As culpas morrem na areia
Uma vez mais, a tragédia da Praia do Meco não existiu. Uma vez mais, as culpas vão morrer na areia, a maré levará as provas.
E a questão de sempre: não haverá autores morais e materiais a responsabilizar?
Com respeito pelos direitos de autor, divulga-se para fins pedagógicos:
Caloira no hospital após praxe com álcool na praia
Marisa Rodrigues/JN
Nas imediações, nos caixotes do lixo, eram visíveis dezenas de garrafas de bebidas alcoólicas
A praxe consistia em enterrar os jovens na areia próximo da água de forma a que pudessem estar imobilizados enquanto lhe eram dadas, à boca, bebidas alcoólicas.
A jovem sentiu-se indisposta e teve de ser transportada de ambulância para o Centro Hospitalar do Algarve. À hora de fecho desta edição, estava na urgências a ser avaliada.
A rapariga é estudante do primeiro ano do curso de Biologia da Universidade do Algarve e reside em Faro. Segundo familiares, saiu de casa à hora de jantar, dizendo ter sido convocada para uma praxe. "A minha mãe viu cerca de 20 jovens enterrados na areia, imobilizados, sem conseguir mexer os braços. Pouco tempo depois, viu chegar uma ambulância e apercebeu-se de que era a minha sobrinha que estava a ser desenterrada e socorrida. Espumava pela boca e perdeu os sentidos", contou, ao JN, Mário Galego, tio da vítima.
Mário chegou ao local já quando Ana Eloísa estava a caminho do hospital. Tentou perceber o que se passou junto dos colegas da jovem, mas nenhum quis falar, chegando mesmo a ser ameaçado quando quis tirar fotografias.
"A preocupação deles era tapar os buracos que fizeram na areia antes da chegada da GNR e da Polícia Marítima. A maré entretanto subiu e levou parte do vestígios", garantiu. Nas imediações, nos caixotes do lixo, eram visíveis dezenas de garrafas de bebidas alcoólicas.
O JN sabe que as autoridades identificaram vários jovens, mas não foi possível apurar quanto.