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Anti-Praxe

Lei n.º 62/2007, art. 75.º n.º 4 b) - Constituem infracção disciplinar dos estudantes: A prática de actos de violência ou coacção física ou psicológica sobre outros estudantes, designadamente no quadro das «praxes académicas».

Anti-Praxe

Lei n.º 62/2007, art. 75.º n.º 4 b) - Constituem infracção disciplinar dos estudantes: A prática de actos de violência ou coacção física ou psicológica sobre outros estudantes, designadamente no quadro das «praxes académicas».

Polícia pára Praxe

30.09.17

La policía interviene en una novatada en A Coruña

Vestidos únicamente con unos calzoncillos, un grupo de novatos debía dedicar sus serenatas ebrias a las muchachas que dormían en un colegio femenino en A Coruña. La broma se les fue de las manos cuando comenzaron a arrancar papeleras y otros objetos del mobiliario urbano para lanzarlos contra la valla metálica que cerraba el colegio, dejando múltiples abolladuras. “Lo de todos los años, todos los años hay novatadas”, cuenta uno de los vecinos. Realizaron tal escándalo, que la policía fue capaz de identificar a cuatro menores, a los que se les realizará un seguimiento para evitar que estas conductas se repitan.

https://elpais.com/elpais/2017/09/29/videos/1506711420_653895.html

Sem sentido e com poucas consequências

24.09.17

“Não tem sentido nenhum algumas das coisas que acontecem na praxe”

Em quatro anos como reitor, Cruz Serra recebeu apenas uma queixa abusos na praxe. O caso acabou arquivado. Ainda assim, diz “não ter ilusões” de que há situações inadequadas a acontecer com os 7500 novos alunos que todos os anos chegam à Universidade de Lisboa.
Samuel Silva, 20 de Setembro de 2017, 8:00
https://www.publico.pt/2017/09/20/sociedade/noticia/nao-tem-sentido-nenhum-algumas-das-coisas-que-acontecem-na-praxe-1785997

Também foi uma resposta ao desafio do ministro para se criarem alternativas à praxe?
É uma vontade de termos os alunos mais próximos da universidade, com mais sentido de pertença. Também é nossa obrigação combater as práticas degradantes da praxe.

Nestes quatro anos teve problemas com praxes?
Não tive nenhum problema dramático com a praxe. Abro imediatamente um processo disciplinar se aparecer alguma queixa.

Houve mais alguma situação?
Não houve nenhuma situação grave que nos tenha chegado. Não tenho ilusões que tem que ter havido uma ou outra situação menos adequada. Todos os actores do sistema têm que se pronunciar sobre a praxe e quem se porta mal tem que ter penalização. Numa sociedade que tem os valores da nossa, não tem sentido nenhum algumas das coisas que acontecem na praxe.

Inédito: PSP dá a benção às praxes!

18.09.17

Não adianta J.P. Pereira e muitos outros se indignarem com as praxes, quando estas têm a benção ao mais alto nível, com a excepção militante do actual Ministro e de um ou outro, poucos, Reitores.
Mais, agora têm também a benção da PSP. Ora toma!


DN, 15 Set. 2017:

http://www.dn.pt/lusa/interior/psp-de-lisboa-alarga-programa-escola-segura-e-cria-projeto-universidade-segura-8774316.html
Numa sessão de esclarecimento, a PSP alertou os caloiros presentes para a necessidade de praxes seguras, dando a conhecer "os direitos que os caloiros têm".

De acordo com o membro da direção da FAUL, Miguel Baptista-Bastos, "na Faculdade de Arquitetura da Universidade de Lisboa as praxes são muito criativas e são quase uma iniciação de um aluno do ensino secundário que entra no ensino superior".

Para já o projecto-piloto da Universidade Segura é promovido pela PSP de Lisboa através da Divisão que abrange as zonas de Campo Ourique, Estrela, Alcântara e Belém.

https://www.dn.pt/sociedade/interior/psp-vai-vigiar-praxes-e-faculdades-para-evitar-assaltos-8803279.html

https://www.dn.pt/lusa/interior/psp-e-universidade-lusiada-organizam-operacao-stop-para-projeto-universidade-segura-8806789.html

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Sobre a praxe e o direito a viver no século XXI
O momento é o da denúncia. Quem não a faz é conivente com a praxe.
Luís Monteiro, 19 de setembro de 2017, 6:31
https://www.publico.pt/2017/09/19/sociedade/noticia/sobre-a-praxe-e-o-direito-a-viver-no-seculo-xxi-1785809
Proibir a praxe: sim ou não? Sou assumidamente anti-praxe. Mas não tenho para mim que a solução passe por uma qualquer tentativa de proibir ou perseguir quem faz parte destes grupos. No entanto, também acredito que, no dia em que existirem mecanismos suficientes de denúncia e que qualquer estudante que pressione, humilhe, exerça algum tipo de poder sobre o outro seja punido por lei, tal como acontece em todos os outros espaços do dia-a-dia, os alicerces desta prática desabam. Por outras palavras: no dia em que a praxe não for sexista, machista, hierárquica, homofóbica, violenta, deixa de ser praxe.

O desconforto sentido entre aqueles que ainda defendem este tipo de práticas reside no facto de o tema ter-se tornado um debate público, deixando de ser tabu. No meio de todo este debate, desde as tentativas de defender o indefensável, continuamos todos à espera de alguém que defenda abertamente o conteúdo do tal “Manual de Sobrevivência do Caloiro” da praxe da FCUP. Ao contrário do que possa parecer, este não é um debate sobre proibições, é um debate sobre liberdades: a maior de todas é poder escolher viver no século XXI.

Deputado do Bloco de Esquerda

A Lama Sulfurosa das Praxes

17.09.17

A imbecilidade da praxe e necessidade de quarentena dos seus praticantes
José Pacheco Pereira, 16 de Setembro de 2017, 7:10

Os artigos escritos com fúria são os mais fáceis de fazer. Este foi feito em péssimas condições, começou a ser escrito num restaurante num IPad, continuou numa sala de espera de uma estação de televisão e por fim numa viagem de carro, e acabou num café a 500 quilómetros do sítio original. Foi escrito em emails dirigidos a mim próprio, e não num processador de texto. Várias vezes tive de o enviar com medo de o perder. Mas, mesmo com todas as dificuldades de sítio, movimento, ruído e agitação, a fúria manteve-o vivo. Espero que os meus amigos revisores do PÚBLICO tenham em consideração este caos e me perdoem as gralhas, erros e mau estilo. Também não tenho contadores de palavras e caracteres, pelo que espero que não esteja nem pequeno, nem grande.

Aqui vai pois a fúria.

Há momentos em que se percebe muito bem por que razão este país não anda para a frente e um desses momentos é quando se traz para as ruas o espectáculo da praxe. As universidades, salvo raras e honrosas excepções, não a proíbem dentro das suas instalações, e, quando a escorraçam para os espaços públicos, as autarquias deviam tratá-las como um problema de saúde pública que exige uma forma qualquer de quarentena. Não o fazem. É por isso que não andamos para a frente.

As autarquias permitem que milhares de cidadãos sejam insultados pelo espectáculo da imbecilidade colectiva que se passa nos jardins e nas ruas. Aliás, o que se passa não é diferente do pastoreio das claques de futebol pela polícia de choque, em que um exército excitado e violento ameaça entrar em guerra com o exército do lado. Os espaços públicos pertencem ao público, a todos nós, não podem ser apropriados por actividades violentas e as praxes são um espectáculo de violência da estupidez. E a estupidez até pode matar, mas, mesmo que não mate, magoa a cabeça, o pensamento, a razão, a decência e boa educação. É por isso que não andamos para a frente.

Em muitos sítios não se pode fumar, ter atitudes “indecentes”, provocar os outros passeantes, mas, se forem os meninos e meninas da praxe, está tudo bem.

Mas não está. Se se quer permitir as praxes — o que para mim está bem fora das escolas e das ruas —, ao menos que se proceda com medidas de sanidade pública, como seja atribuir-lhes uns locais vedados, cercados por altos muros, os curros das praças de touros, ou os lotes vazios da selva urbana, os sítios poluídos onde ninguém quer ir, os matadouros abandonados, as fábricas em ruínas, aqueles cenários dos filmes de terror. Aí, se quiserem, podem dedicar-se a rastejar pelo chão, a lamber coisas inomináveis, a fazerem genuflexões “servis” como mandam os manuais da praxe. É por isso que não andamos para a frente.
Quem tem também muitas responsabilidades são os paizinhos e as mãezinhas dos dois lados da praxe, os que mandam e os seus servos, certamente também porque muitos deles andaram já nessas andanças e pelos vistos gostaram. Claro, quando as coisas correm mal, e já correram muito mal, então protestam, mas já é tarde de mais. Eu sei bem que muitos dos praxados e praxantes já são jovens adultos, sem estarem sujeitos à autoridade paternal, mas presumo que continuam a viver com as mamãs, e à custa dos progenitores, pelo que leverage existe — mas, como tudo neste infeliz país destes dias, não é exercido. Não é exercido pelas autoridades académicas que, quando muito, olham para o lado para não verem o nojo de tão baixa função em tão alta universitas, cheia de dignidade latina e de indignidade humana. É por isso que não andamos para a frente.

Não há nada de bom nas praxes, por muito que haja uma escola de sociólogos e antropólogos que aceitam sempre justificar tudo com o fabuloso argumento dos ritos de passagem e da “integração”. Mas, em bom rigor, o que é que distingue estas exibições de autoridade do segundo ano sobre os caloiros do consentimento social da violência doméstica? E afirmam que estas brincadeiras imbecis ajudam os meninos e meninas a “integrarem-se” nas universidades. Estou mesmo a ver os praxados a correrem para os livros no dia seguinte ao fim das semanas da praxe, já muito “integrados” em todas as virtudes dos altos estudos. É por isso que não andamos para a frente.

Tenho muita honra em ter toda a vida combatido estas imbecilidades socialmente perigosas, algumas vezes de forma, digamos, mais consequente. Não conto desistir e talvez assim assegure um lugar no paraíso e possa ver, da minha branca nuvem, as actividades dos diabos. Porque de uma coisa eu tenho a certeza — para entrar no Inferno há praxes, para “integrar” os malditos no exercício da autoridade diabólica, humilhando-os fazendo-os rebolar na lama sulfurosa do Inferno. Boa praxe!

https://www.publico.pt/2017/09/16/sociedade/noticia/a-imbecilidade-da-praxe-e-necessidade-de-quarentena-dos-seus-praticantes-1785607

Ano Novo, Praxes Velhas

16.09.17

Com a devida reverência aos autores (Felisbela Lopes e João Quadros), por razões cívicas reproduzimos parte de artigos de opinião, que podem ser lidos na íntegra seguindo o link.

 

Nova carta a um universitário

Felisbela Lopes, JN 15.09.2017

Escrevi-te há dois anos, eras tu um jovem caloiro, cheio de expectativas, próprias de quem chega ao Ensino Superior, mas carregando igualmente alguns temores, frente a uma praxe que tu sabias que poderia ser violenta. Agora, já no terceiro ano, és finalista de uma licenciatura que se faz depressa demais e pertences também a um grupo que lidera o acolhimento aos mais novos. É em ti que confio para consolidares uma marca de qualidade do Ensino Superior e para ajudares a combater práticas abjetas que se multiplicam por vários campi universitários.
[...]
São apenas mais novos do que tu dois anos, mas essa diferença posiciona-te para seres uma espécie de porto de abrigo. À tua frente, estarão estudantes muito diferentes, ainda que todos te pareçam semelhantes. Não o são. Há os que chegam de longe e se confrontem com a experiência de viver numa nova e desconhecida cidade e há aqueles que continuam a ter os mesmos hábitos de sempre; há os extrovertidos e os que se atormentam com convívios forçados; há os que procuram novos ambientes e os que resistem à mudança... E, no meio de tudo isto, há ainda as praxes. Que tens a obrigação de combater.

http://www.jn.pt/opiniao/felisbela-lopes/interior/nova-carta-a-um-universitario-8771920.html

 

Praxar a praxe

http://www.jornaldenegocios.pt/opiniao/colunistas/joao-quadros/detalhe/prazae-a-praxe
João Quadros, 15 de Setembro de 2017 às 09:15

A praxe não tem lugar na universidade. Por alguma razão não existe uma cadeira de luta de cães, uma oral em arrotos, ou uma Universidade Zezé Camarinha. A praxe nunca devia ter saído dos quartéis. [...] Todos os anos estamos nisto, na maldita praxe. Ainda não tenho filhos na universidade mas espero que, até lá, acabem com a desgraça deste "bullying" encartado. [...] Aqui há tempos, vi as imagens do filme "Praxis", e fiquei cheio de vontade de ver a minha filha ali agachada com um outro caloiro a fingir que a sodomiza, com um balão pelo meio, e um idiota de óculos escuros e cabelo rapado, de traje, a gritar: "Não é assim que se papa a caloira!" Foi por isso que eu andei a juntar dinheiro para ela ir para a universidade. [...] Deviam ensinar os caloiros a contestar, a evitar conclusões em rebanho, e a não andarem vestidos de escaravelhos.

 

A praga da praxe
João Quadros, 18 Set 2017 09:53
http://24.sapo.pt/opiniao/artigos/a-praga-da-praxe
Tenho a opinião que praxe boa, é praxe morta.
A praxe "é a tradição". Esse argumento funciona para as praxes e para a excisão do clitóris.
"Foi graças à praxe que fiz amigos". Não há paciência. Esta gente que diz que tem amigos porque fez a praxe é o equivalente a dizer que tem namorada porque foi a uma casa de prostitutas.
Faz-me confusão como é que a polícia assiste àquilo e não faz nada. Grafittis nas paredes são 100 mil euros de multa, escrevinhar adolescentes no meio da rua, "tudo bem, siga". Estão 30 miúdos deitados em frente aos armazéns do Chiado, a gritarem que são umas bestas, e as pessoas olham para aquilo como quem olha para um tipo a assar castanhas – “Olha, chegou o outono".

Reitor da UP dá Carta Cinzenta à Praxe

15.09.17

Nem carta branca, nem carta vermelha. Carta cinzenta.

É isso que entendemos, na nossa livre opinião, de algumas afirmações infelizes do Reitor da UP na abertura do ano lectivo.

Não pode ser cá dentro, mas lá fora não vemos nada...

E, não sendo cegos, elogia-se o gesto de mostrar os espaços culturais da cidade aos novos alunos. É um bom gesto, mas não basta para acabar com esta praga.

Senhor Reitor, ante a escassez de alunos de alguns dos seus colegas, que temem tomar atitudes mais claras, tendo a Universidade do Porto tantos candidatos, como o afirma, tem aqui uma boa oportunidade para excluir aqueles que nada contribuem para os valores que defendeu no seu dirscurso de abertura.

 

Reitor da Universidade do Porto apela à "contenção" e "tolerância" na praxe
http://www.dn.pt/sociedade/interior/reitor-da-universidade-do-porto-apela-acontencao-e-tolerancia-nas-praxes-8770932.html
Ao apelo de Sebastião Feyo de Azevedo seguiu-se depois um aviso: "Não pode haver excessos do tipo de que se fala e do que nós vamos vendo que vai ocorrendo e que não podem ocorrer. Estas atividades não deverão [ocorrer] dentro das instalações universitárias".

Com o mote "Olá Futuro", a UPorto lançou hoje à tarde, a partir do largo da Reitoria, meio milhar de balões com as cores das 14 faculdades da academia e anunciou que para favorecer à integração na cidade ofereciam aos novos estudantes um roteiro turístico com visita à Torre dos Clérigos, Museu de Serralves, Casa da Música, Museu Soares dos Reis e Estádio do Dragão.

Assim não vamos lá

15.09.17

Enquanto as instituições não tiverem a coragem de sancionar aqueles que sujam a sua imagem, não há vontade de Ministro que lhes valha. Nem o recorrer em última instância à PSP, que tem outra missão.

Se não pôem ordem em casa, chamam terceiros?

Salvaguardando a clareza e frontalidade com que o Director da FCUP afronta este problema, recorrente no início de todos os anos lectivos, e que tem poucos seguidores noutras instituições.

 

Caloiros devem ser “incondicionalmente servis”, diz “manual” distribuído no Porto
Documento entregue por alunos mais velhos na Faculdade de Ciências denunciado por deputado do BE. Director diz ser “impossível” praxe nas suas instalações.
Samuel Silva, 14 de setembro de 2017, 7:20
https://www.publico.pt/2017/09/14/sociedade/noticia/caloiros-devem-ser-incondicionalmente-servis-diz-manual-distribuido-no-porto-1785347

Cortar Asas à Praxe Financiada

14.09.17

Sociólogos consideram que Governo devia aprovar sanções contra instituições e cortar financiamento a associações
ALEXANDRA INÁCIO, 14.09.2017
http://www.jn.pt/nacional/interior/queixas-por-praxe-abusiva-duplicaram-8769279.html
No último ano lectivo, a Direção-Geral do Ensino Superior (DGES) recebeu através de email e linha telefónica, criados em 2015, 18 comunicações relativas a praxes abusivas. O número é quase o dobro das 10 queixas feitas em 2016, embora cerca de um quarto das 80 recebidas no primeiro ano.

Os sociólogos João Teixeira Lopes e Elísio Estanque acreditam que o valor não revela a realidade porque continua a persistir uma cultura "permissiva" com estes rituais e reclamam sanções.

EXARP: vamos (tentar) dar a volta a isto?

11.09.17

O combate contra práticas humilhantes como as praxes tem de continuar
10.09.2017 às 0h01
http://expresso.sapo.pt/sociedade/2017-09-09-O-combate-contra-praticas-humilhantes-como-as-praxes-tem-de-continuar

O Ministro do Ensino Superior lembra a iniciativa em curso "exarp - dar a volta à praxe", que pretende incentivar o recurso a actividades alternativas de integração dos novos estudantes

O Ministro do Ensino Superior, Manuel Heitor, tem sido uma das vozes mais críticas contra os abusos praticados nas praxes do ensino superior e, em declarações ao Expresso, diz que poderão "sempre contar" com a sua ajuda no "combate contínuo e sistemático que tem de ser feito em relação a práticas humilhantes como as praxes".


Ministério lança iniciativa para “dar a volta à praxe”
https://www.publico.pt/2017/09/10/sociedade/noticia/ministerio-lanca-iniciativa-para-dar-a-volta-a-praxe-1784936
Direcção-Geral do Ensino Superior promove um site onde é possível encontrar as actividades alternativas à praxe em cada instituição de ensino. Contra as "manifestações de abuso, humilhação e subserviência".

O Ministério da Ciência e Ensino Superior quer “dar a volta à praxe”. E para isso a Direcção-Geral do Ensino Superior criou uma plataforma que pode ser acedida em www.exarp.pt

 

Não se pode arredar pé do combate às praxes"
15 set, 2017 - 19:49 • Rosário Silva

http://rr.sapo.pt/noticia/93410/manuel_heitor_nao_se_pode_arredar_pe_do_combate_as_praxes

Governante defende “processos positivos de integração pela cultura, pelo desporto, por práticas que identificam o ensino superior como espaço de tolerância e de diálogo aberto”.
O ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior quer fazer das praxes académicas uma “rotina” positiva da integração dos estudantes.

Valha-nos deus!

05.09.17

E continuamos nisto, de solidariedade forçada, solidariedade praxada.

 

Praxe? Caloiros da Católica vão apanhar batatas nos campos da Golegã
https://www.agroportal.pt/praxe-caloiros-da-catolica-vao-apanhar-batatas-nos-campos-da-golega/
No próximo dia 6 de Setembro, a Agromais e Agrotejo vão receber nos campos da Golegã, pelo terceiro ano consecutivo, 150 caloiros da Universidade Católica Lisbon School of Business & Economics, em mais uma acção do projecto Restolho.

 

Actualização:

http://www.tvi24.iol.pt/videos/sociedade/caloiros-da-catolica-foram-apanhar-batatas-para-a-golega/59b0676e0cf21bc11573dfc9

http://www.dn.pt/lusa/interior/cento-e-cinquenta-caloiros-apanham-batata-em-praxe-solidaria-na-golega-8749150.html

 

E mais:


Nesta "praxe" os caloiros pintam muros e recuperam hortas
http://24.sapo.pt/atualidade/artigos/nesta-praxe-os-caloiros-pintam-muros-e-recuperam-hortas
Noventa e cinco caloiros do Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE) pintaram muros, limparam quintais e recuperaram hortas no bairro Padre Cruz, em Lisboa, no âmbito do programa de receção e de integração dos novos alunos.

Pelo quarto ano consecutivo, o ISCTE realiza a receção de novos estudantes com um programa denominado “IULCOME”, que segundo a pró-reitora, Susana Fonseca, visa promover a integração dos jovens que ingressam nas 16 licenciaturas da instituição.

 

Caloiros da Universidade do Algarve limpam a Ria Formosa em praxe ambiental
Por Sul Informação • 20 de Setembro de 2017 - 11:35

http://www.sulinformacao.pt/2017/09/caloiros-da-universidade-do-algarve-limpam-a-ria-formosa-em-praxe-ambiental/

 

Portalegre: Praxe académica ajuda instituições sociais da cidade
Publicado em 21-09-2017

http://www.radioportalegre.pt/index.php/8-radio/8114-portalegre-praxe-academica-ajuda-instituicoes-sociais-da-cidade-c-som.html

Nós não vivemos no séc XIX!

02.09.17


"Também era tradição a escravatura e não é por isso que a defendemos

Luís Monteiro garante em entrevista ao Vozes ao Minuto que o Bloco de Esquerda "não largará a luta por um Ensino Superior democrático e inclusivo".

https://www.noticiasaominuto.com/politica/855988/tambem-era-tradicao-a-escravatura-e-nao-e-por-isso-que-a-defendemos
14:50 - 31/08/17 por Melissa Lopes

- Está aí à porta o início de um novo ano letivo e com ele virá, como sempre, o tema das praxes. Não há nenhum argumento válido para essas práticas continuarem a existir? O da tradição é um dos mais usados.

- Essa é uma discussão grande. As tradições têm muito que se lhe diga. Também era tradição a escravatura, as touradas, e não é por isso que as temos de defender. Mas as praxes vão um bocadinho para além disso. Se é verdade que na Academia, ou em parte da academia, isso foi tradição no passado, também é verdade que houve um movimento que quis fazer com que as praxes ressurgissem. E esse ressurgimento no final dos anos 80 tem tudo menos que ver com tradição, teve que ver com opções políticas, existiram até escritos de juventudes partidárias da altura que diziam que para combater movimento estudantil à Esquerda era preciso criar um pólo mais conservador, mais fechado na academia. Esse projeto foi conseguido, o neo-liberalismo ajudou a isso, os anos negros, de chumbo, do 'Cavaquismo' no início do neo-liberalismo em Portugal trouxeram de novo a realidade das praxes.

As denúncias públicas que têm existido tem sido fundamentais. Não só para um combate político e ideológico. Acima de tudo as praxes devem ser, e eu encarei-as assim desde sempre, como um problema social de uma sociedade que no século XXI assume serem normais práticas do século XIX. Mais do que tudo, precisamos de ter uma visão socialmente crítica das praxes. E esse é o consenso que precisa de ser construído na sociedade portuguesa. Quando, o ano passado, tive a oportunidade de contudo de construir a carta em nome de uma alternativa à praxe, com cem personalidades, foi exatamente isso, um consenso. A prova de que são precisos consensos em relação à praxe é que desde atores, a governantes, a ex primeiros-ministros, cientistas, professores académicos, músicos, etc, se uniram em torno do mesmo. Nós não vivemos no século XIX e, a partir da análise objetiva e factual que não vivemos no século XIX, então a vivência na universidade tem que ser correspondente ao tempo do século XXI, com tudo de bom e de mau que isso tem.  Com certeza haverá abusos, bullying a ser combatido e uma série de outras coisas, mas, acima de tudo, não podemos continuar a perpetuar um modelo que nada tem a ver com uma sociedade moderna, democrática, inclusiva, justa, que respeite o outro e a diferença. É preciso combater as praxes de frente, sem nenhum tipo de dúvidas em relação a isso.