Lei n.º 62/2007, art. 75.º n.º 4 b) - Constituem infracção disciplinar dos estudantes: A prática de actos de violência ou coacção física ou psicológica sobre outros estudantes, designadamente no quadro das «praxes académicas».

23
Out 20

Para quem achava que estes patuscos vetustos só existiam mais a norte...

Henrique Paz, estudante de Engenharia Mecânica no Instituto Superior Técnico e desde setembro dux-veteranorum, explica que rapidamente foi encontrada uma solução: “Começámos a perceber que havia a possibilidade de fazer algumas coisas com os caloiros no Zoom

“Tivemos só de reinventar um pouco a praxe que nós conhecíamos e tentar mudar os moldes do que antes era feito”, explica Carolina Teixeira, 20 anos, presidente da Comissão de Praxe do curso de Engenharia Mecânica, e mais conhecida por “Mentol”

https://ionline.sapo.pt/artigo/712492/praxes-online-a-dist-ncia-tambem-se-faz-a-festa?seccao=Portugal_i

 

publicado por contracorrente às 23:56

18
Out 19

Uns tortos (Capas e Kopos), felizmente atalhados por outros escorreitos de pleno direito (Departamento de Defesa dos Direitos Humanos da Associação Académica de Coimbra).

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Jornal I, 18/10/2019
José Paulo do Carmo

No dia 1 de Outubro, o grupo de praxe “Capas e Kopos” promoveu um convívio que consistia numa série de práticas de cariz sexual em que as mulheres convidadas eram persuadidas a executar um determinado número de tarefas a troco de bebidas alcoólicas (shots).

Desta vez veio da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, o que, por princípio, começa logo mal. Se os nossos advogados e juízes do futuro não sabem o que é o respeito nem respeitam as regras da sociedade, estamos ou estaremos muito mal entregues.

Não podemos deixar que proliferem este tipo de abusos, ainda para mais quando estes têm início na instituição que serve para formar e ensinar. Corremos o risco de continuarmos a ver crescer uma sociedade que nasce torta e que acaba, assim, por nunca se endireitar, escolhendo os caminhos errados e aceitando como legais ações que são puníveis por lei.

https://ionline.sapo.pt/artigo/674599/praxes-de-cariz-sexual?seccao=Opini%C3%A3o

publicado por contracorrente às 23:02

15
Out 18

A praxe não aprendeu nada com o Meco

5 de Outubro de 2018, Joana Mortágua
https://ionline.sapo.pt/628565?source=social


É impossível distinguir onde começa e acaba a violência de uma prática que atropela a dignidade humana com tanta bestialidade.

O lema resume tudo: “Dura praxis, sed praxis”. “A praxe é dura, mas é praxe”, gritam os “doutores” de capa e colher gigante na mão, qual cajado, enquanto “pastoreiam” grupos de caloiros e caloiras pelas praças das cidades universitárias deste país. Quando param, monta- -se um espetáculo com rasgos de auto-de-fé. E nem é preciso lembrar o caso do “tribunal de praxe” que mandou cortar o cabelo a uma aluna. Não é raro ver dezenas de jovens mais ou menos sujos, mais ou menos pintados, mais ou menos acorrentados uns aos outros que, sentados no chão de cabeça baixa, ouvem berraria coletiva de onde se soltam insultos e humilhações não raras vezes homofóbicas, não raras vezes racistas, não raras vezes machistas.

Haverá explicações históricas, políticas e ideológicas para que 73% dos portugueses reconheçam ter sido praxados no ensino superior, ao contrário dos restantes países, em que esse número não ultrapassa os 25%? Certamente, e não andaremos longe se falarmos do elitismo que marcou o acesso ao ensino universitário até tempos recentes e que ainda se reflete no imaginário de muitas famílias que só agora veem a primeira geração a estudar “para doutor”.

A verdade é que a sociedade tolera a praxe e consente num regime de exceção em que a dignidade e os direitos humanos não vigoram. A verdade é que em nenhuma outra instituição (pública, transparente e aberta, diga-se) se admite um sistema de poder paralelo hierarquizado entre a autoridade absoluta de uns e a humilhação servil de outros:

“O caloiro é incondicionalmente servil, obediente e resignado”; “não é um ser racional”; “não goza de qualquer direito”. “O caloiro é assexuado”, “deve ser sempre moderado no uso da palavra (zurra, grunhe, bale e relincha só quando lhe é dada permissão)”. “Não é permitido pensar, opinar, gesticular, buzinar, abanar as orelhas ou pôr-se em equilíbrio nas patas anteriores”, dizia o “manual de sobrevivência do caloiro distribuído no ano passado aos novos estudantes da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto.

Esse é o problema de todas as estratégias que têm sido assumidas para combater a “praxe violenta”. É impossível distinguir onde começa e acaba a violência de uma prática que atropela a dignidade humana com tanta bestialidade.

Continuamos a indignar-nos a cada morte, e já vamos em 12 nos últimos 14 anos. É esse o limite da praxe violenta, a morte? E os dois jovens que ficaram paraplégicos, ou a aluna que entrou em coma alcoólico depois de ter sido forçada a ingerir álcool? E os que este ano foram levados para a serra da Estrela para serem agredidos por “veteranos” da Universidade da Beira Interior?

Tendemos a classificar a praxe como “violenta” depois de as desgraças acontecerem. Até lá, “Dura praxis, sed praxis”.

Não importa discutir se a praxe é ou não tradição, até porque os direitos da nossa modernidade estão cheios de más tradições que acabaram. Importa reconhecer que “Dura praxis, sed praxis” tem tido de forma sistemática, continuada e resistente uma única tradução, “a praxe é violenta, mas é praxe”, a única que realmente existe.

É para acabar com essa violência que se exige uma política de tolerância zero, uma tarefa democrática da sociedade que nos toca a todos, mas em que as instituições de ensino superior e o governo têm a primeira responsabilidade.

Artigo publicado no jornal i, 4 de outubro de 2018.

publicado por contracorrente às 23:57

09
Out 18

Da praxe académica
Jornal I, 05/10/2018

https://ionline.sapo.pt/artigo/628733/da-praxe-academica?seccao=Opiniao_i

Praxes devem ser condenadas e combatidas
DN, 06/10/2018

https://www.dn.pt/vida-e-futuro/interior/maria-de-lurdes-rodrigues-praxes-devem-ser-condenadas-e-combatidas-9961999.html

 

Praxes. Os rituais académicos mais polémicos

Jornal I, 08/10/2018

https://ionline.sapo.pt/artigo/629066/praxes-os-rituais-academicos-mais-polemicos?seccao=Portugal_i

publicado por contracorrente às 23:52

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“Quando fizermos uma reflexão sobre o nosso séc. XX, não nos parecerão muito graves os feitos dos malvados, mas sim o escandaloso silêncio das pessoas boas." Martin Luther King "O mal não deve ser imputado apenas àqueles que o praticam, mas também àqueles que poderiam tê-lo evitado e não o fizeram." Tucídedes, historiador grego (460 a.c. - 396 a.c.)
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