de obediência canina aos sinais de comando dos seus rústicos pastores.

Não bastam os esforços concertados das autoridades universitárias e das associações de estudantes. A retórica sobre o "livre consentimento" dos "caloiros" esconde a natureza compulsiva e degradante destes simulacros de tribalismo iniciático bem identificado e caracterizado pelos antropólogos nas sociedades primitivas, a par das amputações e do canibalismo rituais. É preciso que esses jovens irresponsáveis e os adultos que os incentivam percebam que nenhum cidadão decente, nenhuma pessoa que se preze, pode aceitar que a missão da Universidade se degrade ao ponto de tolerar esta barbárie. O Diogo Macedo era um belo jovem de 22 anos quando foi cobardemente assassinado nesse ano distante de 2001. Um silêncio cúmplice esconderia para sempre os autores do brutal espancamento que levou o Diogo à morte. É demasiado tarde. Repetimos, com Fernando Pessoa: "Tão jovem! Que jovem era! / (Agora que idade tem?) /(...) "(Malhas que o Império tece!) / Jaz morto, e apodrece, / O menino da sua mãe".

http://www.jn.pt/opiniao/default.aspx?content_id=3211096&opiniao=Pedro%20Bacelar%20de%20Vasconcelos