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Anti-Praxe

Lei n.º 62/2007, art. 75.º n.º 4 b) - Constituem infracção disciplinar dos estudantes: A prática de actos de violência ou coacção física ou psicológica sobre outros estudantes, designadamente no quadro das «praxes académicas».

Anti-Praxe

Lei n.º 62/2007, art. 75.º n.º 4 b) - Constituem infracção disciplinar dos estudantes: A prática de actos de violência ou coacção física ou psicológica sobre outros estudantes, designadamente no quadro das «praxes académicas».

Jaz morto e arrefece

25.05.16

Escreveu-o o poeta, confirma-o a história.

Aqui nesta breves palavras, certamente duras para quem sente a perda.

E sentirá um grito de revolta surdo, que ninguém ouve.

A justiça era merecida. Ficam algumas palavras, não todas que são duras. E o recorte da notícia.

" No plano abandonado
Que a morna brisa aquece,
De balas trespassado
— Duas, de lado a lado —,
Jaz morto e arrefece.
[...]
Tão jovem! que jovem era!
(Agora que idade tem?)
Filho único, a mãe lhe dera
Um nome e o mantivera:
«O menino da sua mãe».

Fernando Pessoa

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Mataram Diogo numa praxe e o pacto de silêncio ainda cala a verdade
Pedro Sales Dias, 25/05/2016 - 16:40
https://www.publico.pt/sociedade/noticia/mataram-diogo-em-praxe-e-pacto-de-silencio-ainda-cala-a-verdade-em-tribunal-anos-depois-1733027
Jovem foi espancado num ensaio da tuna há 15 anos. Antigo colega diz agora em tribunal que "o que aconteceu não foi praxe", que a "violência não é praxe". Insiste que não viu nada, mas levou revista igual à que terá sido usada para agredir aluno.

Flectir ou Reflectir? Sobretudo não matarás!

23.05.16

A genuflexão é um acto que (ainda) faz boa escola.

O direito à revolta nem por isso.

Não será justiça unidireccional mas existe também o direito, com ou sem revolta, que ela siga todas as direcções. E este caso aguarda gritante justiça.

 

Mãe que perdeu filho nas praxes vai a tribunal e invoca direito à “revolta”
Pedro Sales Dias, 23/05/2016 - 08:03
https://www.publico.pt/sociedade/noticia/mae-julgada-por-nomear-assassinos-do-filho-defendese-com-direito-a-revolta-1732650
Filho morreu numa praxe na Tuna Académica da Universidade Lusíada de Famalicão em 2001, mas a justiça foi incapaz de encontrar os culpados. Esta segunda-feira, a mãe começa a ser julgada acusada de difamar um dos jovens que foram arguidos na investigação ao homicídio.

Quinze anos depois de o filho ter morrido devido a agressões infligidas numa praxe na Tuna Académica da Universidade Lusíada de Famalicão, Maria de Fátima Macedo senta-se no banco dos réus acusada ela por quatro crimes de difamação. A mesma justiça que foi incapaz de encontrar os culpados da morte de Diogo quer condenar a mãe por ter nomeado os suspeitos da morte do filho em entrevistas a um jornal e a duas televisões em 2014 .

Olavo Almeida, tuno agora com 39 anos – que chegou a ser arguido na investigação ao homicídio depois arquivada – não gostou do que ouviu. Apresentou uma acusação particular por difamação e uma procuradora do Ministério Público decidiu acompanhá-lo. O julgamento começa na tarde desta segunda-feira no Tribunal da Maia e Maria de Fátima Macedo arrisca uma pena até dois anos de prisão ou o pagamento de uma multa. O queixoso exige-lhe uma indemnização de 120 mil euros. Em 2009, o Tribunal Cível de Famalicão condenou a Universidade Lusíada de Famalicão a pagar à mãe 90 mil euros de indemnização.

Os Mortos Também Falam

24.04.16

Esta é a principal conclusão da autópsia, que não deixa dúvidas. Não obstante julgam-se os vivos. Mas, pasme-se, não os autores mas as vítimas.

 

Médico denunciou homicídio que pacto de silêncio na tuna abafou
Pedro Sales Dias, 23/04/2016 - 08:33

Clínico terá descoberto tudo e denunciou crime ao procurador em Braga. Acabou por se suicidar dias depois em circunstâncias suspeitas.
https://www.publico.pt/sociedade/noticia/medico-denunciou-homicidio-que-pacto-de-silencio-na-tuna-abafou-1729824

Foi um médico do Hospital de São João, no Porto, que lançou em 2001 as suspeitas de crime no caso da morte de Diogo Macedo, jovem que era “tuninho” (caloiro) da Tuna Académica da Universidade Lusíada de Famalicão, apesar de então estar no quarto ano do curso de Arquitectura. Quinze anos depois, o caso volta a ser notícia porque uma procuradora quer que a mãe de Diogo Macedo responda em tribunal por ter identificado aqueles que considera que foram os responsáveis pela morte do filho.

O relatório da autópsia ao cadáver de Diogo Macedo desfia um rol de lesões: um hematoma extenso no cerebelo, uma fractura da primeira vértebra cervical, duas escoriações no lábio, uma escoriação na orelha direita, múltiplas equimoses no tórax, múltiplas equimoses na região lombar e uma equimose no testículo. António Guimarães [o médico que fez a denúncia] tinha razão.

 

O filho de Maria de Fátima Macedo morreu, mas o Ministério Público não encontrou culpados. Agora, a mãe vai ser julgada por difamação de um dos alegados envolvidos.
https://www.publico.pt/sociedade/noticia/procuradora-quer-mae-de-aluno-morto-em-praxe-julgada-por-nomear-assassinos-na-tv-1729823

Dura Lexis Sed Lexis

30.10.11

O Tribunal de Famalicão condenou a Universidade Lusíada a pagar 91.350 euros de indemnização, por danos morais, à mãe de Diogo Macedo, estudante do 4.º ano de Arquitectura que morreu em Outubro de 2001 depois de ter sido submetido a uma praxe nas instalações da universidade, em Famalicão.

[...] O juiz vai mais longe: «Estando nós perante uma academia (...) que ministra cursos de Direito há vários anos, tendo por isso a obrigação de estar mais ciente de todos os direitos, valores e normativos que foram postos em causa, mais se torna premente considerar que esse dever (...) deveria estar mais presente nas mentes dos responsáveis».

http://sol.sapo.pt/inicio/Sociedade/Interior.aspx?content_id=31916

Praxe Mata

27.10.08

 

Família de estudante morto depois de praxado quer reabrir processo-crime

 

27.10.2008, Natália Faria

 

 

Mãe de Diogo Macedo espera que, no decurso da acção cível, surjam novos elementos que permitam apurar responsabilidades na morte do estudante de 22 anos, em Outubro de 2001

 

 


Foi marcada para 14 de Novembro a próxima sessão do julgamento da acção cível interposta por Fátima Macedo, mãe de um jovem que morreu em Outubro de 2001, alegadamente na sequência de uma praxe a que foi sujeito na Universidade Lusíada, em Famalicão.
Fátima Macedo reclama uma indemnização de 210 mil euros à Minerva - fundação que detém a Lusíada. No entanto, segundo adiantou ao PÚBLICO a advogada Sónia Carneiro, o que a família espera é que no decurso desta acção surjam novos elementos que permitam reabrir o processo-crime que o Ministério Público (MP) arquivou, em Janeiro de 2004, por incapacidade de determinar quem foram os responsáveis pelas agressões que acabaram por provocar a morte de Diogo Macedo.
"Houve uma investigação criminal, que durou três anos, mas que se mostrou inconclusiva porque o Ministério Público conseguiu determinar que o Diogo foi vítima de agressões mas não conseguiu apurar a autoria dessas agressões", recorda Sónia Carneiro, dizendo-se convencida de que "a investigação ficou aquém do que poderia ter ido".
Muro de silêncio
Porque não têm "capacidade investigatória para apurar novos elementos", os advogados da família decidiram, em Janeiro de 2007, avançar com a acção cível agora em julgamento, esperando que, sete anos vol-
vidos, "as testemunhas consigam 'lembrar-se' do que aconteceu durante a praxe".
O muro de silêncio que se criou entre os elementos da tuna da Lusíada, a Académica, onde Diogo Macedo, então com 22 anos, tocava pandeireta, terá sido um dos entraves ao processo. Na sessão da passada quinta-feira, o próprio juiz largou um desabafo acerca da "impossibilidade de quebrar o muro de silêncio" em torno daquela morte. De facto, as três testemunhas ouvidas continuam a afirmar-se incapazes de descrever o que se passou na noite em que Diogo foi praxado. "Há uma espécie de amnésia...", lamenta Carneiro.
Caloiro na tuna
Factos: Diogo andava no 4.º ano do curso de Arquitectura, mas nunca passara de caloiro na tuna, sendo por isso frequente vítima das praxes perpetradas pelos colegas.
Na noite de 7 de Outubro de 2004, uma segunda-feira, preparava-se para jantar em casa quando recebeu um telefonema que o levou a ir ao local onde a tuna estava a ensaiar.
Por volta das 23h30, os pais receberam um telefonema a avisar que o Diogo tinha sido transportado para o hospital de Famalicão. Dali seguiu para o Hospital de São João, no Porto, onde entraria em coma profundo.
A máquina que o ligava à vida acabaria por ser desligada a 15 de Outubro. Na sessão de quinta-feira, a médica legista que elaborou o relatório da autópsia confirmou que "as lesões infligidas ao Diogo contraíram--lhe o cerebelo, lesão que o levaria a desfalecer e, mais tarde, a entrar em coma", segundo relatou ao PÚBLICO Sónia Carneiro. Já as testemunhas, elementos da tuna Académica à data dos acontecimentos, confirmaram apenas que Diogo foi praxado - mais exactamente obrigado a fazer flexões e agredido com uma revista no pescoço - tendo sido encontrado mais tarde inconsciente na casa de banho.