Lei n.º 62/2007, art. 75.º n.º 4 b) - Constituem infracção disciplinar dos estudantes: A prática de actos de violência ou coacção física ou psicológica sobre outros estudantes, designadamente no quadro das «praxes académicas».

24
Set 13

Solidariedade praxada, solidariedade forçada, solidariedade humilhada...

Repetimo-nos, porque os actos se repetem e se replicam por diferentes academias.

 

Preferíamos ver da parte dos dirigentes das instituições uma atitude mais corajosa, à semelhança do que fez o reitor da UM, por exemplo.

Os tempos actuais não se coadunam com a manutenção destes rituais medievais, que perturbam o normal funcionamento das actividades para as quais se paga propinas.

 

"Desafio do novo reitor - Universidade de Vila Real promove praxe inclusiva e solidária"

 

"A Universidade de Vila Real está a promover, neste início de ano, uma praxe «inclusiva e solidária», com a realização de campanhas de limpeza, recolha de alimentos ou de angariação de fundos para crianças doentes. O desafio foi lançado pelo novo reitor da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), Fontainhas Fernandes, e bem acolhido pela Associação Académica e Conselho de Veteranos".

http://www.diariodetrasosmontes.com/noticias/complecta.php3?id=20830

publicado por contracorrente às 23:48

26
Fev 10

re-Citamos (sem comentários!):

"as praxes fossem dignas, elevadas e imaginativas"

Mascarenhas Ferreira, reitor da UTAD

 

E elogiamos uma Real medida:

"1727 foi o ano do reinado de D. João V em que a morte de um aluno na Universidade de Coimbra levou à proibição de qualquer praxamento dos caloiros".

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Chaves: Estudantes do pólo flaviense da UTAD exigem fim dos castigos

Alunos obrigados a praxe violenta

É mais um caso de alegado exagero nas praxes académicas. Desta vez, no pólo de Chaves da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD). Um grupo de alunos do primeiro ano queixa-se de estar a ser vítima, desde o início de ano lectivo, de séries intermináveis de praxes académicas, sob ameaça de que, caso não se sujeitem aos castigos, não poderão trajar na semana académica.

"Primeiro foi a semana de recepção ao caloiro, depois veio o julgamento e o baptismo, momento a partir do qual as praxes deixaram de ser todos os dias e passaram a ser apenas à quarta-feira. Houve mais uma semana de praxe antes do semestre acabar e agora decorre [termina hoje] a semana do regresso", dizem os queixosos, sublinhando que, nos últimos dias, têm sido "obrigados a beber copos pelos bares da cidade, até altas horas da madrugada".

"Tivemos os exageros do julgamento, em que os caloiros eram colocados num local com pedaços de carne crua e ossos e, depois, completamente banhados com molhos gordurosos. Agora é essa violência de nos obrigarem a andar de bar em bar até às quatro, cinco e seis da manhã", acrescentam.

Os caloiros dizem que esta situação se verifica apenas no pólo de Chaves e não em Vila Real, onde se encontra sediada a universidade, "provavelmente porque lá o controlo das praxes é mais apertado".

Em declarações ao CM, João Pedro, responsável pela praxe, nega "peremptoriamente" as acusações, referindo que "ninguém é obrigado a participar nas idas aos bares" e que as mesmas "só acontecem entre as 22h00 e a meia--noite". E acrescenta que "essas acusações não são verdadeiras".

Mascarenhas Ferreira, reitor da UTAD, disse ao CM que não tem conhecimento de violência ou outros exageros nas praxes, lembrando que deu instruções claras para que "as praxes fossem dignas, elevadas e imaginativas". "Dizem-me que as orientações têm sido respeitadas, mas vou averiguar e se houver infracções os autores serão castigados", explicou.

OS QUE NÃO FOREM À PRAXE NÃO PODERÃO TRAJAR

Esta é a ameaça do ‘Conselho de Veteranos’: Os que não foram à praxe não poderão trajar. Ora, a Semana Académica é de 27 de Abril a 3 de Maio e os caloiros, que se querem apresentar trajados, "porque um universitário sem traje é como se o não fosse", sujeitam-se às exigências dos "doutores". O reitor da UTAD garante que, "no interior dos recintos da universidade, não há praxes sem a devida elevação", mas admite que "não é possível controlar os comportamentos dos alunos lá fora". O pólo de Chaves da UTAD tem 54 alunos no primeiro ano.

‘DURA PRAXIS, ...

... Sed Praxis’, ou seja ‘A praxe é dura, mas é praxe’ aproveita o mote latino do direito romano ‘Dura Lex, Sed Lex’ e reflecte a ideia antiga e profunda que o ‘foro académico’ é diferente da ‘lei civil’. Este é o princípio das praxes.

1727 foi o ano do reinado de D. João V em que a morte de um aluno na Universidade de Coimbra levou à proibição de qualquer praxamento dos caloiros.

 

Correio da Manhã, 26 Fevereiro 2010

http://www.cmjornal.xl.pt/noticia.aspx?contentid=BDA97EDF-B24D-4B29-B60A-2B49A74A5483&channelid=ED40E6C1-FF04-4FB3-A203-5B4BE438007E

 

publicado por contracorrente às 19:33

13
Nov 08

Dar o devido desconto ou O referendo como arma para todos os  gostos...

 

Fazemos então as contas ao dito referendo às praxes na UTAD:

População estudantil da UTAD: ~ 6000 alunos

Votantes: 1667 (28%)

Resultados do referendo: 90% sim. Mas será assim?

Ora, ponderando: 0,90x0,28 = 0,25 . Ou seja, apenas 25% de aprovação. E não os proclamados 90% . Isto ainda a fazer fé na validade das mesas de voto onde estariam, supomos, apenas militantes da dita causa. Não ficaria mal aos jornalistas da Lusa perguntarem como ou quem validou os resultados. E se soubessem fazer contas a notícia nunca teria como título o que não é verdade, "Maioria dos estudantes da UTAD a favor da praxe")

 

Enfim,

1- O referendo é ridículo para muitas questões e em muitas circunstâncias, e esta é seguramente uma delas.

2- Os referendos têm legitimidade quando a participação atinge os 50%, o que não aconteceu aqui, nem de longe nem de perto. Apenas votaram 28% dos alunos.

3- A serem válidas as mesas de voto (não temos razão para tal), apenas 25%, e não 90%, terão votado sim.

3- Há duas formas de se ser notícia: boa ou má.

Aqui, estes não escolheram uma nem outra. Optaram pelo ridículo...

 

Resultado do referendo interno

  Vila Real

Maioria dos alunos da UTAD a favor da praxe

Cerca de noventa por cento dos 1.667 alunos da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), que votaram no referendo interno que decorreu hoje, estão a favor da praxe nos moldes como ela se faz actualmente.
O Conselho de Veteranos da UTAD chamou os alunos a responder à questão «Concordas com a existência, regulamentação e fiscalização da praxe académica na forma em que se encontra no código de praxe?».
Paulo Rosa Santos, o «venerável ancião» do Conselho de Veteranos, disse à Lusa que votaram no referendo interno 1.667 dos cerca de 6.000 alunos que estudam na academia transmontana.
Noventa por cento votaram sim, 9,84 por cento responderam não e menos de um por cento de votos foram brancos ou considerados nulos.
Paulo Rosa Santos explicou que, com esta iniciativa, se pretendeu mostrar a posição dos estudantes universitários relativamente a uma delimitação ao tempo e locais onde decorre a praxe.
O responsável critica a diminuição do «período de praxe», salientando que «não haverá tempo para a realização de todas as tradicionais actividades que servem para a integração dos novos estudantes».
Referiu ainda que, para além do «campus», os actos de praxe também decorrem na cidade o que, na sua opinião, também serve para integrar e dar a conhecer a mesma aos caloiros.
Os resultados do referendo serão entregues à Reitoria e ao Conselho Geral da UTAD.

Lusa, 2008-11-11

http://www.diariodetrasosmontes.com

publicado por contracorrente às 21:34

11
Nov 08

Imagem de abertura da página de uma Associação Académica.

Vale mais do que mil palavras!...

 

Tourear e rastejar...

 

 

http://home.utad.pt/~aautad/index.php

 

publicado por contracorrente às 19:22

09
Out 08

O ridículo não tem limites.

Será possível referendar a tortura, a humilhação?

 

Pelos vistos sim. No dia 11 de Novembro, que certos calendários dizem ser dia de São Martinho. Pois que o façam pelo menos com bom vinho!

 

 

Dia 11 de Novembro

  Vila Real

Alunos da UTAD vão referendar a praxe

»Concordam com a praxe nos moldes em que está regulamentada no código de praxe do Conselho de Veteranos?». No próximo dia 11 de Novembro, a praxe vai ser alvo de referendo por parte dos alunos da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD). A decisão foi tomada na última Assembleia Geral de Alunos, por proposta do Conselho de Veteranos, que não concorda com a inclusão de alguns pontos sobre o tema nos Estatutos da UTAD.

Os alunos da UTAD vão responder a um referendo relativo às praxes. A decisão surgiu na última Assembleia Geral de Alunos, que teve como tema de discussão as praxes e a sua regulamentação. E a proposta foi apresentada pelo Conselho de Veteranos.

Recorde-se que, recentemente, os estatutos da UTAD incluíram uma cláusula relativa às praxes que desagradou ao Conselho de Veteranos. Em causa estavam, por exemplo, os pontos em que se instituía apenas duas semanas para a praxe e que esta não se poderia realizar fora dos espaços da universidade nem dentro dos pavilhões onde os alunos têm aulas. Estas duas polémicas determinações acabaram, no entanto, por ser removidas dos estatutos pela Assembleia Estatuária da UTAD. Contudo, mantêm-se ainda outros dois pontos que desagradam ao Conselho de Veteranos, relacionados com aquilo que nos estatutos é considerado praxe.

De resto, foi esta “intromissão” da universidade num assunto que, até agora, era apenas regulamentado pelo Conselho de Veteranos, que acabou por levar à marcação de uma reunião de alunos extraordinária para debater a situação.

Segundo um comunicado enviado pelo Conselho de Veteranos da UTAD, o objectivo desta RGA (Reunião Geral de Alunos), na qual participaram 700 alunos, foi “debater as Praxes Académicas e o ataque que as tradições académicas e os estudantes da UTAD têm sofrido nos últimos tempos”.

Além da proposta de referendar a questão das praxes, na reunião foi aprovada uma moção de apoio às praxes. Ambas as propostas foram aprovadas por uma esmagadora maioria e “com total liberdade de expressão e de voto”. No comunicado, pode-se ler ainda que “as praxes foram proibidas pelo Conselho de Veteranos durante a Assembleia Geral de modo a garantir a total liberdade de expressão dos caloiros na reunião”. Na Assembleia, apenas quatro caloiros se mostraram contra as praxes.

O referendo vai decorrer no dia 11 de Novembro e Paulo Rosas, venerável Ansião da UTAD, espera uma “participação massiva” dos estudantes, que vão responder se “concordam com a praxe nos moldes em que está regulamentada no código de praxe do Conselho de Veteranos”.

Sónia Domingues, Semanário Transmontano, 2008-10-08

 

http://www.diariodetrasosmontes.com/index.php3

 

publicado por contracorrente às 20:20

21
Jul 08

Puro surrealismo!

Leiam com atenção. (Sublinhados meus)

 

Associação Académica aprova

  Vila Real

UTAD regulamenta e limita praxes académicas

A Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) já enviou para Ministério da Ciência e Ensino Superior os novos estatutos, elaborados no âmbito da nova Lei do ensino superior. O documento, elaborado pela assembleia estatutária da UTAD, que foi eleita para o efeito, regulamenta, pela primeira vez, as praxes académicas.

O Conselho de Veteranos da UTAD considera, no entanto, que o documento está ferido de inconstitucionalidade, uma vez que “extrapola as competências da UTAD”. Nas disposições finais dos estatutos, no artigo 121, e nas várias alíneas, começa-se por definir a praxe académica como “actos e iniciativas de carácter lúdico ou festivo, estritamente orientados para a integração dos novos alunos”, para depois se referir que nenhum aluno é obrigado a participar dos actos e que estes “não podem prejudicar o normal fun-cionamento da universidade”.

Também é referido que os “actos e iniciativas de praxe académica só são considerados como tal quando realizados no campus académico ou nos espaços imediatamente adjacentes a instalações da universidade, sendo expressamente proibida a sua prática noutro lugar”.

Mais: o documento apenas dá quinze dias após o ingresso dos alunos da primeira fase para se realizarem as praxes. A Associação Académica da UTAD (AAUTAD), que teve vários elementos, entre os quais o seu presidente, representados na Assembleia que delineou os estatutos, aprovou o documento, e, segundo Tiago Sá Carneiro, presidente da AAUTAD, os estatutos “não inviabilizam a continuidade das praxes fora dos portões da quinta”.

Mas esta não é a opinião do Conselho de Veteranos (CV), órgão que desde sempre regulamentou as praxes académicas. O presidente do órgão, o venerável ancião Paulo Rosa Santos, considera que “o CV não foi tido nem achado para a elaboração destes regulamentos da praxe, que foram feitos sem o conhecimento e muito menos com o consentimento do CV, assim como da esmagadora maioria dos estudantes da UTAD”.

O Conselho de Veteranos espera agora que os estatutos não sejam homologados pelo Ministério da Tutela, uma vez que consideram que são “inconstitucionais”. Por seu lado, Tiago Sá Carneiro, presidente da Associação Académica da UTAD, já reagiu às declarações do Conselho de Veteranos, afirmando “não compreender o papel do CV ao fazer este comunicado”.

Além disso Tiago Sá Carneiro defende que este assunto deve ser tratado “em sede própria”, entre a Assembleia Estatutária, a Associação Académica da UTAD e o CV e que, só depois, se poderá tomar uma “posição pública”. Já o reitor da UTAD, Armando Mascarenhas Ferreira, referiu que o “direito à reclamação existe para toda a gente”, mas ressalva que a proposta de estatutos foi aprovada por “unanimidade e aclamação pela Assembleia Estatutária”.

No entanto, e caso esta proposta de estatutos seja aprovada pela Tutela, o futuro conselho geral poderá “modificar qualquer parte dos estatutos”.

Sónia Domingues, Semanário Transmontano, 2008-07-20

http://www.diariodetrasosmontes.com/index.php3

publicado por contracorrente às 10:48

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“Quando fizermos uma reflexão sobre o nosso séc. XX, não nos parecerão muito graves os feitos dos malvados, mas sim o escandaloso silêncio das pessoas boas." Martin Luther King "O mal não deve ser imputado apenas àqueles que o praticam, mas também àqueles que poderiam tê-lo evitado e não o fizeram." Tucídedes, historiador grego (460 a.c. - 396 a.c.)
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